Pular para o conteúdo principal

Do lixo ao luxo, parte 3: a história de uma cadeira esquecida


Há algum tempo tenho tido um siricutico danado por pegar peças do lixo ou objetos usados e antigos e tentar transformá-los. E isso começou mais propriamente com a história de uma cadeira, mais de um ano atrás, o que também me inspirou a escrever a sessão "Do lixo ao luxo" e também outros posts acerca do cuidado com o meio ambiente.

Eu queria muito dar nova vida e novo lar a algo já usado e esquecido por alguém, por essa razão havia sugerido à amiga Xu (que tem uma mala linda do seu avô em sua sala moderna) o empreendimento. Tendo ela topado, compramos primeiro um tecido que ela gostasse de ter em casa, numa cadeira, em uma das lojas de departamento daqui, a Ahléns.

Estacionamos num sábado qualquer num dos Second-hand (loja de segunda mão) de uma cidadezinha ao lado de Malmö, a fim de achar uma cadeira velha, surrada, mas com condição de ser transformada.

Logo de cara bati o olho nessa cadeirinha aí. De madeira excelente, tinha uns formatos interessantes, embora o tecido estivesse maltrapilho e nojento. A cor dele e da madeira desbotada, mas vi tanto potencial naquele móvel que contaminei Xu logo de cara.

Pagamos o equivalente a uns 17 reais nela.


A primeira etapa da transfomação, propriamente dita, foi lixar toda a madeira, e limpá-la para a pintura.


A segunda foi aplicar a tinta especial para madeira, encontrada aqui na loja Panduro. Escolhi cores que faziam um bom casamento com o tecido comprado.



Tentei dar realce às formas da cadeira, descobrindo suas formas originais, valorizando o desenho que um dia alguém pensou para ela... Descobri que sua forma lembrava a copa de uma flor. Tentei várias e várias cores diferentes.


Testamos qual deles iam melhor com as flores do tecido...

Acabei voltando a este projeto apenas nos últimos meses quando finalmente retirei o tecido antigo do assento, os pregos enferrujados, as espumas cheias de poeira. Limpei tudo, colei e costurei o tecido novo.

Mudei mais umas vezes algumas cores e cheguei à combinação desejada.

O resultado ficou assim...

(Mademoseille Flaviá, por Somnia Carvalho, 2010)

Da poeira da loja de segunda mão, amontoada entre dezenas de outras companheiras, a cadeira esquecida agora vive no apartamento colorido, jovem, cheio de energia do par romântico Xu e do Gus.

E a missão foi cumprida, a história da cadeira mudada e nosso olhar também...

Comentários

Beth/Lilás disse…
Soninha!
Meldels, que coisa linda!
Só mesmo uma grande artista como você para visualizar tudo isto desde o início. Parabéns!
E o mais legal de tudo é o reaproveitamento das coisas.
As cores ficaram perfeitas e harmoniosas e a perspicácia de observar as formas da cadeira, seus recortes, fizeram com que você reunisse a madeira e o tecido numa conjugação perfeita.
Seus amigos terão uma peça que para sempre terá você aí por perto.
E quem diria, faz tudo isso com a panela no fogo apitando!!! hehe
beijãozão carioca
Mariel Stüpp disse…
Linda!!
Eu gostei das outras transformacões, mas essa deu vontade de trazer pra casa na hora! rsrs Verdade!
Ah, que vontade de ter já um apartamento pra poder garimpar e decorar!
Beijos!
Lúcia Soares disse…
Linda, Sônia. Adorei a combinação de cores. O tecido é maravilhoso.
Deve dar um prazer enorme ver uma obra pronta, não é?
O preço da cadeira foi excelente. Aqui ela custaria no mínimo uns 80,00, pode crer! As pessoas são sem noção nos "topa tudo" que temos aqui. Imagina que até o nome é feio! E se algum antiquário a pegasse, apenas trocaria o forro e ela seria vendida por bem mais de 100,00. Acredite ou não !
Bj
Xu disse…
Well well, eu sou a pessoa mais suspeita pra falar da tal cadeira... afinal de contas, ela está lá, linda e poderosa, enfeitando minha sala! :-)
Como vc mesma dissa, muié, abracei a causa no ato... como tantas outras propostas sugeridas por vc.
A transformacão ficou simplesmente espetacular! Valeu esperar cada dia (ou mês...rs) pra vê-la prontinha.
Mais uma vez, OBRIGADÃO!!!!

bjos

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que