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Mostrando postagens de outubro, 2012

Azulejos em carne viva? O que você vê na obra de Adriana Varejão?

( "Azulejaria verde em carne viva" , Adriana Varejão, 2000) Gente querida, Domingão a noite e tô no pique para começar a semana! Meu grande mural preto, pintado na parede do escritório e onde escrevo com giz as tarefas semanais, já está limpinho, com a maior parte "ticada" e apagada. Estou anotando aqui o que preciso e gostaria de fazer até o fim desta semana e, entre elas, está finalizar a nossa apreciação da obra de Adriana Varejão , iniciada há dias atrás. Como podem ver eu não consegui cumprir o prazo que me dei para divulgação do post final, mas abri mão de me culpar e vou aproveitar para pensar mais na obra com vocês. Aproveito para convidar quem mora em São Paulo a visitar a exposição da artista, em cartaz no   MAM , Museu de Arte Moderna, no Parque Ibirapuera, com entrada gratuita e aberta ao público até 16 de dezembro deste ano. ("Parede com incisões a La Fontana", Adriana Varejão, 2011) Para "apimentar" a dis

Skyfall: 007 com muita ação, boa música e tomadas de tirar o fôlego

  (Skyfall, Adele, música tema do filme 007: Missão Skyfall, 2012) Ontem fui, acompanhada do meu 007 Renato, ver a pré-estréia do filme James Bond e tive uma noite de muita adrenalina e ação. Meus sonhos foram tão agitados quanto as cenas vistas, mas o que não me saiu mesmo da memória foi a abertura. De uma fotografia linda, pesada, até fúnebre somada a uma música de arrepiar da Adele - quem eu conheço um pouco o trabalho -, mas quem não tinha ainda me arrebatado como com a canção Skyfall. Além da abertura, há cenas maravilhosas como as feitas nos campos da Escócia e no topo de um edifício em Xangai. A luz, as sombras, as cores todas são tomadas como coadjuvantes quase toda vez que aparecem. David  Daniel Craig, na pele de James Bond, o loirão grande, até então sem muito sex appeal (pra mim) volta poderoso depois de ter sido "abatido" em uma missão. A morte do 007, o final do qual fala a música de Adele tem a ver com o fato de James Bond estar velho, fora de forma

A educação pela net e as novas formas de conhecimento

(Obra de Don Dalkhe, in: Emily Duong ) Uma tela em branco, tintas de várias cores, pincéis e crayons... Este foi o ambiente de uma de minhas últimas aulas de Filosofia da semana passada, no colégio onde dou aula. Ao invés da habitual sala de aula, um ateliê enorme de arte. A ideia era aprofundar o conceito de "tábula rasa" do filósofo John Locke para quem nós não somos mais do que uma somatória de experiências vividas ao longo da vida. Para este pensador, tanto o conhecimento quanto quem somos é algo que deriva da nossa relação com o mundo, de como nossos sentidos captam este mundo e o outro a minha volta. Cada vez mais tenho sentido a necessidade de extrapolar o espaço da sala de aula, buscar sensações para as reflexões, criar uma forma do conteúdo de Filosofia (e também Sociologia) não acabarem por ser mais uma disciplina a ser memorizada e aprendida para depois ser, como tantas milhares de coisas ensinadas na vida, esquecidas. Nesta aula, em especial, minhas alu

Por que eu quis ser professora?

("O Caderno", Toquinho, música que me lembra minha sobrinha Luana e minhas primeiras tentativas de ser a um exemplo para alguém...) Minha mãe me visitou este final de semana e esta é uma coisa que acontece raramente, dada a distância e outras circunstâncias... E eu, claro!, fiquei imensamente feliz e agradecida. Além da companhia, pude curtir com o "maridu" uma deliciosa festa. Entre tanta prosa ela se lembrou como na adolescência eu tinha me apegado à ideia de ser freira missionária e de quando algumas freiras nos visitaram em casa e eu visitei suas congregações na tentativa desesperada de ir ser missionária pelo mundo. Foi a primeira vez que contei à ela como eu desisti da ideia. Na época uma freira, quem depois se tornaria uma querida amiga, me mostrou como meus desejos pessoais não coincidiam com aquela vida. Ao me perguntar o porquê de eu querer tanto aquele caminho, eu respondi com toda ingenuidade do mundo: "é que eu quero mudar o mundo!"

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que

A pior ferida da corrupção é a desesperança

("Sem esperança") Há poucos dias da eleição para prefeitos e vereadores do país e o que vejo, ao debater com alunos e amigos sobre este momento, é uma total falta de esperança. Esta é a pior ferida que homens e mulheres no poder podem deixar em seu povo. O dinheiro desviado serviria para o investimento em educação, transporte, cultura etc e poderia melhorar a vida de tantos milhões de brasileiros e brasileiras que nem mesmo se lembram de ter esses direitos garantidos, isso por si só já é triste e revoltante. Entretanto, noto como, para além da perda material que a corrupção significa está a perda do sentido da política, como bem afirma Hanna Arendt. A pergunta acaba sendo não quem eleger mas para quê eleger. Para quê se as mãos depois serão lavadas no mesmo poço sujo. A corrupção desencoraja. Ela é um vício. Ela contagia. Ela serve tanto para o descrédito quanto para o incentivo de atitudes iguais. Ela obscurece a possibilidade da ética, do bem comum, do homem c