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Mostrando postagens de agosto, 2007

Pê, onde tá me ócrus?

Esses últimos quinze dias estivemos com a visita da Irene e do Caetano, avós paternos do Ângelo (a Mê e o Pê para os íntimos). Entre tantas coisas muito gostosas foi possível matar um pouco a saudade da família (e ficar com mais saudade ainda dos que ficaram), passear um pouco mais, conversar até tarde e rir da Mê e do Pê procurando os "ócrus" pela casa o dia inteiro e tentando acertar o uso dos eletrodomésticos modernos e esquisitos. Deu para dar uma descansadinha rápida entre as mamadas do Angelito e perceber que haverá muita coisa legal para fazer com ele aqui quando ele estiver maiorzinho. Os vovôs já começaram a arrumar as malas rumo à Itália... e a vavá tá deixando bolo de cenoura (meio queimadinho, porque ela não conseguiu aprender a lidar com o forno elétrico da casa) e maria mole pra gente ficar com um pouco do Brasil, deles e de vocês aqui... E nós já começamos a os preparar para a vida a três novamente, na espera de poder mostrar logo o nosso Ângelo para vocês. Aqu

Saudade do passado, do presente e do futuro

(Sônia, Renato e o Pavão em Castelo da Região do Skåne. Foto do amigo Hamilton) Hoje tá fazendo 13 graus aqui em Malmö. Estamos saindo do verão e entrando no outono, quando todas as folhas verdes que aconchegam a cidade ganharão um amarelo ouro maravilhoso e cairão... Reconheci de novo a Suécia onde cheguei no ano passado para conhecer e ontem, ao sair de manhãzinha de casa e ver a cidade sob nuvens, sem as barracas e as centenas de pessoas que visitaram o Festival de Malmö, senti uma alegria muito muito gostosa. E eu, que sempre odiei o frio, tive a certeza de que uma das coisas que eu mais sentirei saudade no futuro será dessa temperatura intimista. (Centro de Malmö durante nevasca no inverno, fevereiro de 2007) Viver num clima assim é como se você fosse chamado e acolhido para um chá da tarde na casa de alguém muito agradável. E ali se fizesse cercado de livros, de bons e lindos livros. Ficasse numa daquelas conversas gostosas com a voz mais baixa, ao som de um concerto de um Schube

A Fotografia, o Medo e a Vida

(A Noiva, foto tirada pelo Renato em Londres, na Catedral de San Pietro, em 2006) Você é um bom fotógrafo? Eu não. Já tirei algumas fotos legais que ficaram bem nos meus álbuns de retratos feitos a mão, mas são poucas para contar história. O Renato, meu companheiro de caminhada, esse sim tira fotos muito boas. E não faz muito tempo ele comprou uma câmera melhorzinha e começou a se aventurar. Ele se arrisca sempre e acaba tendo belas fotografias para que eu faça nossos àlbuns de viagens. Exemplo é essa que abre o texto. A gente tava em Londres, esperando pela Dani e o Rogério, e num piscar de segundos aparece o casal de noivos que acabava de oficializar o casamento. O clique sem medo do Renato conseguiu flagrar a felicidade eternizada da noiva. Um segundo de plena realização que ela jamais esquecerá. Pena ela nunca saber do clique anônimo. Hoje eu tava aqui embalando o Ângelo e pensando que na vida é a mesma coisa... Pensei isso porque meu sogro, o Caetano, que tá aqui visitando a gente

2000 visitas!!! É o sucesso virtual chegando até nós!

Gente Brasileira, Gente Bonita, Gente Amiga, Antes que o contador registre o número 2000, quero dizer novamente: Obrigada!!! Vocês são demais em continuar acessando o blog! 1 mês e duas mil visitas para quem apenas pensou em escrever algumas linhas e passar os últimos dias da gravidez! Tá valendo muito a pena porque nem a minha, nem a alma de vocês é pequena. Beijossss!!! (Tô podendo escrever rapidinho agora porque minha sogra Irene, a vavá do Angelito, tá ninando o belo. Logo depois, um posto novo para vocês)

O encontro

Olha quem chegou para nos visitar, quer dizer, visitar o Ângelo... A Pê e o Mê agora são internacionais. Se saíram muito bem com tudo e chegaram em Malmö na sexta-feira. Olha o Angelinho curtindo o colo da VAvá aí... O pessoal passou o dia no Festival de Malmö, uma grande festa que ocorre anualmente na cidade... Enquanto as mulheres tentam cercar o pequerrucho de cuidados... Os homens comemoram tranquilos experimentando uma cervejinha... Mas Angelinho avisa as tias e a vovó Maria para se aguentarem aí que em breve ceis poderão curtir o bonitinho também.

30 dias de vida e uma vida pela frente

Hoje faz exatamente um mês que nós "ganhamos" o Angelinho de presente. Nesses trinta dias aprendemos e ficamos craques (quase, rs..) em como pegar, trocar, acariciar, tranquilizar, nanar e amar um bebê recém nascido. Essa fase tem sido de uma paixão e um êxtase muito grande, já que fomos apresentados um ao outro depois de uma espera de nove meses. É também de uma loucura geral, porque é preciso que nos acostumemos cada um ao jeito do outro. Que nós o entendamos e que ele se sinta acolhido aqui com nós dois. É um ser humano que existe há muito pouco tempo e precisa se adaptar ao mundo fora da barriga... Se esses primeiros trinta dias foram tão intensos, imagino que os próximos anos todos da nossa vida sejam de altas emoções ao lado desse Ângelo. Embora a vida seja incerta, a natureza é misteriosa e bela e é isso que dá um belo pano de fundo para a peça que pretendemos apresentar daqui pra frente. (A sessão de fotos "pantufas" vai para a tia Dri que deu as tais ainda

Mãe qué é mãe mesmo...

(Picasso, Mãe e criança, 1921) Mãe qué é mãe mesmo... Já deu uma de cientista e foi até o quarto do bebê só para checar se ele respirava. Já despencou de sono em cima dele, feito uma galinha morta, enquanto amamentava. Já caminhou pela casa na ponta dos pés, como uma bailarina, só para não acordar o pimpolho. Mãe qué é mãe mesmo... Já perdeu a conta das mamadas e esqueceu qual o peito deveria dar. Já deu oi pro lindo rapaz que dormia ao seu lado e dormiu antes de continuar a conversa. Já adquiriu habilidades múltiplas como comer com uma mão só e fazer xixi com o bebê no colo. Mãe qué é mãe mesmo... Ama e odeia, ama e odeia. Às vezes chora e muitas vezes sorri. É ao mesmo tempo carrasca e heroína. Mãe... é uma garota crescida com uma boneca de verdade nos braços. Precisa de atenção e carinho tanto quanto seu brinquedo.

Ser mãe é...

Ser mãe é... Não ter tempo para escrever post, Não ter tempo para telefonar para a família nem para as amigas, Sair para comprar uma peça de roupa e voltar só com um body novo pro bebê, Festejar cada pum e cocô que ele consegue fazer. Ser mãe é... Esquecer onde guardava os cremes e a maguiagem, Sentir-se uma mamadeira gigante sem hora extra paga pela empresa, Pegar-se de camisola às três da tarde olhando estarrecida para o bebê dormindo, Julgar-se maluca total ao se pegar gostando muito de tudo isso. (Créditos da pintura: "Mother and Child", Sandra Suarez, in: http://www.naranjoandassociates.com/sandrasuarez/id8.html)

"Meu primeiro amor..."

Sabe aquelas lembranças que nunca desgrudam da nossa cabeça? Aquelas memórias que você já nem sabe mais se existiram mesmo, se vocês as criou em sonho ou depois de tanto imaginar a situação? Em uma dessas madrugadas, entre as muitas mamadas do Angelito, me deu uma saudade bem forte do pessoal de casa. Minha mãezinha, a Luana, o Ju, meu irmãos... Essa idéia remeteu-me na mesma hora a uma música que eu ouvia na infância com meu pai e minha mãe cantarolando: "Saudade palavra triste quando se perde um grande amor, na estrada longa da vida eu vou chorando essa minha dor...". Isso de uma idéia levar a outra que leva a outra e outra se chama, na filosofia, de princípio de causalidade, e eu estudei isso na graduação através das teorias do David Hume. É incrível como a mente funciona e em alguns segundos eu estava me vendo nos domingos de manhã na cama, ouvindo as conversas entre meu pai e minha mãe, enquanto eles assistiam a um daqueles programas de domingo onde se apresentavam estes

O que os suecos e os brasileiros têm em comum?

Adivinha onde é que Mamma Somnia e Angelito estão? Numa praia em Ubatuba? Curtindo o calor do Nordeste do Brasil? Nada disso! Eles estão na... Suécia! > Várias pessoas aqui já me perguntaram: todo brasileiro joga futebol e pula carnaval né? Não. Nem todo brasileiro, aliás, milhares de brasileiros, detestam futebol e/ou detestam carnaval, embora realmente estas sejam duas paixões no país. (Nem vou discutir o quanto elas foram transformadas em paixões ou não porque não é o ponto aqui.) Eu, por meu turno, só fui entender a tal "magia do futebol" depois que o marido palmeireinse me levou numa final do Palmeiras com Cruzeiro no Morumbi. De crítica ferrenha passei a frequentar alguns jogos com ele e gostar de ver o jogo ao vivo. O carnaval ninguém ainda me convenceu a gostar. É curioso notar como os estereótipos sempre perseguem os países e o que outros povos pensam a respeito daqueles que aí vivem. Baseados nisso, por exemplo, o diretores de "Crash, No Limite" e "

Só poesia

(Picasso, O Sonho) O Tema de Hoje: Esses dias, ao clicar um conhecido e apreciado blog de uma brasileira que já viveu aqui na Suécia e agora vive nos Estados Unidos, o Sídrome de Estocolmo, fiquei "cá pensando" (como diz Maria, minha amiga portuguesa daqui) que o meu blog estava por demais sentimental. O "Síndrome" é bastante politizado e crítico. A autora, uma jornalista, discute muitas coisas atuais e importantes sem deixar seu blog ficar chato. Na verdade, tive contato com ele ano passado quando fiquei sabendo que a vinda pra cá tinha dado certo. Mas, porém, contudo, todavia, entretanto (como escreviam alguns alunos meus), eu tenho recebido alguns comentários sobre os meus simples-ambiciosos textos que me deixa de olhos marejados às vezes. Nem todo mundo me escreve no blog. Recebo vários emails e muitos comentários também no orkut, skype ou no msn. Por coincidência, recebi uns 6 ou 7 ontem de amigos que eu não vejo há um tempão, como o Guido e a Fabi Ossinha. De

Madredeus para sonhar

Madredeus "O Sonho" (Letra e música: Pedro Ayres Magalhães) Quem contar um sonho que sonhou não conta tudo o que encontrou Contar um sonho é proibido Eu sonhei um sonho com amor e uma janela e uma flor uma fonte de água e o meu amigo E não havia mais nada... só nós, a luz, e mais nada... Ali morou o amor Amor, Amor que trago em segredo num sonho que não vou contar e cada dia é mais sentido Amor, eu tenho amor bem escondido num sonho que não sei contar e guardarei sempre comigo Do lado direito do blog, vocês podem clicar e ver uma das três versões do vídeo de "O Sonho", uma música suave e deliciosa que eu ofereço para vocês que se permitem sonhar e falar de coisas "bobas", enquanto o mundo corre. (Outra vista do jardim do outro post, Bélgica, 2006)

"Eu só peço a Deus..."

Estou longe, vocês estão longe, estamos longe um do outro... Por sorte, o amor e a amizade resistem ao tempo e à distância e temos a internet para ajudar a matar essa saudade. Hoje está quente e abafado aqui em Malmö: 28 graus lá fora e sol forte. Muita gente na rua. De biquini nos parques e estirada embaixo das árvores. Gente de roupa colorida, fazendo barulho e tomando muito sorvete. Hoje me lembrei de algumas coisas de alguns anos atrás. Quando fui morar sozinha numa kitnet em Campinas, depois de ter terminado a graduação. Eu e Renato nos víamos apenas no fim de semana, pois ele morava em São José dos Campos. Eu fazendo o mestrado, ele trabalhando, a gente percebendo que já queria muito ficar juntinho pra sempre, mas ainda não era o tempo. Naquele época lembro de ter pensado: "onde será que os ventos que me trouxeram até aqui me levarão daqui há alguns anos..." E esses dias percebi que estava tendo a resposta de tanto tempo atrás. Me lembrei também de uma música que eu ado