(Janela da ex-casa de Ed Cruz, no centro de S. Paulo, foto de Ricardo Perez)
Eu já havia apresentado a vocês este meu amigo querido. No meu "Prefácio Esperançosíssimo" eu desejava que Ed Cruz, cujo talento ainda ficava sob a sombra de alguns medos, pusesse para funcionar seu projeto de publicar o intenso livro que escreveu e me pediu para ler em primeira mão.
Hoje, algumas coisas já mudaram. E Ed, como já fez nossa outra participante Glorinha, cujo livro continua conquistando corações e mentes por aí, está literalmente indo atrás de seu sonho. Meu prefácio poderá se tornar verdadeiro! O que tenho a dizer?
Só o sonho sem o talento ficaria difícil. Um sonho sem nenhum chão sólido vive mais no mundo da imaginação. Agora com o talento de vocês dois, queridos, nada pode emperrar sonho algum!
Nossa primeira participante foi uma fotógrafa, Grace Olsson, a segunda, uma "dona de casa formada em Letras", Beth Lilás, a terceira, Gloria Leão, escritora, e a quarta pessoa, Ed Cruz, trabalha com televisão e é também escritor.
Agora estamos esperando pelos engenheiros, biológas, estudantes, jornalistas, pedagogos, psicólogas, donas de casa, professores, aposentados e você aí que está com aquela vontade de enviar o texto mas só estava esperando este post para criar coragem!
Obrigada Ed!!!
...
Felicidade.
"Um dia me perguntaram o que era felicidade.
Eu era jovem ainda. E jovem respondi: É sonho!
Eu achava, naquele tempo em que minhas mão viviam lambuzadas de vida, que a Felicidade era um lugar.
Pra onde eu ia.
Era o desconhecido, era o novo, o mundo depois da montanha russa.
Eu embarquei, comprei meu bilhete com todas a economias guardadas no cofre de lata, gasto e velho.
Era o sonho, essa tal felicidade.
Eu me perdi.
O carrinho descarrilhou, derrapou na curva, se soltou, eu cai.
Lentamente e sem fim.
Depois da subida fatal, aquela primeira em que o coração quase vem a boca e o céu é o limite.
Eu cai, com as mãos para cima, sorriso no rosto, olhos fechados.
Eu desci.
No poço de mim.
O tempo passou. O trilho enferrujou. O parque fechou.
O sonho acabou?
Enquanto eu estava lá embaixo no profundo de mim. Eu entendi. Anos depois.
A felicidade não é o objetivo. O ponto final.
Ela é o caminho, a estrada.
Não palpável. É gota leve na testa em um dia quente.
Ela é coca-cola gelada na garganta seca. O vinho no dia frio
O mar a noite. As mãos quentes da mãe. Os braços fortes do pai.
O beijo na testa e o sorriso suspenso. É um quadro, um texto. Um telefone que toca.
Três vasos na janela. Fim do dia.
Se me perguntarem agora ( me perguntem!) eu responderei sem hesitar:
Felicidade é a janela depois da porta.
É a janela, depois do sonho!
É uma escolha. Para te-la basta abrir e deixar que as flores cresçam nos trilhos da vida.
A felicidade meu amigo, está ali."
Comentários
beijos,chica
Este concurso está de alta categoria, estou gostando de ver.
bjs cariocas
Obrigado queridíssima! pelo concurso, por me convidar!
A felicidade (que eu chamo também de girassol) está em poder ler seu texto.
Girassóis nos seus dias.
Beijos
Obrigado pelos girassóis!
A felicidade nem existe. O que existe, brevemente, é ser feliz. É apenas um estado de espírito momentâneo. Panta Rei!