Estava hoje lendo sobre o dicionário criativo do Felipe Islajii lá na Lola, a mulher mais antenada do planeta, e já nas primeiras linhas uma avalanche de memórias me tomou. Lembrei-me de meu primeiro dicionário.
Em casa não havia livros. Meu pai estudou até o antigo mobral (4 anos de uma escola capenga) e minha mãe, apesar da loucura por estudar, nunca pôde ir à escola. Primeiro meu avô proibia, depois meu pai.
No Brasil do início dos anos 80 essa Sônia, muito caipira, caiu de amores pelo seu primeiro dicionário. Eu pesquisava e pesquisava palavras. Entrava num mundo nunca antes visto. Eu anotava os significados, eu falava em voz alta. Eu me sentia grande, descobrindo um universo só meu.
Meu velho dicionário, cujos dados editoriais eu não sei nada, hoje pertence a minha sobrinha Luana, uma outra menina simples do interior, cujos poucos livros a maior parte fui em quem dei. Eu a presentei com meu surrado dicionário há pouco tempo com a promessa de que ela cuidaria dele enquanto usasse e, se não precisasse mais, me devolveria.
O projeto do Felipe convida todo mundo a entrar no site Catarse e adotar uma palavra, colaborando assim com sua criação no dicionário. E eu espero que ele tenha muita gente para se apaixonar pelas palavras, pelo dicionário criativo como um dia eu fui pelo meu dicionário impresso.
Eu me deixei levar pela idéia, tive uma catarse e adotei uma palavra. Você é capaz de adivinhar?
MEMÓRIA é a minha palavra.
E fiquei louca para saber:
Você se lembra de seu primeiro dicionário?
Por qual palavra você é apaixonada (o)?
Comentários
sua perguntinha do final...sobre lembrar de dicionário, ou melhor da palavra né? Menina vc me fez voltar aos meus 6 anos de idade, eu na escola passou um cara nas sala vendendo livros e dicionários..o aluno olhava levava um fichinha para os pais, se eles tivesse grana vc e depois de vc pedir muito..... eles preenchiam aquele papel e lhe davam a grana...no outro dia o cara passava na sala recebia a grana que vc ja tinha dado para professora... e você voltava super feliz com seu dicionário para casa....nesse caso..esse monte de vc que usei era..euzinha aqui... me lembro desse fato até hoje...lembro que cheguei em casa eufórica pedindo, mae compra esse livro??? Por o homem falou que nele tem a maior palavra da lingua portuguesa...INCONSTITUCIONALISIMAMENTE ....Nem lembro mais se a escrita é essa mesma.. ( e acho que agora já existem outras maiores tb) mas, lembro que essa foi a regra..da minha mae..se vc aprender a dizer bem rápido eu compro!!....eu tinha apenas horas...algumas horas para aprender esse dragão da língua e apenas 6 anos...mas lembro que acordei com a palavra na ponta da lingua...e ganhei o dicionário....adorei o post. recordar é viver....literalmente.
bjs,
eu sempre comento este erro besta! troco gmail por blogspot...
o endereço correto é:
borboletapequeninanasuecia@gmail.com
ou
somnia.carvalho@gmail.com
beijos! to esperando! ueba!
Também aprendi a usar o dicionária na infância, naqueles tempos o ensino, mesmo o público, era bom e incentivava o uso do mesmo.
Fui lá no site do amigo que indicas, achei interessante e cheio de alternativas, mas não entendi direito o que significa.
Mas se tivesse que escolher uma palavra que eu ache bonita, talvez, seja ... mágica.
Gosto dela.
bjs cariocas
Meu pai (já contei muito em meus textos) era um apaixonado pro dicionários, manuseava um o dia todo, sem brincadeira! Volta e meia olhávamos e lá estava ele, assentado na varanda, de pijama, com o dicionário nas mçãos. Isso, já mais velho, aposentado. Mas dede noo o víamos assim, à noite, ou na hora do almoço, antes de voltar ao trabalho.
Ele rabiscava nossos trabalhos, fazendo-nos corrigir um mínimo de erro, mas invalidava a página e tínhamos que refazer o texto todo..rsrrs Por isso tenho verdadeira paixão pelas palavras, e presto mesmo muita atenção para não errar, mas não sou, nem de longe, infalível, né? rsrs
Acho que minha palavra preferida é VIDA!
Beijo!