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Na Suécia também não tem... Festa Junina, quentão ou quadrilha


(Eu e meu caipira literal, Ângelo, e eu e Marinacota em festinha Junina da escolinha do Ângelo, junho de 2011)

De algumas coisas eu sentia uma baita saudade do Brasil quando estava na Suécia. Se fosse junho e julho e alguém me falasse que estava indo numa Festa Junina aqui no Brasil aí dava daquelas saudades meio sem explicação. De repente era como se minha personalidade "brasilerística" aflorasse eu sentia assim: "não tem jeito! tá vendo? Eles não são iguais a mim! Eles nem sabem o que é uma Festa Junina!"

Talvez por essa razão eu nunca nem tenha tentado fazer uma delas enquanto vivia por lá...

E era assim... A gente festejava outras coisas em junho, sobretudo a chegada do verão com as festas típicas do Midsommer. Era bom por outros motivos, mas a festa não batia lá dentro de mim. Não havia identificação com aquele tronco de árvore cheio de fitas ou com as danças. Era muito divertido, mas não era algo celebrado genuinamente.

Na Festa Junina no Brasil eu resgato a Sônia alta e magrela da escola, quem nunca pôde dançar de menina nas festas juninas do interior porque as professoras eram atrasadas suficientes para me fazer ficar de menino porque "toda menina tinha que ter um par masculino" para dançar. Menos, claro! as meninas altas e magrelas com altura dos meninos.

Resgata ainda os doces feitos pelas minhas avós ou pela minha mãe. O sabor de ouvir as músicas caipiras tocadas na sanfona pelo meu pai. São partes da minha história que nenhuma outra festa típica conta tão bem. Por isso eu simplesmente a-do-ro festa Junina. Era por essas e outras que a Suécia, apesar de ter tantas coisas as quais eu amava (talvez como em qualquer lugar do mundo) me deixava porém incompleta.

Fiquei pensando então o seguinte: e vocês? Do que sentem mais falta da sua terra natal quando não estão nela?

Comentários

Camila Hareide disse…
Canjica, paçoca, quentão, ô maravilha! Também sempre ADOREI festa junina,sinto uma falta... Mas só porque não posso ter uma, porque no Brasa acho que fazia uns 10 anos que eu não ia numa!

Estão lindos seus filhotes!
bj
Lúcia Soares disse…
Sônia, não curti muito as festas juninas, pois nem as da escola minha mãe nos deixava ir...Enquanto crianças, sim, mas depois de adolescentes, não deixava. Não me lembro de ter me vestido tipicamente algum dia. Certamente não me vesti.
Nas festas das escolas dos filhos sempre fiquei na expectativa das suas danças, eram filas intermináveis pra se comprar o que comer, ou para participar das brincadeiras, ou eu já estava "velha" mesmo, então acabei por não curtir também.
Hoje não faço questão de ir a nenhuma.
Daqui a pouco será hora dos netos começarem a frequentar, aí quem sabe vou gostar.
Mas adoro o contexto pelo qual elas acontecem, a religiosidade, as tradições, as músicas, as danças.
Na verdade, queria mesmo era poder ter curtido enquanto era jovem! rsrs
Lindo seu jequinha e sua Marinacotinha.
Beijo!
Daniela disse…
Sinto falta do sotaque...e de uma coisa difícil de explicar que o nordestino tem. A melhor palavra que eu encontro pra descrever vem do espanhol: "cercanía".Algo como proximidade. Os nordestinos são todos 'cercanos'.

Beijos e recebi seus emails. Vou responder, mas fiquei bem feliz com tudo o que vc propôs!!
OI Borboleta! nunca fiquei tanto tempo fora que tenha sentido falta de algo...mas tb sou chegada numa festa junina, daquelas com forró e tudo. AMO! pena que maridão não curta...mas adorava me vestir de caipira, colocar sardas no rosto, vestir aquelas roupas coloridas...era bom demais...é uma dsa festas que mais gosto tb! a Marinacota tá uma bolota menina...o que vc anda dando pra ela? pamonha? curau de milho ou paçoca? hehehe E o Angelinho cada vez mais angelinho....lindos, beijão,
Somnia Carvalho disse…
Ca a velha historia do sentir mais falta quando nao se pode ter nao e?
Somnia Carvalho disse…
Lucinha entendo o que vc diz! passou a epoca em que a festa junina lhe fazia mais sentido curtir ne?

mas voce vai ver que levando os netinhos alguma coisa da para sentir de volta. Levando angelo na escolinha eu meio que revivi eu indo... e gostoso!
Somnia Carvalho disse…
Dani,

eu nao sou da Bahia, mas talvez eu entenda um pouco o que vc diz... e um afeto meio natural que as pessoas do nordeste e talvez do norte, nao conheco tantas para dizer, tem em comparacao com a gente daqui de sao paulo e com certteza de fora do brasil...

as pessoas falam de um jeito intimo me parece...
Somnia Carvalho disse…
Pessoal, Jocelyn é meu amigo francês que eu conheci na Suecia...

Dear Jocelyn,

In portuguese or english?

I understand completly what do you mean... I felt the same, like Sweden being my home for 4 years... Actually I didnt miss traditional things like food etc from Brazil... but sometimes, in some special days, I desired taste some food, listen some special sounds... do you understand me?

In your case I think speak very fluent swedish helped you to feel like Sweden is home no?
Somnia Carvalho disse…
Glorita voce tem muito cara de quem se vestia de chita! toda colorida!

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