(Saga XVIII, Foto: Inka Lindergård and Niclas Holmström, SP Arte 2012, obra à venda)
Este foi o primeiro ano (de muitos que virão!) que fui vivistar a SP Arte. Esta é a maior feira de Arte do Brasil e reúne galerias do país e do exterior.
Aos poucos, vou trazer aqui as obras que mais me impactaram e, porque não, começar justamente com uma artista sueca. Esta foto aí acima, intitulada "Saga", está entre minhas obras preferidas do evento. Há uma infinidade de coisas que amo nesta obra: o azul, tão azul, tão cristalino em constraste com esses outros tantos tons diferentes de azul. O mar plano, a linha do horizonte indicando que ali não é o fim, mas só o começo e ali por trás existe tanta coisa ainda para ser descoberta.
A "escultura", não sei se casual ou não, parece um portal esquecido, uma janela aberta, frágil. Ao mesmo tempo não consigo deixar de pensar na perfeição do mar e no lixo das praias, sinal do desdém dos humanos pela natureza.
Não sei do que se trata a obra, só sei que ela me passa algo ao mesmo tempo maravilhoso e misterioso. Juro! Em certos momentos uma calma, uma paz, uma tranquilidade e até mesmo uma ideia de possibilidade. Em outros, tudo parece ser tão incerto e facilmente desmoronável. O mar calmo parece perigoso...
A obra dos suecos Inka Lindergårgd e Niclas Hölmström é linda! linda!
Experimente ainda colocá-la de fundo de tela no seu computador e verá como as cores trabalham em você. De quebra, pode somar esta música de Carter Burwell (não seja preconceituoso com a trilha a qual pertence) e deixar o piano te conduzir pelo portal e por esse mar.
Experimente ainda colocá-la de fundo de tela no seu computador e verá como as cores trabalham em você. De quebra, pode somar esta música de Carter Burwell (não seja preconceituoso com a trilha a qual pertence) e deixar o piano te conduzir pelo portal e por esse mar.
Falei com a sueca, quem cuidava da galeria, em inglês porque não quis perder tempo explicando que eu falava sueco... rs..., e ela me disse ter nascido em Malmö e morar em Berlim. Ao contrário do meu entusiasmo pela cidade natal dela, ela disse gostar muito de lá, mas não ser o lugar escolhido para viver porque, ao seu ver, Malmö é "too boring!" (chato, entediante). São Paulo sim lhe pareceu um lugar muito legal de se morar! Pois é... pois é... e a gente sempre olhando adiante! Ou pra trás!
A conversa com ela foi muito rápida e eu não comprei esta foto linda só por falta de dinheirinha mesmo, mas algo diferente ficou pra mim depois disso: foi a primeira vez, desde que voltei, que percebi como me engano pensando que ao voltar à Suécia a passeio será tudo tão maravilhoso quanto antes. Impossível! Eu sei! É algo óbvio, mas eu não sentia isso. Sentia que ao voltar reviveria tudo, me sentiria tão feliz e conectada àquele lugar. Talvez sim. Talvez não. Meu tempo lá esteve rodeado de vivências e pessoas também conectadas àquele tempo. Aquela sensação maravilhosa daqueles anos nunca mais voltará! Nunca! E isso não é terrível nem nada, é apenas um fato!
Talvez eu volte e ache mesmo Malmö "too boring!", talvez eu sinta uma alegria ou tristeza, mas a idëia de capturar os momentos vividos será em vão... Ela é boba e ingênua! E isso eu só percebi ao ouvir da sueca loura, olhos azuis e pele detonadésima do sol, que aquela cidade a qual insisto em chamar de maravilhosa também pode ser sem graça demais, dependendo do ponto de vista que se adote.
Sim! São sempre novas possibilidades para olhar o mar...
Comentários
Penso que cada olhar lá dentro da alma pode ver cada peça, cada espaço, cada arte de formas diferentes assim como a sua nessa Saga.
Xeros