Não! Não se deixe levar pela aparente inutilidade da afirmação!
Eu já havia escrito no blog sobre o fato de não existir filas preferenciais na Suécia, mas hoje lembrei-me de outra característica das filas lá!
Voltei agora pouco do Pão de Açúcar, um mercado adorável (e caro) que tenho na esquina de casa, onde fui para comprar presunto para nossa lazanha e me dei conta de uma coisa: na Suécia eu nunca peguei fila indiana.
Voltei agora pouco do Pão de Açúcar, um mercado adorável (e caro) que tenho na esquina de casa, onde fui para comprar presunto para nossa lazanha e me dei conta de uma coisa: na Suécia eu nunca peguei fila indiana.
Explico: se você vai a muitos lugares na Europa, mesmo em um lugar trés chique como Paris, por exemplo, para comprar pão de manhã, você irá ficar numa fila cheia de gente desejosa de comprar uma deliciosa baguete ou um croissant tal como você. A fila vai andando, o pessoal vai enfiando a baguete debaixo do sovaco até que chega sua vez.
Isso é o que acontece em quase toda padaria aqui no Brasil e também nas padarias ou açougues dentro dos supermercados brasileiros, falando apenas em lugares correspondentes aos que fui agora a noite.
Nosso sistema de filas é quase 100% indiano. Chamamos de fila indiana a fila em que uma pessoa fica atrás da outra esperando sua vez. Ao que tudo indica o termo foi cunhado na própria América fazendo menção aos índios que caminhavam na mata uns atrás dos outros. Em fila. Indiana.
Na Suécia, ao menos em Malmö, e diversas cidades por onde passei funcionava assim: se você for tirar um documento num setor público qualquer, ou se for comprar pão, se for comprar carne dentro do açougue do supermercado etc você simplesmente pega uma senhazinha. A mesma que usamos aqui apenas para bancos até onde tenho conhecimento, mas lá é quase generalizado.
Pega-se senha para tudo quanto é lugar. Suecos adoram senhas organizadas. Brasileiros filas desorganizadas. A primeira não dá nunca, ou quase nunca, motivo de briga. Ninguém passa a vez de ninguém, como um mocinho tentou fazer agora pouco comigo no Pão de Açucar enquanto eu "bizoiava" a prateleira do lado. Lá, você aproveita o tempo que tem para ir pegando outros itens, se estiver no supermercado, ou se estiver em outro, pode aproveitar para ler um livro, um jornal, coçar o saco etc.
(Senha típica para espera em filas suecas: "Bem vindo! Seu número é 553")
Na segunda você fica ali paradinho. Vai ficando aborrecido com a demora do moço que corta o presunto. Vai olhando pro relógio pensando que a lazanha vai ficar pronta sem o ingrediente porque você tá demorando demais. Vai pensando assim: e se eu escrevesse uma carta pro Abílio Diniz, aquele magrinho dono do Pão de Açúcar? E se eu explicasse como eu conseguia aproveitar meu tempo livre nos supermercados suecos para comprar tudo ao mesmo tempo: pão, carne e presunto sem ter que esperar terminar uma fila para ir lá e pegar outra? E se eu dissesse que nosso sistema é português! E pra ele usar a minha idéia porque a rede de supermercados dele é muito grande e com certeza os clientes com pouco tempo e saco como eu iriam amar ficar passeando ou comprando outros itens pelo mercado enquanto a senha do presunto não chama? E se eu acrescentasse assim: "Abílio, só tem o seguinte: se a idéia pegar ce me dá um ano de supermercado grátis ou um prêmio em dinheiro qualquer, hum, hum? "
Bom, a carta não vai sair, inclusive porque Renato achou que ele nunca me pagaria! Depois da lazanha vi ainda um comentário de uma brasileira (Sonia Lefet) quem viajou a Malmö, me agradecendo num site sueco ao qual frequento, por dicas do blog etc. e pensei tanán! Vou dar a dica pro Abílio Diniz de qualquer jeito, imagina se ele lê meu blog um dia? E quer saber? Vou dizer à minha leitora e chará para prestar bem atenção, quando estiver lá na Suécia, nas maquininhas logo na entrada de qualquer canto por onde for. Não banque a boba! E não pare atrás de quem estiver por ali com cara de trololó! Procure e você vai achar! Pegue uma senha e pense em algo bem legal para fazer até ser chamada. Você pode ir comprar outros itens de outros setores ou paquerar o moço da banca do pão.
O que? Você não sabe sueco? Ui! esqueci de dizer: as senhas são super legais quando a gente já entende a língua, inclusive porque números é uma das coisas mais chatas de se entender alguém falar em outra língua. Inclusive ainda porque as senhas podem chegar a, sei lá, 553 (femhundrafemtitre), por exemplo, algo nada fácil de entender em sueco.
Então minha super dica é: pegue a senha e fique bem atenta na boca do indivíduo que pronunciar o número porque eles falam rapidinho e passam pro número seguinte em fração de segundos se ninguém aparecer você Pluft! Se enfia sorrindo como quem diz: chegou minha vez!
Agora se você ficar indignada com o sistema, então é hora de aproveitar como eu uso tempo livre para bolar idéias mirabolantes e tente você também enviar uma carta pro dono do supermercado explicando que no Brasil a gente tem um sistema de filas o qual eles deviam copiar. É super legal e diferente chamado de fila indiana...
Comentários
Aqui em BH nunca vi nada assim, o jeito é esperar com calma.
Mas, olha, mandar e-mail ou carta para o Grupo Pão de Açúcar pode dar certo, não custa tentar!
Beijo de boa semana!
Agora, qto ao sistema de senha da Suécia, confesso q eu já passei por tonta várias vezes, qdo não sabia q tinha q pegar o papelzinho (rsrsrsrs). Ah, e tb quase perdi minha vez no mercado qdo resolvi zanzar longe do balcão de queijos.... rsrsrsrs.
Bjs e uma ótima semana
teu bom humor e amor pela vida sao empolgantes =) naquele post q tu falou sobre a alegria de ser mae quase me deu vontade de ter filhos! e nnunca penso nisso, alias, penso e digo q nao quero... tenho 24 anos. enfim, ja to enrolando, tudo de bom nessa terra brazilianis :P
bjos!!
Quer testar? Se tiver duas opções de fila (como no metrô), os fulanos vão sempre para a fila maior. Pior, as vezes tem caixas abertos e as pessoas ficam morgando na fila, sem ir lá olhar se tem um atendente (ok, acho mesmo que os atendentes fazem de propósito, porque o povo fala pelos cotovelos, mas tem um medo de perguntar, que dá dó).
Escreva sim para o Abílio, parto sempre do princípio que quem nao tenta, não tem nehuma chance.
Beijos
Tomara que o Abilinho leia teu blog e implemente esta idéia genial. hehe
beijão