(José Saramago e Wim Wenders, em "Janela da Alma")
Nem é tão tarde, mas eu estou e-xaus-ta!
Ainda assim queria muito postar este vídeo que tenho revisto dezenas de vezes nas últimas semanas.
Trata-se de um trechinho de um dos "filmes" mais lindos que já vi (na verdade é um documentário): "Janela da Alma", de João Jardim e Walter Carvalho, feito em 2001.
Acontece que tendo voltado a lecionar Filosofia (depois do rebolado inicial veio agora uma alegria interna imensa!) eu venho revisitado coisas que li e vi nestes anos para se somar às questões atuais de interesse e importância para os alunos.
Nesta parte da entrevista, tanto Saramago, nobel de literatura, quanto Wim Wenders, cineasta alemão falam tão humanamente, tão de alma aberta, sobre como nossas necessidades mais profundas são roubadas no mundo contemporâneo.
Um mundo onde a imagem rouba sempre a cena, onde a TV substitui o livro, onde a experiência de ver o outro por uma câmera substitui minha própria vivência, onde tudo é não só repetido em demasia, mas exagerado sem nenhum cuidado, a alma fica a mercê disso tudo porque, lá no fim das contas, há um produto para se vender.
Um mundo vazio, mas tão geniosamente construído que nos dá a impressão de que nunca tivemos tantas escolhas, de que nunca houveram tantas coisas para se fazer, assistir e viver. O problema, afirmará os dois de alma aberta, é que nós nem mesmo percebemos que desse tanto nossa alma, de fato, não recebe nada.
Assista porque vale muito a pena! E essas consideraçõezinhas que fiz aqui são só o começo do novelo!
Vê sim que é Lindo com L maiúsculo! Boa noite pra vocês!
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