Pular para o conteúdo principal

"Em todo lugar que eu olho agora"...


"Halo", Somnia Carvalho, 2014 
acrílico sobre tela, 1,60x1,1,40 cm

Há algum tempo postei aqui uma versão da conhecida "Halo", canção normalmente protagonizada pela pop Beyoncé, na voz da norueguesa que eu já havia apresentado a vocês. A versão, muito mais meu estilo, por ser calma, pausada e sem as batidinhas da primeira, vai bem mais fundo no sentido da canção. Sem contar que na voz de Ane Brun, para mim, é incomparável.

Essa versão ficou na minha cabeça, insistiu, ouvi e ouvi de novo dias seguidos até que, quando fui dar instruções para o Curta Metragem das minhas alunas e alunos de Mídias deste ano, veio de novo o desejo de trabalhar a diferença das duas interpretações. Pensar em como a mesma letra pode ser sentida de forma completamente diferente. Muitos odiaram! Outros, como eu, ficaram fãs da segunda.

Ouvimos as duas, analisamos, discutimos de vários pontos de vistas e abordagens. Quando foram fazer o curta do ano, a obrigação era que sua história tivesse uma mala, a música na versão da Ane Brun (não resisti a inclui-la) e a frase: "Esqueçam tudo que falei sobre o amor, até aqui só provei do ódio".
Claro, porque tenho tendência ao drama!



("Halo", Ane Brun)

O desafio foi lançado e histórias engraçadas ou dramáticas foram criadas. Entre elas, se destaca "Amor finito" que, ao meu ver, conseguiu dar uma naturalidade muito gostosa às três exigências, mesclando-as numa história criada por eles... Sem contar o uso muito bom que esse grupo de três meninas e dois meninos fizeram da câmera, do olhar, da edição... Adorei o resultado! (Só não consegui postar agora, porque o blogger não comporta o tamanho, farei isso no próximo post!).

Hoje, novamente, quando fui pintar resgatei um desenho antigo meu... o desejo que tinha de fazer uma série só com músicos, já que anos atrás fiz "O pianista". Adivinha qual foi a música que ouvi dezenas de vezes para compor a tela que vocês vêem aí? Exatamente! "Halo", de novo!

E então olhei para a tela e ela era um misto de cores de um cartaz de uma peça musical que vi na Suécia e estava ali no ateliê há algum tempo... Era também a mistura de uma amiga querida, cantora lírica, e seu corte de cabelo (a Cristiane) chanel. Tinha a boca de uma outra apaixonada por ópera... (a Ludmila), o violoncelo da versão de Brun. Ao mesmo tempo eu pensava numa outra pessoa que conheci e já adoro (Alê) que me pediu uma tela. Uma moça feliz, sorridente, cheia de vida! Alguém que imagino amando música!

Finalmente estou aqui... porque não queria deixar passar essa vontade de registrar como nossos pensamentos e nossas escolhas são este misto confuso e bonito de tantas coisas que vivemos todos os dias... Como somos marcados por pequenas coisas que transformam nosso dia, nosso jeito de viver cada dia...

E também para dizer: ai! que saudade de escrever aqui e de falar com vocês! De dividir o que tenho feito. Obrigada por tantos de vocês ainda estarem aí! De vez em quando recebo mensagens e cartas tão maravilhosas de agradecimento que põe no chinelo estes textos, mas aqui estou.

Minhas férias estão para começar e estou planejando, entre tantas coisas, pintar e escrever! E com certeza vou aparecer mais por aqui até o fim de 2014.

Beijo grande!

Comentários

Priscila disse…
Adorei a tela Soninha! E a versão da Ane Brun tbm! =)

Beijos

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come...

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest...

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que ...