Pular para o conteúdo principal

Livres, mas acorrentados: Rosseau para começar o dia


("Halleluja", Molly Sanden)

Já teve manhãs em que você acordou e sentiu, mais do que em qualquer outro dia, uma sensação realmente pulsante lhe dizendo assim: "estou viva!", "estou viva!", "esta é minha vida!"?

Então eu tenho isso com certa frequência, eu devo assumir.

Brincando de ser filósofa, de ser artista e sendo pisciana é fácil eu me sentir arrebatada por alguns momentos e pensar: "Caramba! minha vida é aqui e agora e eu estou vivendo-a!".

Semana passada eu fiz a mesma pergunta para alunos e alunas do terceiro ano do colégio onde dou aula. O tema era Rousseau e como este filósofo francês acreditou que o sentimento, e não a razão, é capaz de nos fazer sentir a verdadeira liberdade.

Para Rosseau nós nascemos livres. Além disso, somos naturalmente bons. Perdemos tanto a bondade natural quanto o sentido de liberdade por conta das imposições sociais, cobrando de nós maneiras adequadas de se relacionar.

Nós somos civilizados, no sentido muito castrador do termo, embora, claro, o filósofo não pense que devamos então voltar à barbárie. A ideia de Jean-Jacques Rousseau é que tenhamos momentos em que nos abandonemos aos mais puros sentimentos humanos. A música, segundo ele, é algo que proporciona  facilmente alguns desses momentos. Por essa razão, Rouseau também compôs uma ópera e escrevia romances. A leitura, a música nos arrebata deste mundo de trivialidades, de artificialismo e aí encontramos o mais puro eu.

Precisamos retornar ao nosso estado de natureza no sentido de deixarmos que os sentimentos nos toquem profundamente. Os sentimentos bons, porque somos bons desde que nascemos. Como lutar então com a imperfeição criada pelo convívio em sociedade? Fazendo a medida e seguindo aquilo que de fato sabemos ser o correto, o bom a fazer e agir. E viver!

Há tanto mais em Rousseau e obviamente a música que trago neste post está longe de ser um clássico ou qualquer coisa assim, mas hoje acordei com Jeff Buckley na cabeça. Acordei cantarolando Hallelluja tão fortemente, tão bregamente, tão sentimentalmente. Acabei encontrando esta versão sueca desta música que gosto tanto e não me contive em compartilhar.

A versão fica menos cool, mas eu simplesmente adoro ouvir sueco. Será que sou a única apaixonada por este idioma?

Então, minha gente brasileira, minha gente sueca, minha gente portuguesa e de tantas outras nacionalidades que passa por aqui e tanta gente a qual conheço através dessa rede, através das fotos incríveis que vejo no instagran todos os dias, desejo a vocês hoje um dia em fantasticamente suave e que você encontre seu mais puro e real eu e não fuja dele... mas se deixe tomar pela sua humanidade.

...

Eu já falei algumas vezes do Fórum Landmark Brasil. Há algumas coisas na vida que não podem esperar como, por exemplo, a gente aprender a viver a vida da gente de forma intensa e perfeita.

Então, aqui vai o último convite para o fórum que começa na próxima semana:

Última Reunião de Introdução antes do Fórum Landmark (22, 23, 24 e 26 de junho) é HOJE, 19/06. Estejam TODOS CONVIDADOS!!!

A VIDA É AGORA, e VOCÊ SÓ TEM ESSA, então APROVEITE-A!!! Tome uma AÇÃO JÁ para ter desempenho em sua vida naquela(s) área(s) que mais te importa(m).

LOCAL: Av. Professor Alfonso Bovero, 1201, conj. 3a - Perdizes
Horário: das 19:30 as 22:30
CONFIRMAR PRESENÇA pelo Tel. (011) 3675-4088.


...

Ótimo dia!

Comentários

Lu Souza Brito disse…
Oi Somnia,

Chegando aqui com atraso, mas devo dizer que há dias que me sinto exatamente assim. E por mais engraçado que possa parecer, hoje mesmo (27/6) tenho refletido bastante sobre alguma das coisas aqui apontadas, incluindo a nossa forma de levar a vida tentando ficar em conformidade com as tais regras da sociedade, o que nos leva a momentos de depressao e insatisfação sem que ao menos percebamos. Em outros caso, parece que temos vidas (nossa vida) que corre paralelamente, uma confusão entre eu sou assim, mas ajo assado, eu gostaria de agir assim, etc.
Vixe, me empolguei, é que o tema é mesmo muto bom. E a musica linda!
Eu acho lindo nao só o sueco, como o frances, o ingles, e o italiano, espanhol...adoro linguas, mas nao me apliquei ainda a aprender nenhuma delas.
Quer me ensinar sueco? rsrsrs
Beijao
Uai gente, tô com saudade de você!

Postagens mais visitadas deste blog

Azulejos em carne viva? O que você vê na obra de Adriana Varejão?

( "Azulejaria verde em carne viva" , Adriana Varejão, 2000) Gente querida, Domingão a noite e tô no pique para começar a semana! Meu grande mural preto, pintado na parede do escritório e onde escrevo com giz as tarefas semanais, já está limpinho, com a maior parte "ticada" e apagada. Estou anotando aqui o que preciso e gostaria de fazer até o fim desta semana e, entre elas, está finalizar a nossa apreciação da obra de Adriana Varejão , iniciada há dias atrás. Como podem ver eu não consegui cumprir o prazo que me dei para divulgação do post final, mas abri mão de me culpar e vou aproveitar para pensar mais na obra com vocês. Aproveito para convidar quem mora em São Paulo a visitar a exposição da artista, em cartaz no   MAM , Museu de Arte Moderna, no Parque Ibirapuera, com entrada gratuita e aberta ao público até 16 de dezembro deste ano. ("Parede com incisões a La Fontana", Adriana Varejão, 2011) Para "apimentar" a dis...

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que ...

Na Suécia também não tem... bebê com brinco na orelha

("Não tem brincos: é menino ou menina?", criança sueca posa para grife Polarn O. Pyret ) Nove em cada dez vezes que alguém no Brasil tenta ser simpático com uma grávida ou alguém com um bebê de colo a pergunta é sobre o gênero da criança. Menino ou menina? Já repararam? Embora essa pareça ser a única pergunta possível para tanta gente, a verdade é que ela diz muito sobre nosso modo de ser e pensar e a importância que damos ao sexo e a escolha sexual de uma pessoa. Tomemos outra situação: quando alguém olha para um bebê menino nas ruas no Brasil você acredita que haja alguma expectativa quanto a algum sinal, uma marca, deixando claro e evidente se tratar de um menino? E quando encontra uma menina? Bom, fato é que nossa menina Marina agora tem 8 meses e eu simplesmente não tenho condições de contar as dezenas de vezes em que fui parada nas ruas em São Paulo por alguém perguntando se tratar de uma menina ou de um menino.  Até aí nenhum problema! Bebês no começo não ...