Pular para o conteúdo principal

As telas das ganhadoras do concurso com pitada de filosofia e psicanálise de botequim

("Sigmund Freud", Andy Warhol)

Se vocês forçarem um pouco a memória aí lembrarão do concurso que fiz em março para as leitoras que deixassem resposta à pergunta "Que tipo de coisa consegue lhe deixar realmente feliz", num post feito por ocasião de meu aniversário.

Devem também se lembrar que as vencedoras do concurso foram Mariahh, do Alentejo, Lilás, do Rio de Janeiro e Liana, de Malmö e que também receberam a promessa de ganharem uma tela minha de presente. Talvez nem mesmo elas se lembrem de tal promessa, mas eu já disse que tardo, mas não falho...

Depois de muito pensar, de tentar alguns rabiscos e telas que coloquei de lado, finalmente aqui estão as telas de presente para as três. Entretanto, como já conhecem de outras datas, minha empolgação com arte, filosofia e psicanálise não me deixa apenas postar as fotos dos três quadros.

Isso porque, enquanto fotografava e olhava para as telas feitas, fui pensando como não existe nenhuma ação nossa que não seja resultado de muitas outras ações, de pensamentos e vivências que tivemos. Sofremos influência de tudo e de todos ao nosso redor, desde que nosso cérebro ache "adequado" sofrer tal interferência.

Desde nossa história passada, o jeito como nossa mãe nos segurou ou afagou no colo quando crianças até o instante anterior a este, todos eles se somam ao que somos. Eu acredito que nossas escolhas (até mesmo uma simples de entrar ou não com o pai na Igreja) são resultados do aprendizado, do amor ou do ódio, das pressões balanceadas com o desejo de ser livre, do acaso com o qual esbarramos todos os dias. E é por essa razão que não dá para subestimar o efeito que uma experiência ou educação maravilhosa ou traumática possa ter em nossa vida...

Bom, passando à filosofia da criação das telas e o porquê de eu ter mudado minha idéia inicial (a de criar para cada uma dessas três mulheres um abstrato inspirado na paisagem na Suécia), eu começo dizendo que o fato de saber quem elas eram tornou bem mais difícil a pintura do que em qualquer outros casos. O pouco ou o muito que sei de cada uma, o que imagino delas e de suas expectativas sobre as telas que eu faria tiveram que se somar ao que eu também queria criar para cada uma, ainda tentando expressar minha liberdade de criar e meu estilo... E fazer isso não foi mesmo nada fácil. Ao menos até ter certeza absoluta do que eu queria pintar.


1a. A história de Mariahhh e de sua tela...


Sunset, Somnia Carvalho, junho 2010
24 x 30, mixed media work

Mariahhh está entre as leitoras e comentadoras com quem mais eu tenho trocado idéias filosofais. Um pouco no blog e bastante por email. Ela vive no Baixo Alentejo, em Portugal, e como eu (infelizmente eu não por muito tempo) tem o privilégio de viver perto do mar. Em nossas conversas eu soube que ela gosta de algumas telas abstratas minhas e uma das coisas pelas quais é apaixonada é ver o pôr do sol em algumas épocas possíveis do ano:


"No final do dia, com o sol a pôr-se e principalmente nesta altura do ano (Primavera),
temos um contraste de cores e luz lindíssimo.
Muitas vezes ao deparar-me com imagens dessas, dou por mim a pensar no quão feliz eu sou.
São momentos, mas são tão importantes e a nossa felicidade não é mais do que o somatório de todos esses momentos."


O sotaque escrito da Mariahh, seu jeito poeticamente português de ver a natureza, de escrever suas Singularidades e de ver tanta sensibilidade no que eu escrevo e sua vida jovial, mas carregada de tanto sentimento fez com que eu primeiro tentasse apenas criar uma pintura de um pôr do sol da frente da minha casa. Tentei, mas o resultado cheio de realismo me incomodou e me desfiz da tela.


("Majesty", Sivert Hoyem, como vocal do grupo Madrugada)

E, então, meu desejo de criar algo que tivesse a ver com Mariahh me fez lembrar dela descrevendo estar doente deitada, lendo meus posts, ouvindo músicas que eu já havia postado, que aprendi a gostar no blog de amigas não tão virtuais, e das quais ela já gostava... Se somou ainda ao desejo de criar algo colorido, abstrato, mas que ainda tivesse referência com aquele pôr do sol. Algo para uma jovem que sabe apreciar de Sivert Hoyen a heavy metal...

(O inspirador pôr do sol de frente de casa, maio de 2009)

Não sei se Mariahh, ou qualquer outra pessoa, gostará ou não do que criei, porque pintura é normalmente assim: a gente é ama ou odeia, mas adoro filosofar e fiquei bem feliz com o resultado porque vejo que foram todas essas vivências grudadas em minha mente que se juntaram nesta tela... e cores, muitas delas, enquanto eu olhava para a foto que fiz na sacada de casa no ano passado.



2a. A história de Beth Lilás e de sua tela...


The yellow Sweden, Somnia Carvalho, junho 2010
24 x 30, mixed media work

O segundo nome tirado por Ângelo em um dos papéizinhos daquele mês de março havia sido inacreditavelmente quem mais fez comentários neste blog, desde sua criação em 2007.

Beth Lilás, do Mãe Gaia, a Beth, a Betona, a Lilla, a Lilasona, a amiga virtual com quem adoro fazer trocadilhos de nomes e com quem também troco um pouco da vida por email, ou quando estou lá lendo seu blog... A amiga de muitas outras de vocês e que faz questão de deixar comentários na caixa de todos os blogs pelos quais passa...

Eu sabia desde o início que uma paisagem dos tais "amarelinhos" suecos (plantação de canola) dos quais falei muito aqui, e que também já haviam sido tema de outras pinturas minhas, cairia bem para ela que adora subir, literalmente, a serra e aproveitar seus fins de semana junto da natureza. A mesma pessoa enlouquecida por flores e cores, que se deleita enquanto cuida de seu jardim.

Embora eu também tenha desejado pintar flores em lilás, depois um retrato da Lilás em tons de roxo, acabei ficando com essa primeira idéia dos amarelinhos, porque queria algo que lembrasse a Suécia...

Também descartei um pastel que havia feito para ela e acabei ficando com esta tela. Aqui criei esta paisagem do início da primavera que, apesar de ser característica em muitos países da Europa, é para mim o símbolo da Suécia onde aprendi a ser mãe e a ser a Borboleta Pequenina.

Aqui se junta massa corrida para dar volume aos azuis do céu e muitas florezinhas secas, as quais ganhei de presente de uma querida amiga, a Márcia, outra que cuida de seu jardim como cuida de suas filhas e dedica horas de seu tempo, todos os anos, a fazer um jardim todo colorido, quando a primavera chega. A Márcia colheu estas flores e me deu no dia de minha vernissagem e logo que vi as florezinhas caindo em minha mesa de jantar sequinhas eu pensei ao mesmo tempo na Lilás. Vi nas duas amigas algo em comum e nas flores algo que as une entre si e as une a mim.

Escolhi a dedo a cantora Laleh, uma iraniana-sueca, quem conheci nestes anos de Suécia e quem ouço quase diariamente. Foi ouvindo repetidamente sua música "Big city love" que criei a tela da Lilás, já que esta segunda ganhadora vive numa das maiores, mais contraditória e linda cidade do mundo, o Rio de Janeiro, cidade que ama, mas de onde também foge para além dos muros tentando sentir outro tipo de amor.



("Big City Love", Laleh)

Big City Love

"Along the big city walls
I walked for a while
looking for that face
I always recognise
hello hello
it’s been a while
ages ago
but your voice still feels

this it what they call
big city love
just play it by heart
‘cause I believe in true love
this is what they call big city love
play it by heart
though it’s a sad sad call

this it what they call,
big city love
‘cause I believe in true love

there’s no where to fall
along the city walls
along the city walls

...

And all the letters that you wrote
I want them all gone
I send them back to you
with a red heart on them
and in my memories I’ll try
erasing you for good
and all the hopes I had
projected on you

was looking for
was looking for
a place to hide away, to hide away
instead I lost, instead I lost the
heart I gave away,
oh we sang those songs
sang those songs
you comfort me you comfort me
and now and now
let’s call it destiny

This is what they call
big city love
play it by heart
cause I believe in true love
this is what they call
big city love
play it by heart
though its a sad sad call
This is what they call
big city love
play it by heart
because I believe in true love..

There’s no where to fall
along the city walls."

Laleh


3a. A história de Liana e de sua tela...


"Amor perfeito", Somnia Carvalho, junho 2010
20 x 60, mixed media work

Esta tela destoa claramente das outras duas paisagens e provavelmente isso se explique pela minha natural dissonância e gosto diverso. Ainda não consigo me fixar num único estilo, repeti-lo exaustamente para caracterizar um jeito só Somnia de pintar. Tenho tentado três diferentes projetos e esta tela da Liana se encaixa em um deles.

Quando estava criando mais alguns quadros para a vernissagem pensei que para a Liana tinha que ser algo do projeto "All we need is love". Tinha que ser porque não conheço gente mais apaixonada e cuidadosa que ela por seu romântico e, tal como eu, amante de música brega, Thiago.

Para ele quem vive cantarolando tudo quanto é tipo de música brega-apaixonada-brasileira e fazendo caras e bocas para sua amada. Para ela, quem tem na chamada do seu telefone a voz do marido cantando "É o amoooorrr... que mexe com a minha cabeça e com meu coraçãããooo..."

Conheci a Liana por acaso no curso de sueco e descobrimos que morávamos no mesmo bairro em Sampa, frequentávamos até a mesma padaria... Nossos filhos brincam juntos, cozinhamos, dividimos inúmeros momentos juntas... Sei de seus amores, seus sonhos, suas dores e sua inabalável crença no amor.



("Amor Perfeito", Roberto Carlos, Pacaembu, 2004)

Foi então automático que minha memória buscasse um dos nossos maiores românticos e apaixonados para me inspirar na tela... Ao som da sofridíssima "Amor perfeito", do Robertão Carlos, uma música com a qual eu também bregamente chorei na minha adolescência, eu acho que fiz e desfiz umas seis tentativas de tela.

Provei dezenas de cores, jeitos diferentes de compor essa idéia sofrida que todos nós românticos sem chance temos sobre perder nosso grande amor. E brinquei com uma foto deles que eu havia tirado ano passado, com a letra de outro reconhecido romântico brega Michael Sullivan. Juntei bijouteria e miçanguinhas coloridas, tudo aquilo que faz parte de um sonho de garota sobre como o grande amor da nossa vida nos é essencial.

Ao mesmo tempo também tomei um desenho lindo, lindíssimo, do Picasso, que eu acho não tinha nada de brega, e que também dá um tom adulto ao amor de Liana e Thiago. Eu queria uma mistura do amor idealizado, do amor carnal, do amor real cheio de contradições.


("Casal", Pablo Picasso)


E assim cheguei no resultado que vocês vêem aí acima e que é, nas minhas divagações filosofais, artísticas e freudianas também uma referência às reproduções de fotos de famosos impressas em silk-screen por Andy Warhol, na década de 60. Primeiro fiz involuntariamente, depois percebi nas outras telas do projeto que a referência era clara e fiz questão de ressaltá-las.

Eu já li tanto sobre ele, já vi tantas telas, assim como vocês também que percebo o quanto acabei sendo influenciada por ele, como tanta gente já foi...

Contudo, ao contrário de Warhol, para quem a arte na época da reprodução técnica, da TV e do cinema não passava de mais uma mercadoria a ser copiada e vendida, eu ainda vejo a possibilidade de fazer (no meu caso, tentar fazer) da arte algo possível. Sou mais otimista e por isso meu tema não são produtos vendáveis, mas a vida íntima de cada um. Estampada em uma tela, colorida e misturada a outros materiais, às vezes um momento único esquecido o qual toma vida novamente.

Talvez a arte ainda seja mais que só mercadoria porque, para além da necessidade das coisas em si, nós carecemos e reclamamos a forma como elas nos são entregues ou como delas nos apropriamos. Ainda acredito que elas no fundo não são nada se junto não estão carregadas de amor. Eu sou uma romântica incorrigível e ainda acho que tudo o que nós mais precisamos mesmo é de amor...


Amor perfeito

"Fecho os olhos pra não ver passar o tempo, sinto falta de você
Anjo bom, amor perfeito no meu peito, sem você não sei viver

Vem, que eu conto os dias conto as horas pra te ver
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você

Os segundos vão passando lentamente, não tem hora pra chegar
Até quando te querendo, te amando, coração quer te encontrar

Vem, que nos seus braços esse amor é uma canção
E eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você, sem você

Eu não vou saber me acostumar sem sua mão pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender, sem seu carinho, amor, sem você
Vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração
Já não importa quem errou, o que passou, passou então vem

Vem, vem, vem"

letra: Michael Sullivan, voz: Roberto Carlos

Comentários

Ivana disse…
Bom dia, Sônia!
Que sorte a destas meninas sorteadas!
Não entendo muito de artes, mas meus olhos se agradaram de todas! Adoro este trabalho que fazes com fotos e que fazem parte deste tema de tua última vernissage!
Sonia, sempre me causa tamanha admiração pessoas como tu, que fazem tão lindamente tudo o que se propõe a fazer. No seu caso, ser mãe, pintar, escrever... Ai, ai, quero ser assim também quando eu crescer. ;-)
Beijos!
Unknown disse…
Minha amiga querida,
Que emocão receber essa declaracao de amor sua em forma de pincéis, cores, emocões, carinho, idéias, criacão...Me sinto honrada e privilegiada em ter sido sorteada (mesmo as que contestem que possa ter havido marmelada, mas nao foi não :)
Eu sou apaixonada sim e serei sempre, assim sou eu!
Obrigada pelo carinho e amizade..já estou com saudade de voce
Nao será facil a despedida... ai ai ai!
beijos Liana
Beth/Lilás disse…
Somnia, Sonia, Soníssima, minha borboleta amiga de tão longe e que agora voará para mais perto!

Primeiro eu li o email, chorei lendo, ouvi a música pelo youtube, estou ouvindo até agora e meus olhos estão marejados.
Você me emocionou todos esses anos com seus belos textos, sua poesia de vida, sua arte agora expressa tão lindamente nas telas e ainda ganho este presente maravilhoso para coroar de lembranças este bom tempo que a acompanhei por aí na encantada Suécia. Como valeu a pena ter te encontrado na vida!

Minha amiga, obrigada de coração, obrigada mesmo!

Você acertou em cheio na tela, tem tudo a ver comigo, com minha estória de olhar a vida assim, sempre com as flores à minha volta. Elas foram presentes toda a minha infância, já que meu pai era florista, tinha loja e me enviava sempre uma corbeille nos aniversários, fora isso a casa sempre teve flores enfeitando, hábito que levei para minha vida adulta, pois estou toda a semana a comprar flores no mercado para enfeitar a casa.
Talvez isso seja a lembrança eterna de meu amado pai e agora você, com esta homenagem linda e que muito me honra, conseguiu captar a essência maior de minha vida.
Minha mãe também ficaria emocionada se lesse tudo isso, ela sempre me diz que esta minha ligação com as flores pode ter vindo tanto de minha avó materna quanto de meus avós paternos - todos numa ligação grande com as flores.
Quando me envolvo no jardim, coisa que ando meio afastada até, preciso retomar, mas volto sempre pra dentro de casa com alguma flor enfiada nos cabelos, adoro isso!
Será que estes espíritos (se existem) a inspiraram para isso, fico aqui me perguntando!!!???

Seu tempo por aí está se esgotando, mas precisamos retomar uma alma tão rica e sensível para nosso país, afinal temos carência disso, mentes inteligentes, artísticas e amorosas e não podemos deixar que se percam tão longe. Por isso estou feliz com sua volta.

Obrigada, mais uma vez.
beijos grandes
Maariah disse…
Querida Somnia, estou também eu com os olhos rasos de água. Li o post devagarinho, saboreando cada palavra, sem pressa de chegar ao fim, como se faz com um livro quando não nos queremos despedir das personagens. Sem pressa também aqui de chegar ao fim. Então vejo o quadro, lindo, as minhas cores preferidas, inspirado no pôr-do-sol que eu tanto gosto e tendo como música de fundo a voz fabulosa do Sivert Hoyem. Obrigada, muito obrigada. As tuas palavras bastariam para me deixar feliz, mas o quadro vem brindar essa felicidade.

Obrigada pelo carinho, Somnia, espero que no Brasil continues a contar as tuas histórias e a filosofar connosco. Um abraço
Sou testemunha, não ocular, mas de audição de que a Beth se emocionou muito mesmo com sua tela, suas palavras e sua homenagem, Borboleta!Ela me ligou chorando e lendo com voz embargada seu post pra mim, pois eu fiquei o dia todo sem conexão. Além da sua sensibilidade em captar o que cada amiga guarda dentro de si, as telas estão lindas mesmo.
Realmente essa blogosfera anda fazendo verdadeiros pequenos milagres na vida de todas nós! Foi lindo ser testemunha de tanta emoção e amizade verdadeira.
Beijos.
Somnia Carvalho disse…
Oi Ivana!

Você gosta daquelas das fotos? olha eu acho que ainda vou melhorar muito o jeito de faze-las sabe, to aprendendo a trabalhar com esse material novo, colagens etc... mas o prazer que tenho quando as faco, voce nao acredita!!! rs...

passei no seu agradabilissimo canto tambem!!! e que gatos voce tem de companhia hem sua danadinha! rs...

beijao,
Somnia Carvalho disse…
Li, eu nao contei no post o quanto chooooorei quando fiz a tela... ce nao acreditaria mesmo! chorei na primeira versao, na segunda, na terceira... rs

e quase nao coloco na vernissagem porque vc viu que nao tinha nada de nada acabado, mas eu queria que vcs vissem que sao inspiracao... seu modo tao entregue de amar, o jeito engracado de voces dois, apesar de nao ser amor perfeito...

pra mim e mais importante o quanto voces querem que ele seja perfeito sabe? voce sobretudo!

foi especial faze-lo... a foto do quadro ficou terrivel! rs...

beijao
Somnia Carvalho disse…
Lilasona querida,

vi seu email, vi esse comentario e tudo o mais! e nao posso deixar de dizer obrigada... voce tem me dado tanto incentivo desde que comecou a passar por aqui minha amiga que nao tinha como ser o contrario!

foi mesmo uma coisa "abencoada" como diz minha santa maezinha o angelinho tirar seu nome junto das outras duas queridas!

e eu pude lhe dar este presentinho... nao sei se a tela em si vale mesmo algo, mas a intencao era das melhores!

e sobre as flores: nao, Lilla, voce nunca me falou de seu pai... nunca contou seu passado de filha de florista... eu vi isso em alguns posts que vc publicava fotos, mas sobretudo nas entrelinhas do quanto vc descansava quando tava na casa da serra... no quanto a natureza e as flores fazem parte da sua alma... voce explicita em varios posts, mas acho que deixa marcado em varios outros em que nao diz diretamente tambem...

fiquei emocionada com seu email, obrigada!!! fico feliz que tenha ficado feliz... mas fiquei preocupada que ce chorou tanto... rs... to sendo ma?

beijossss
Somnia Carvalho disse…
Mariahhh,

vi agora seu email e o post que fizestes para mim! que lindo! nunca fui tao citada na internet! rs...

e incrivel como a gente pode nao se conhecer e sentir tanta conexao nao e mesmo?

eu queria mesmo era ter feito uma tela muuito grande! para os abstratos foi a primeira vez que faco tao pequenino, por conta do correio... trabalhar na tela gde e muito mais facil, mas ai esta o que consegui pra voce...

foi com muuuito carinho, como disse no post...

e de novo fico imensamente feliz por me veres assim: as vezes eu mesma esqueco que posso ser legal, porque claro que eu nao sou essa belezura que os posts mostram... rs... e um lado da somnia, mas de fato a somnia e muuuito mesmo cheia de otimisto e amor pela vida...

com seus altos e baixos de pisciana, filosofa artista, como sempre digo...
depois ponho o link do seu post aqui para o pessoal ver...

agora to correndo muuuuito! e vou deixar esse post grandao mais um dia circulando como o atual...

beijoca
Somnia Carvalho disse…
Glorinha,

eu tambem sou testemunha do carinho e cumplicidade de dona Lilas por voce! rs...

ela me contou no email o quanto chorou no seu ouvido... pelo post e ainda por perder o comentario!

eu fico pensando que agora de volta ao Brasil vou poder desvirtualizar muita gente! e as cariocas estao na minha mira!!!
voce innnnclusive!! rs...
Oi Sonia! Aliás, a dona Lilás tb tem sido meu ouvido de crítica (quase nunca) e de incentivo (sempre), pois tenho feito dela minha ouvinte dos meus escrevinhamentos...leio pra ela todo dia meu futuro livro que está saindo do ovo da minha cabeça...heheainda tenho muito oque escrever e a pobre coitada vai ter ainda muito o que ouvir!
Com certeza, vamos nos desvirtualizar sim senhora. Eu e ela vamos conhecer a senhorita Marina, o monsieur Ângelo e os srs seus pais!Vai ser um enorme prazer!
Beijão!
Lúcia Soares disse…
Sônia, adorei todos os trabalhos.
O que é do homem o bicho não come, não é?
A Beth disse que ainda ganharia uma tela sua e olha aí!
Também fico muito feliz em ver que as coisas sempre se encaminham para serem do jeito que têm que ser. Não adinata só a gente querer, o Universo tem mesmo que conspirar a nosso favor.
Adorei a tela com a colagem, achei o máximo a mistura.
Estou esperando sua chegada, seu "assentamento" e a oportunidade de conhecê-la também, o que me dará enorme prazer.
Beijos!
Luciana disse…
Somnia, lindo demais, adorei as telas, as palavras, as músicas... Post belo, inspirado. Tenho certeza que as meninas vão adorar o presente.

Beijo

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que