("La musique", Henri Matisse, 1939)
O dia está azul. De azul celeste o céu e turquesa o mar. Já posso ver o gramado que há dois meses estava coberto pela neve. A cor do dia engana sobre os -2 no termômetro, mas tudo já está com a vida que anuncia a Primavera.
Dentro de mim continua, gracias à vida!, crescendo alguém e os enjôos começam a ficar mais espassados.
Estou bem feliz hoje! Primeiro porque escrevi o post abaixo, respondendo a uma carinhosa leitora sobre dicas para quem se muda para cá. Segundo, estoy ocupadíssima com meu segundo workshop. Sim! Sim! Salabim! como diz minha amiga Xu...
Por conta daquele primeiro, duas pessoas que lá estavam agora querem que eu organize outro, com dinâmica e objetivos diferentes, para um grupo de cem pessoas. Lá mesmo na Sony Ericsson.
Por conta disso estou inspirada com pintura e música, que será o tema do dia para o time que trocará seus dias objetivos e práticos para um mergulho na arte.
Para mim é sempre bom demais trabalhar naquilo que mais adoro fazer. E talvez por conta do "sucesso" que eu mesma atribua a isso em momentos assim sempre lembro de uma coisa boba, mas inesquecível, que aconteceu, quando entrei para a faculdade de filosofia, durante nosso "trote de calouros".
No meio dos milhares de calouros que entravam naquele ano de 1994 na Unicamp, junto aos veteranos de outros cursos, havia a banca da filosofia com três estudantes. Um deles (não me lembro dos outros) o Giovanni*, cujo olhos azuis a gente não esquece, perguntou-me: "Sônia, qual o motivo de você ter escolhido filosofia? Fama, dinheiro ou poder?"
Era uma pergunta para a qual não havia resposta, já que, segundo eles, a filosofia não prestava para nada dessas coisas. Aliás, essa era a grande arma da filosofia: ela não se prestava a ninguém, nem a coisa nenhuma.
Passei no teste dos calouros e não recebi nem guache, nem ovo nem nada para a decepção de uma caloura interiorana. E, depois de muitos anos, estou eu aqui. A diferença era que minha expectativa quanto à fama, dinheiro e poder nunca foi muito grande e de, certa forma, fico feliz em ter um pouquinho de nada disso tudo!
Desejo um dia cheio de liberdade e energia boa para vocês ao som de "Une jeune fillette", da trilha do inesquecível filme "Todas as manhãs do mundo". E uma porção inspiradora para a Dri que logo embarcará em terras francesas de novo. Bom dia!
("Une jeune fillette", Melodie populaire, arrangement, J. Savall)
...
* O Giovanni se tornou meu amigo depois e vivia recitando poemas pelos corredores. Ele era inteligente e sensivel demais, mas não chegou a terminar o curso conosco. Viajou e não mais voltou. Dedico essa canção a ele hoje...
Comentários
E que inspiração! Adorei. E eu, que já estou cheia de expectativa por mais essa viagem, me enchi ainda mais de alegria com o seu texto, por sentir seus sentimentos vivos, alegres e inquietantes, como sempre.
Parabéns por mais um workshop! Vc realmente merece esse sucesso internacional. E que suas manhãs continuem sendo tão inspiradoras quanto as de hoje....
Au revoir!
Bisous
ouve a musica depois em casa!
beijocas
adorei ver/ler os posts...
minha disciplina preferido no priemiro semestre de Museologia foi justamente os
Fundamentos da Filosofia, com um professor
que esta fazendo Doutorado em Kant.....
Tava inspirada mesmo com a bela música, adorei!
bjs cariocas