(Foto de dois meninos brincando de bonecas numa das pré-escolas suecas exibidas no site de propaganda do lugar, fonte: Bjurhovda Södra Förskola)
Eu sei que não existe (ainda) paraíso de igualdade entre os gêneros, mas a Suécia está muitos passos adiante do que vemos no Brasil e no mundo. Talvez por isso eu tenha sempre em mente tantas comparações e por isso coloque tanta atenção em coisas que uma amiga sueca, por exemplo, nem notaria.
Há vários e vários exemplos de maior igualdade entre mulheres e homens aqui. Bom exemplo é a boa representatividade na política, nos empregos, em geral, e na forma de como cuidam dos filhos e das suas casas.
O fato de que na Europa não há tanta mão de obra barata, como temos no Brasil, já é consequência de outra coisa diferente: pouca gente tem empregada doméstica, babá, jardineiro, cozinheira, faxineira, costureira e por aí vai. Só nas frases ditas até aqui eu penso em desenvolver uns dez posts, porque é assunto demais, mas vamos ao tema desse...
Um dos argumentos que mais gostei no texto da Lola é: "A língua é um reflexo da sociedade que a usa. Se a nossa língua continua preconceituosa, é porque a sociedade continua preconceituosa (...)".
Quase sempre que recebo alguém visitando a Suécia eu adoro levar esse alguém nos playground daqui. É neles que levamos os filhos para brincar e trocamos algumas idéias com outras pessoas. Como há segurança nas ruas a gente pode sair e brincar, sem medo etc. E é aí que uma cena tipicamente sueca pode ser vista: em meio a dezenas de mães, a gente vê também outras dezenas de pais (no caso, homens mesmo) cuidando de seus filhos e filhas. Eles dão comida, brincam, trocam fralda, levam ao médico. Isso num dia de semana qualquer. Não estou falando de horas vagas, estou falando do dia a dia de milhares de homens suecos, porque eles são exemplos de pais que tiraram licenca paternidade, enquanto suas esposas estão trabalhando. Esse é um direito que os casais suecos tem. A licença de um ano e meio pode ser dividida como deseja o casal e como convém para ele.
Com as mães e pais com quem já conversei nesses lugares e em outros vejo que é bastante comum entre os casais suecos que estes dividam a licenca. Isso não me pareceu ser tão verdade quando o homem é estrangeiro ou a mulher. Normalmente quando um deles não é Europeu acontece o que normalmente acontece entre casais brasileiros: a mulher é praticamente a única responsável por cuidar dos filhos e da casa. O marido sueco delega isso se sua mulher vem de um país onde ela aprendeu a assumir tudo sozinha ou a mulher ou a mulher sueca acaba assumindo isso se o marido veio de um país onde ele sabia que seu papel era outro que não esse.
Bom, a coisa mais engraçada (ou triste, depende do ponto de vista) é que, se alguns de meus visitantes acham a cena louvável, outros a acham muito estranha. Feia. E ver tantos homens, no horário de trabalho, ali "não fazendo nada" como tantas outras mulheres incomoda. Por que? Porque trabalha sério mesmo é quem trabalha fora de casa. Quem pica cartão na empresa e tem salário no fim do mês. A maior parte de nós está tão acostumado a pensar o trabalho de mãe, dona de casa etc como uma tarefa feminina que acha que homem que faça o mesmo é meio vagabundo.
Isso não quer dizer que as pessoas que sentem um certo estranhamento ao presenciar essa igualdade de gêneros aqui na Suécia tenham má vontade com as mulheres. De jeito nenhum. Muitas são também mulheres. O fato é que está tão grudado na nossa cabeça que quem deve sair para matar a fera todo santo dia e manter o "sustento da família" é o homem que elas, ao ver uma cena de parquinho assim, sentem como se o homem é que estivesse algo fora do seu lugar natural, isto é, fora de casa.
(Menino e menina sueca limpando o quintal do prédio onde morei, com um pouco de ajuda e supervisão do pai, no dia que o rodízio da limpeza era da família, Malmö, novembro de 2008)
O mesmo acontece quando o assunto são as mulheres que trabalham em empregos tidos como "masculinos". Muitíssimas mulheres daqui são pintoras de casa, ou mecânicas, ou jardineiras, motoristas. Sempre vejo umas aqui no condomínio que vêm para consertar problemas de toda ordem. E elas usam aquelas roupas cheias de apetrechos de arrumar tudo. Eu fico babando na parafernália e queria ter umas caixas daquelas só para mim.
Normalmente a piadinha que nós brasileiros fazemos é sempre é se elas não são "sapatas". Mulher que faz serviço mais pesado ou tido como de homem não é muito mulher, mesmo quando a gente provavelmente é quem resolve tudo isso também dentro de casa. Se esse for um serviço pago, reconhecido fora, então é muito esquisito. Só se a gente fizer quietinha, no lugar do marido, sem reclamar que não é ele quem troca a lâmpada, fura parede, conserta a tampa do vaso sanitário. É claro que se for o homem que tem um emprego fixo, registrado fazendo aquilo que também conseguimos fazer aí tá tudo certo.
Bom, talvez essa igualdade sueca até seja engolida para alguns machistas ou algumas machistas de plantão, mas se a gente não tocar num ponto x da questão. Nas escolas suecas não há (até onde tenho conhecimento, vocês que vivem aqui podem me ajudar nisso) separação de atividades femininas e masculinas. As meninas aprendem a jogar futebol e todos os dias há dezenas disputando campeonato aqui em frente de minha casa nos campos onde outros homens também jogam. Da mesma forma, os meninos aprendem inúmeras atividades ditas "pra mulherzinha" na escola, durante o primeiro grau. Aulas de tricô, costura etc são para ambos os sexos. Sim! O povo sueco e as escolas suecas acham que um homem deve saber trocar o botão da própria camisa, assim como deve saber lavar uma louça (e limpar a pia depois que lava), cozinhar (e manter a arrumação depois disso), passar (se for preciso, já que é normal que a gente quase não passe roupa na Europa porque não tem a Zoraide para fazer o "selviço").
É claro que quando estamos entre amigos aqui os nossos maridos adoram brincar que os meninos suecos aprendem a ser florzinha na escola. Mesmo os maridos que ajudam muito em casa, como qualquer marido sueco, acabam não conseguindo ceder a esse ponto, porque, aos olhos deles, aí já é demais!
(Foto que tirei de uma das prateleiras da loja de brinquedos há um bom tempo, com intenção de fazer um post que se chamaria "Os brinquedos que eu nunca daria a uma filha, se eu viesse a ter uma um dia...", Malmö, setembro de 2008)
É mesmo engraçado como nós separamos tudo ao longo da vida. Os filhos homens não precisam pôr o prato na pia, nem arrumar a cama etc. As meninas sim! É claro! O que se espera de uma menina que não faça isso?
São poucas de nós, mães, de ontem e de hoje, que conseguimos dar uma educação mais igualitária para os filhos em casa. Brigamos com os maridos para que eles deixem de ser folgados e tirem as meias sujas do meio da casa, mas deixamos que o filhinho lindinho deixe seus brinquedos todos espalhados pela casa depois de brincar.
Acho incrível o número de exemplos que tenho todos os dias para pensar o machismo na nossa sociedade e, embora, eu afirme com certeza que no Brasil ele é centenas de vezes pior, aqui também não foge a toda regra.
Fui comprar um brinquedo para dar para a filha de uma amiga sueca na semana passada. Como tenho um menino eu nunca havia me dado conta de como nós pais e mães são conduzidos para repetir exatamente o padrão machista de alguns milhares de anos. Eu desisti de comprar um brinquedo para Moa, a menina de três anos, depois que vi que numa loja gigante 80% - ou mais - dos brinquedos para meninas eram bonecas. Bonecas com carrinho de bebê, bonecas Barbies lindas, bonecas para trocar o cabelo, boneca para trocar a fraldinha, boneca que pintava a unha, boneca que falava, ria e fazia côco... E uma ou outra coisinha bem besta, como tábua de passar roupa, ou acessórios que repetiam a idéia de Princesa ou gata borralheira. Segundo as lojas de brinquedos as meninas só tem que pensar em ser lindas, aprender a cuidar de bebês e se preparar para esperar o príncipe. De preferência rico, porque aí dá para dar uma de princesa e fazer outra mulher qualquer fazer o papel de escrava que ela talvez não queira.
(Outra foto do mesmo dia que a anterior... Toda criança adora brincar de limpar a casa e varrer, mas por que o único brinquedo desse que tinha na loja deve ser rosa? A cor tida como sinônimo de coisa para mulheres? , Malmö, setembro de 2008)
Na ala dos meninos (que tomava 70% da loja e vinha com fotos de meninos nas capas dos brinquedos) tinha de tudo: jogos super legais, carros, tratores, aviões, espadas, roupas, bolas, jogos esportivos diferentes etc. A variedade me mostrava uma segunda coisa: se as meninas devem se preocupar basicamente em serem lindas para um dia achar um príncipe, o príncipe provavelmente deveria ser alguém que conseguisse no mínimo jogar futebol, ser bem esperto para ganhar nos jogos de conhecimento, forte para ganhar uma luta de espadas, saber pilotar bem avião, carro, trator, ambulância, polícia, consertar todo tipo de coisa etc. Ele deveria saber lutar e defender. Deveria estar em várias posições diferentes. Um príncipe precisa ser não só bonitinho, precisa ser inteligente, forte e tem que saber se divertir a beça!
Talvez você que é mãe de menina discorde comigo e ache que há sim mais coisas do que as bonecas para as meninas. Até concordo que dá para a gente oferecer outra coisa, mas o que tô dizendo é que se eu me guiar pelas fotinhos de meninos e meninas nos pacotes aí sobra quase nada mesmo.
Não vou me alongar como foi meu horror na loja de roupas, onde obviamente os números se invertiam. A ala das meninas é gi-gan-tes-ca, com centenas a mais de opções do que tenho para comprar pro Ângelo. Cores, acessórios, modelos diferentes estavam ali para dizer para quem perdeu a lição da loja de brinquedos: deixe sua filha linda, compre muuuita roupa para ela, porque senão ela não será capaz de um dia conquistar um belo, forte, inteligente e rico príncipe.
De tudo isso percebi duas coisas: a primeira que machismo e desigualdade social estão intimamente ligados. A desigualdade sustenta uma sociedade que, como disse outra blogueira (a Bárbara, uma brasileira que vive em Londres), dias desses num post ultra interessante sugerido pela Lu, está cheia de gente que terceriza absolutamente todas as funções chatas, sujas e entediantes de se fazer, porque custa muito pouco.
A segunda, que os livros foram o melhor achado. Sempre foram para mim e tem sido quando dou presente para os filhos dos outros também. Acabei comprando um livro de contos do Hans Christian Andersen, lindíssimo, cheio de figuras, com as histórias originais do dinamarquês (as versões brasileiras seguem as versões da Disney que são suavizadas e romantizadas, ao contrário do que as histórias de fato são). Tá certo que a gente conhece mesmo quase só as histórias de princesas dele, mas há outras maravilhosas... ainda assim, eu tô aqui pensando quanta coisa deve ter nas entrelinhas de um aprendizado e quanto provavelmente haverá de repetição de posturas no livro que dei...
Se pensar só nesse meu texto a quantidade de vezes que escrevi "outros", deles, etc tentando falar de mulheres e homens ao mesmo tempo a gente já vê que é mesmo preciso começar a mudança por algum lugar. E se nem nós mulheres blogueiras, que somos a maioria hoje no mundo dos blogs, conseguimos perceber e, ao menos quando é possível, escrever um texto menos linguisticamente machista, aí vai precisra de muitos e muitos outros séculos para que tudo isso que falei aí acima comece a tomar algum rumo diferente.
Disse também a Lola:
"(...) Ao mesmo tempo, a sociedade é moldada pela língua. As crianças crescem ouvindo homem e mulher. Não é apenas pela língua que elas vão se dar conta dessa hierarquia, mas é também pela língua."
Começar pela língua, acredito que seja um pequenino, mas um significativo começo, já que se eu achar muito difícil mudar apenas o gênero das palavras de um texto meu, então se conformar que o mundo sempre será assim, não tem jeito mesmo e não adianta reclamar...
Comentários
Eu acho que tu tem razão em quase tudo que escreveste, mas peço licença pra descordar em um ponto: não acho a língua portuguesa, em geral, machista. Esse erro é muito comum mas considero uma interpretação simplista da língua. Vou copiar e colar um texto aqui sobre este assunto que saiu em uma revista uma vez:
PRECONCEITO CONTRA A LÍNGUA
JOSÉ AUGUSTO CARVALHO
(escritor e professor/doutor em língua portuguesa)
A revista Mátria, publicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, no seu número de 8 de março de 2005, nas páginas 38-39, traz um artigo intitulado “Feminismo e o preconceito na língua portuguesa”, de autoria da profa. Raquel Felau Guisoni, que merece algumas reflexões por causa da afirmação de que a língua portuguesa é machista. A autora baseia-se no fato de que, havendo numa sala um maior número de mulheres do que de homens, a concordância nominal se faz no masculino plural, como se as mulheres fossem deixadas em segundo plano pela gramática. A autora conclui sua análise aconselhando os profissionais da lingüística a estudar e a modificar as regras gramaticais “machistas”.
Em primeiro lugar, a autora parece confundir gênero com sexo. O sexo é uma distinção semântica, biológica. O gênero é uma distinção gramatical, lingüística, e, portanto, relativamente arbitrária. Em português, se eu disser que Vera Fischer é um mulherão, estarei usando o masculino para fazer um elogio à exuberante feminilidade da atriz. Em português, normalmente, o aumentativo em –ão é do gênero masculino, mesmo que a palavra-base seja feminina: casa – casarão, panela – panelão (o sentido da palavra-base se alterou), flor – florão (o sentido da palavra-base se alterou), voz – vozeirão, etc. Em alemão, uma regra gramatical ensina que os diminutivos são neutros. Ora, a palavra “Fräulein” significa “senhorita”, mas, como é um diminutivo, é do gênero neutro. Não se pode dizer que os alemães desprezam as moças solteiras...
Em português, o plural é marcado com um afixo –s (-es). Por isso eu sei que a palavra “pratos” está no plural. Mas não existe marca para o singular. Sei que “prato” é singular porque não tem o –s de plural. O mesmo fenômeno ocorre com o gênero. Sei que “deusa” é feminino porque tem a marca de feminino, isto é, o afixo –a. Mas eu sei que “Deus” é masculino porque não tem a marca de feminino, isto é, o masculino em português é um gênero não-marcado assim como o singular é um número não-marcado.
Palavras como “pente”, “ouro” e “mantra”, por exemplo, são arbitrariamente masculinas.Repare-se que “linotipo”, por exemplo, é feminino, embora termine em –o, e que “poema” é masculino, embora termine em –a. As terminações –e, –o –a, chamadas vogais temáticas, são apenas classificatórias. Assim “samba” é masculino (em francês, é “la samba”, feminino), mas “casa” é feminino, porque o –a aí não designa gênero. O –o de “menino” também não designa gênero; é apenas vogal temática. O masculino NÃO é marcado em português. “Mar”, cuja vogal temática só aparece no plural (marEs), era feminino em português antigo, como atestam expressões atuais como “preamar”, “baixa-mar” (em francês, “mer”, mar, é feminino).
Assim, não é por machismo que se faz a concordância no masculino quando há muitas mulheres numa sala e apenas poucos homens, antes, pelo contrário, por deferência: como o masculino é gênero não-marcado, usa-se o masculino para não ofender os brios de ninguém. Por isso, pronomes como isso, aquilo, quem, tudo, nada etc. exigem a concordância no masculino: Nada (tudo) é “perfeito”, isso é “bom”, quem é “sério”, etc.
Em segundo lugar, o que os lingüistas e gramáticos deveriam fazer, para evitar a idéia de machismo da língua, não é mudar regras, porque as regras estão interiorizadas em cada falante, e ninguém é dono da língua. O que eles deveriam fazer é mudar a terminologia: em lugar de gênero masculino e feminino, deveríamos dizer gênero não-marcado e gênero marcado.
Afinal, o preconceito não está na língua, mas no falante.
Acho que é natural sim que uma língua possa ter reflexos machistas, afinal quem define uma língua são seus falantes. Mas nessa questão específica, do gênero não marcado, eu discordo veementemente desta opinião que a língua é machista: acho inclusive que ela dá prioridade especial ao gênero feminino, pois o gênero masculino é não marcado e inclui o feminino. É impossível dizer em português, por exemplo, "os professores" sem que isso inclua também as mulheres (a menos que se diga "os professores homens"); agora, "as professoras" inequivocadamente exclui todos os homens. O feminino é que tem o tratamento especial, não o masculino.
Não sei se essa explicação vai te fazer mudar de opinião, mas seria interessante se pudesses ler e comentar aqui o que achas dela. Se, mesmo assim, continuares achando que o português é machista então temos que concordar em discordar. :-)
Quem olha o pai no parquinho da Suécia com estranheza, é porque realmente não está acostumado a ver a cena no cotidiano. Mas morro de ver a separação para brinquedos, roupas e até móveis pras crianças, e não sei como isso se refletirá na edicação delas. Minha sobrinha é doida por Hello Kitty, e coisas de princesa, enquanto o irmão joga futebol e brinca com Lego. Entretanto, eles crescem vendo a mãe ir trabalhar (comissária) e o pai ficar em casa cuidando deles. Quando a mãe cozinha, o pai tira a mesa e lava a louça... Será que isso não acaba neutralizando a questão dos brinquedos, nesse lado do mundo?
um beijo, e veja a tarefinha que deixei procê lá no meu bloguinho...
- é feminista, pela igualidade entre os sexos
- é "fleur bleue" ("flor azul", expressão francesa para romântico que gosta de flores etc...)
- compreende o "ser feminino" (lado lunático e lunário ;-))
- durante a semana, mesmo quando ele trabalha, cozinhamos os dois
- quer ser stay-at-home-dad...
Rapaz não deixa de ser Francês/Latino, mas acho que a Suécia seria o país dele noutra vida :-D
♥
Queria dizer que as vezes morro de inveja da Suecia nessas coisas. A Inglaterra esta a anos luz do Brasil, mas acho que o X da questao eh essa licenca maternidade compartilhada. Por aqui ainda eh a mulher que prejudica a sua carreira quando tem filhos. A do marido continua muito bem, obrigada.
mas fazer o que, ne? Aqui pelo menos eu vou ter a opcao de ficar com os filhos, em vez de ser obrigada a voltar correndo pro trabalho, como seria no Brasil.
Passei no borboleta pra me atualizar, mas tô super cansada (vc sabe pq...rs) pra ler todos os textos que perdi nos últimos dias.
Por isso, só vi as fotos (ahahaha) e senti falta de uma: um brinquedo de tarefas domésticas (acho q aspirador de pó) que tem um menino, bem soquinho, na caixa. Já vu?
Beijos
Sinto que tenho que concordar com o amigo aí de cima, o Leonardo. Ele é bem honesto em suas observações e até posso perguntar a você, mãe do lindo Angelo: daria bonecas para o Angelinho brincar? Não tô falando de bonecos tipo He-Man ou Batman, esses meu filho também brincou, mas falo de uma bonequinha Barbie por exemplo ou uma Hello Kit.
Bem, não sou muito apoiadora dessas idéias de feministas, acabam sendo sempre muito radicais e eu não gostchu disso.
Acho super bacana o homem apoiar, cozinhar, trocar fraldas, ajudar a educar, ficar com os filhos se a mãe precisa trabalhar fora e tantas outras coisas que tem que vir junto com a modernidade e o modo de vida que vocês, jovens de 30, buscaram e conseguiram.
Parabéns a vocês, inclusive.
muitos beijinhos cariocas
Essa sociedade "mais" equalitària resulta em mulheres menos frustradas com a vida doméstica.
Chegasse a ver aquele estudo que saiu no verao? Aqui ò: http://www.thelocal.se/21098/20090804/
Fiz um post também sobre isso, mas superficial, se quiseres dar um pulo: http://novavidanovelhomundo.wordpress.com/2009/08/20/estudo-ingles-homens-precisam-sair-da-idade-da-pedra/
Beijos e bom finzinho de semana!
volto amanha, sem falta e respondo os comentarios de voces!
preciso responder a altura nao e?
bjs
primeiro lugar: desculpe mesmo pela suuuper mega demora em responder os comentarios dos meus posts! e responder a voce que comentou de pronto e cheio d energia!
segundo: nao concordo mesmo! então! passemos para outro assunto! tchau! hehe...
brincadeirinha, mas e verdade. Nao concordo com voce, pelo seguinte: o carinha ai até explica tudo bonitinho sobre se o masculino e ou nao marcado na lingua, mas eu nao acho que seja isso que a Lola, as feministas e eu tenhamos tentado falar no texto...
Sobre isso de linguistica eu nao posso dizer se concordo com ele ou nao, porque sou bem ruim mesmo para essas coisas e preciso pesquisar com minhas super amigas linguistas, que alias tenho muitas.. mas que sao sempre chamadas de "os linguistas" quando alguem se refere a elas num grupo onde estejam muito menos homens, por exemplo.
O problema e o uso que a gente faz da lingua... se não e marcado, na minha leiga opinião, não inclui a mulher não... A ideia de que esta incluindo ao meu ver e sim machista.
Eu ate entendo que um homem va se sentir mal de ser incluido no grupo de "as pedagogas" quando e minoria, e eu acredito que o melhor seja sempre se referir aos dois grupos...
a questao e complexa! extremamente e eu prometo que vou escrever pra um das minhas amigas eslarecidas e discutir isso, mas eu nao consigo mudar de opiniao que ao se tratar mulheres em grupos menores a gente empregue na lingua a palavra no masculino... e na escrita, quando falamos em grupos tambem... para mim soa sim como nao incluindo as mulheres... eu incluo se pensar na definicao linguistica, mas nao incluo num discurso mais amplo entende?
sorry, mas nao sei se consigo explicar mais...
de qualquer jeito, otimo que a gente discuta! ainda, claro, que nos MULHERES estejamos sempre certas! hihihi
eu nao gosto de falar "as feministas" porque no fundo, olhando a sua, a minha atitude acho que tambem somos..
fora que eu tombem adoro procurar pelo em ovo... haha... mas sim, concordo total com voce!, aqui, como as criancas tem o exemplo oposto: o da participacao muito forte de homem e mulher em tudo, acho que a questao dos brinquedos e muito minimizada! neutralizada mesmo!
o que nao acho que seja verdade no Brasil!
la ao contrario reforca uma ideia total machista que temos... sabe que eu acho os brasileiros machistas, machistas de so perder para paises do oriente medio... e nao to falando dos homens so! to falando de como as mulheres se exigem idiotisses para satisfazer os homens, de como as mulheres exigem de outras mulheres que sejam lindas, bonequinhas e barbies porque isso parece que e a unica coisa que importa a uma mulher ser!
um saco... pra ser sincera amiga... voce nao acha?
eu nomm vi esse brinquedo! mas sei que os meninos adoram aspirador! o angelo aspira com o meu de verdade que e tranquilo de brincar... ele me ajuda quando to limpando a casa e se diverte muito!
que lindissimo!!! eu acho demais homem que entende o que reclama uma mulher! e consegue dividir tarefas sem achar que ESTA AJUDANDO, ja que a tarefa claro nao era dele!
adoro homens que nao acham que a funcao deles ainda seja so a mesma dos hmens das cavernas! mas isso Jo Ann nao e facil de se encontrar nao!
voce achou um tesouro!
aqui na Suecia voce nunca viu um menino brincando de boneca? quando a gente viu pela primeira vez foi estranho mesmo... mas nao estranho porque eu vi o menino brincar, mas estranho ver como minha amiga e seu marido (filho de pais iranianos) acham totalmente normal dar uma boneca para o filho brincar. Ele precisa aprender como cuidar de uma crianca...
ver que isso e normal nos pais e que ninguem fora de casa vai olhar pro moleque e pensar: ih! e gay!
e aliviador! muda tudo!
acho que pensar iss no Brasil e que da uma coisa estranha... como podemos fazer isso no meio de uma socidade total homofobica?
voce copiou o texto? eita coisa legal!!!
sabe que inclui seu link aqui no blog ne? seus textos sao bem legais, mulher porreta voce!
mas voce tem razao: a carreira, a vida social, o corpinho do homem continuam bem obrigada... inclusive porque muitos ate continuam mesmo todas as atividades esportivas, como o caso de amigas no Brasil que tiveram que fazer tudo meio que sozinha e com ajuda de baba, porque o maridao tava preocupado mesmo em sair do trampo e passar na academia!
aqui na Suecia e sim admiravel! mas sabe o que me entristece? tantos brasileiros que pra ca vem acham que isso aqui e que e o errado... eles nem mesmo conseguem ter olhos criticos para o lugar que sempre viveram... e terrivel e desolador! brasileiros e brasileiras! devo dizer!
eu não dei e provavelmente não vou dar nenhuma boneca cor de rosa pro angelo, mas preciso confessa porque: meu marido NUNNNCA DEIXARIA.
ele nao deixou nem mesmo eu comprar um ursinho pra ele, quando eu tava gravida... so concordou com um elefante porque era AZUL!!!
e meu marido lindo e engenheiro, formado na unicamp, tem duas pos, e viajado, e um cara super aberto pra tantas e tantas coisas, mas ele se preocupa demais se um amigo dele vai olhar pro filho dele e pensar: eita! coisa de bichinha!
eu sei que pra ele mesmo muita coisa nao importa, mas e o que os amigos dele vao dizer!
e isso e horrivelmente machista! nojento!
me lembro de piadas do tempo da faculdade que eram terriveis... e os meninos juntos eram o dobro de machistas...
como eu disse ai em cima pro Leonardo, aqui tenho amigas suecas que compram bonecas sim pros filhos e normal, porque tanto quanto a menina ele precisa e pode aprender a cuidar d eum bebe... brincar com um, ao menos...
mas ninguem vai olhar e pensar que elevai virar menos homem no futuro por isso...entende? por isso eu nao acho que as feministas viajam na maionese nao... eu acho que elas so nao aceitam coisas que nossas maes, nos e tantas mulheres so aprenderam direitinho a aceitar...
voce nao concorda comiga ne? hihi
fale mais o que e Heidi Klum.... eu nao sei o que e!!!
vi sim o estudo e achei o maximo! foi um dos posts que queria ter escrito e nao escrevi!
os suecos sao os homens que mais ajudam na casa e no cuidado dos filhos no mundo! e se orgulham disso!
legal ne?
beijocas
Não precisamos concordar não, até porque depois de pensar um pouco nem eu mesmo sei ao certo se acho a língua machista ou não. :-) É que na hora lembrei do texto que postei quando vi o teu post e achei interessante divulgá-lo pra saber o que tu acha.
O que eu não fazia idéia é que tinha tanta gente incomodada com o machismo (imaginário ou não) da língua, principalmente no blog da Lola. Infelizmente não vejo solução fácil pra esse dilema, pois não dá pra mudar a língua por decreto e é muito difícil escrever dum jeito que não ofenda as sensibilidades dessas pessoas.
Já na questão das bonecas é complicado mesmo. Eu jamais daria uma boneca tipo Barbie, por exemplo, a uma criança homem (hum... a língua pode ser feminista às vezes... :D). Não me oponho dela brincar com uma (embora tenha que admitir que lá no fundo eu ainda ache estranho), mas tu nunca vai ver *eu* dando a boneca.
De qualquer forma, também não gosto desses brinquedos tipo fogãozinho, aspiradorzinho que dão para as meninas. Não que mulher não deva saber cozinhar ou limpar (assim como o homem deve saber), mas é que tá implícita aí a idéia de que tem que aprender a fazer tudo isso *para* o homem. Nunca vi brinquedo assim para meninos.
Enfim, não quero monopolizar o espaço. Obrigado por responder! Um abraço!
Ele é francês :-)
E a Heidi Klum é uma modelo alemã para Victoria's Secret, (apresenta Germany's next top model e Project Runway), é casada com o magnífico Seal e tá grávida do 4to filho (uma filha).
Os filhos, Henry e Johan, dela empurram com carrinho de boneca, vestem camiseta rosa com flores :-)
Primeiro, é interessante o que ocorre em nossa família. O Ângelo nunca achou problema nenhum em brincar com panelas - reais ou de brinquedo - já que, via de regra, sou eu (o homem) que cozinha lá em casa. "Ora essa, se o papai cozinha, por que eu não posso brincar de cozinhar?"
Segundo, agora que a Stéfani chegou, ao invés de comprar tudo em rosa para ela, vamos fazer o que é óbvio: aproveitar nela as roupinhas que não servem mais para ele, já que ela é menorzinha e vai poder aproveitá-las. Ou seja, apesar de ela ter algumas roupinhas cor de rosa - muitas delas herdadas do abrigo - ela também vai partilhar do guarda-roupa do irmão.
Por outro lado, às vezes aparecem saias justas. Como quando a Stéfani, encantada com um estojo de maquiagem que ganhou, queria sair por aí me pintando e ao Ângelo. O que dizer? Como você disse, aí já é demais! :) E aí temos que apelar pro velho chavão que "isso é coisa de menina"!
De resto, eu e a namorida concordamos com você: brinquedos de menina são normalmente chatérrimos. Felizmente, parece que a Stéfani está se ligando mais nas brincadeiras e gostos do Ângelo - que incluem jogar bola, andar de bicicleta, brincar com carrinhos e fascínio por trens - do que no mundo de príncipes e princesas...
Na minha casa por exemplo não tem muito disso não, minha filha mais nova adora brincar de casinha e meu filho mais velho (8 anos) brinca com ela normalmente. E ela brinca com ele de carrinho.
Inclusive comprei uma máquina de costura pra ela e chegou semana passada em casa, essa aqui http://www.tricae.com.br/maquina-de-costura-barbie-bangtoys-20259.html
Os dois brincam juntos e nem por isso algum tem a sexualidade afetada.
Parabéns pelo post, bjs