Pular para o conteúdo principal

Por que a Kirstine anda tão desolada?

(Retrato da artista dinamarquesa Kirstine Roepstorff, 2009, in: MUSAC)

Acabei de ler os últimos comentários "surtados" e adorei!

Acho que a idéia da desvairada da Kirstine era essa mesmo! Deixar todo mundo louco de pensar! Por isso ela não deu nada facinho. Ela escreveu aquelas frases que parecem tão simples, daí colocou as bandeiras e banners todos para pirar a cabecinha da gente na maionese.

Mas vamos lá a alguns símbolos que acho que podem ser mais facilmente interpretados. Fiz uma pesquisa procurando por duas das bandeiras, já que eu nunca fui boa em bandeiras do mundo. Encontrei uma, mas ainda estou procurando pela outra, que parece ter alguma coisa a ver com a Alemanha, segundo o Renato.


Símbolos:

- Bandeiras de países: creio que as bandeiras, somadas às quatro frases espalhadas pela obra são a chave para entender a crítica da artista. Uma bandeira é de Cuba, símbolo do socialismo de Che Guevara e de Fidel. Outra é dos Estados Unidos. Dá para pensar neles como grande potência e seu domínio no mundo todo. Pode-se pensar na relação complicada entre eles e Cuba. A outa é da Inglaterra, um dos maiores conquistadores do novo continente e da África. A luta pela independência do domínio da Inglaterra ainda é real para muitos outros países miseráveis. A bandeira vermelha com a lua e o sol em amarelo é da Tunísia. Na época da obra de Kisrtine, a Tunísia vinha sendo acusada de inúmeros crimes contra os direitos humanos. Por mando do governo, muitos jornalistas, imprensa e gente contra o mandato foi morta. 

- Caveiras: a artista abusou delas. Caveiras são sempre sinal de morte. Impossível pensar em algo que seja bom, quando olhamos para elas.

- Motocicletas: essas motos grandonas aparecem também mais de uma vez. Uma delas, aliás, costurada em cima da bandeira dos Estados Unidos, onde tanta gente gosta dessas motos e da "liberdade" que elas e seu estilo de vida traz. Então, eu vejo na moto esse falso ideal de liberdade e de conquista. Ou ao menos a gente pode olhar para elas como símbolo do desejo de se ter liberdade. É bem comum homens de meia idade que caem de amores por elas e pelo desejo de "recuperar um tempo perdido". Pode-se pensar então em retomada de liberdade também.

- Homens ou exército vermelho com boina: eles deveriam proteger, mas em tantos países se tornaram os inimigos públicos. Creio que pode ser tanto a polícia e o exército quanto homens da guerrilha ou de grupos de marginais organizados. Em qualquer caso, eles não trazem a paz ou a tranquilidade prometida. Eles estão aí e se tornam uma ameaça à sociedade.

- Imagens: um homem nu e uma criança negra, que parece uma estátua. No caso do homem nu, talvez a exploração visual do sexo. Não estou certa.  A estátua do menino negro é preciso pesquisar mais. E tem também a imagem de Che Guevara com os dizeres "hasta la victoria, siempre!". 

Meus amores é isso aí!
Sexta a noite, preprando para o fim de semana... Queria responder antes do sábado. Vou deixar um pouco mais a tela para apreciação daí fecho essa terceira seção.

Beijocas e boa noite!

Comentários

Beth/Lilás disse…
Ora, pois Borboletinha!
Então, estamos no caminho certo de desvendar este misterioso quadro!
Um mix total de pensamentos e ícones e por trás de tudo a complicada Globalização.
E a bandeirinha argentina, o que será?!
Continuo intrigada com ela, tão inofensiva, pobre até! Estive por lá dias atrás e o país tá pobrinho, dá prá sentir, embora 'los hermanos' continuam com aquela cara de dançarino de tango antigo e orgulhoso. haha

Será que a artista teve um 'lero' com o Maradona?! rsss

Aguardando o desfecho final dessa complicada arte.

beijos e ótimo sábado!
Somnia Carvalho disse…
A bandeira da Argentina! hihihahai... o porobrema é que deve ter um link, mas ta dificil de entender.

Eu quero pesquisar se houve algo na argentina no inicio dos anos 2000 que pudesse ter relacao para a artista, entende?

vou ver isso antes de fechar o assunto!

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que