(Interior de ônibus do sistema de transporte público de Malmö, sem roleta, sem cobrador)
Terça de mannhã e não posso perder o hábito de? Tá tá tá! Pensar em Brasil e Suécia!
Semana passada, e ontem novamente, tomando ônibus aqui na capital para ir aqui e ali resolver coisas adivinha qual foi o post que pensei não poder deixar passar?
Yes! Na Suécia, assim como em vários outros países na Europa, não tem uma pessoa especial para cobrar as passagens de ônibus no transporte público.
Eu sempre notei isso. Notei logo nos passeios de tempos por algumas capitais européias, mas na Suécia chamava mais ainda a atenção por conta do sistema hiper-mega-blaster organizado.
O sistema em muitos países por onde passei era assim: a gente compra o ticket antes em alguma máquina ou balcão pelas estações rodoviárias e aí deve ter sempre junto da gente porque, tome cuidado! um cobrador pode aparecer repentinamente e checar se você não tentou engabelar o sistema. Então, embora não haja roleta e uma pessoa fixa no trabalho de receber dinheiro nos ônibus, há, contudo, alguém que faz o papel de conferir se a população está agindo eticamente com respeito aos seus deveres.
Isso até é verdade para o sistema de trens suecos e escandinavos, mas não para os ônibus circulares.
Se você for passear pela Suécia (e espero que você realmente vá um dia se ainda não foi!) você deve ter um cartão especial, também comprado em postos especiais espalhados pelas praças e postos rodoviários. Além disso, você sempre deve entrar pela porta da frente do ônibus e encostar, você mesmo, o cartão numa máquina ao lado da motorista ou do motorista.
Ano passado tentou-se até mesmo eliminar o recebimento de passagens com dinheiro, por conta de alguns assaltos feitos aos ônibus em Malmö, mas precisaram rever a idéia e voltou-se a receber em dinheiro, mas isso apenas em determinados horários do dia. A noite, por exemplo, não se pode usar dinheiro para pagamento da viagem.
Em termos gerais, na Suécia, se você não tiver o cartão você deve pagar a passagem para o condutor, quem lhe entregará um ticket de pagamento. Deve, ainda, ficar com seu bilhete, porque ele valerá mais umas 2 horas (não me lembro exatamente o tempo) de viagem pelo sistema gratuitamente.
Não. Não haverá cobrador, não havera roleta, não haverá alguém para checar nada de repente.
Em São Paulo também se implementou o sistema "Bilhete Único" há alguns anos que é otimo, funciona muito bem e ajuda muito. Entretanto, ainda temos a figura do cobrador e cobradora sentados no meio do ônibus, entediados ou falando ao celular, ou fazendo piada com o motorista, recebendo apenas algumas passagens de quem não possui o cartão.
Na Suécia, ao contrário, com o método sobra mais espaço no ônibus, o sistema recebe menos dinheiro o que evita furtos e gasta-se menos com o transporte o que pode custar menos para quem paga a passagem.
A diferença, imagino, deve ter a ver com o número enorme de gente desempregada no nosso país, a oferta de trabalhadores e a necessidade de empregá-los, além do baixo custo de fazer isso. Creio que também o fato de sermos menos organizados e obrigados a possuir o tal cartãozinho. Também porque, ao menos em Sampa, seria trabalho demais passar a tarefa de receber passagens também para o motorista prestes a enlouquecer com o trânsito caótico.
Ainda que eu entenda perfeitamente a situação por aqui vamos combinar que ter cobrador em ônibus é uma coisa, como diria minha mãe, do tempo "dozagás" (da luz à gás) ou, como diria minha sogra, do tempo do onça! E ao menos em cidades menores talvez funcionasse que fosse uma beleza o sisteminha sueco! Ceis não acham não?
Comentários
Também acho muito prático não ter cobradores, contanto que todos tenham seus cartões.
O problema é o acumulo deles. Eu não tenho o bilhete único, mas tenho um que serve exclusivamente a cidade de Barueri e outro que consigo me locomover pelas cidades vizinhas em determinadas linhas de ônibus (Santana de Parnaiba / Osasco / Itavepi) e também pegar o trem em Barueri com ele.
Se houvesse uma padronização em um unico cartão seria melhor.
Em horários de pico, lá estão os cobradores (mas a MAIORIA) tem os cartões. Quando diminui o movimento, é o proprio motorista quem recebe.
Eu sou a favor do sistema eletronico, mas como aqui cada empresa tem um, fica dificil, porque nao é algo que vc compra so para uma viagem, por exemplo. O meu recarrego mensalmente. Quem vem de fora, sem ter a opção de comprar para uma unica viagem, nao tem outra opção senao o pgto em dinheiro.
Beijooos
Ter fiscais passando de tempo em tempo, não é impossível.
Acho, ainda, que a catrata só atrapalha o fluxo de pessoas, sem contar com as escadas ainda existente na maioria.
Nem uso mais ônibus em São Paulo, mas vejo que demora um tempão para todos entrarem.
Se as empresas de ônibus não fosse que o ela são (eu acredito q tem uma mãfia deles aqui em São Paulo), poderiamos andar mais fácil, rápido e mais barato que hoje!
desculpe o desabafo no seu blog, é que eu acho muito interessante como vc vê as diferências entre Brasil e Suécia. de verdade! gosto muito!
bjs
Larissa
Uma correção: a Skånetrafiken mudou as regras de novo e desde primeiro de junho não se pode pagar com dinheiro em nenhum ônibus ou trem em Skåne.
Que, ainda que pesem tantas mazelas, bem que poderia ser mais moderno nas capitais, que são sempre cidades grandes e bem desenvolvidas.
O fato de pessoas precisarem trabalhar, por isso mantêm os cobradores, não justifica.
Pessoas precisam de oportunidades desde que nascem. Para crescer com saúde, estudar e pleitear um emprego melhor. E menos arriscado, pois os assaltos em ônibus são comuns em todos os estados brasileiros.
Enfim, vamos pensar que isso tudo seja porque o Brasil tem "apenas" 500 e poucos anos...E a Europa é milenar...(dói menos, né? rsrs)