(Ângelo deslizando no parquinho de onde moramos na manhã de domingo, foto do pai Renato, Malmö, fevereiro de 2010)
... carinhas felizes que também se faz na neve...
Outro dia, quando postei uma foto do Angelito de sunga, debaixo do guarda sol no Brasil junto de outra aqui na neve, no dia que chegamos, todos vocês foram unânimes em dizer o quanto ele parecia mais feliz aí no calorzão.
De fato era verdade. E mesmo que eu explique que ele estava gripado naquela foto na neve a gente já sabe que a explicação não basta.
Mesmo os suecos, nascidos e crescidos aqui, reclamam demais do inverno. O longo inverno, diga-se de passagem, já que eles adoram as mudanças que as estações trazem, assim como eu aprendi a amar.
Por outro lado, é notável como todo mundo por aqui tem um brilho no olhar, tem um sorriso quase pronto no rosto nos dias de primavera e do verão. É assim... somos feitos de sol, somos feitos de energia e dela precisamos. É natural. É humano...
E esse é um dos argumentos que mais me deixam "down" quando penso no Brasil... A gente tem isso todo (quase todo) Santo Dia! Mesmo agora com as chuvas das quais quase todos reclamam, se não contarmos os problemas de enchentes, provocados mais por problemas de planejamento e miséria, a chuva vem uns minutos e vai. Cai aquela torrente toda e o sol brilha logo depois. O céu é azul de novo.
Quando estive na praia em janeiro e em dezembro, no litoral paulista, era isso. E poder desfrutar do sol e do céu azul é um presente que a gente tem. O difícil é que vivendo num lugar que haja isso sempre a gente não perceba mais. E aí é fácil reclamar de um sol meio escondido ou de 25 graus meio nublados.
Uma amiga me disse que andava deprimida no Brasil porque estava a chover demais. Escuro demais! "Escuro demais?, cê ta brincando?", perguntei. "Não... eu não suporto esse escuro..." E eu então disse: "Você com certeza então não sobreviviria à Suécia!"...
Bom, o fato é que não tem escuridão no Brasil. Nossa escuridão vem de outros terríveis problemas, mas a mãe natureza foi bondosa demais com a gente aí. Não tô dizendo que não há do que reclamar, claro que há! E também a gente tem problemas como qualquer outro e tem que superá-los. A vida tem outras dificuldades aí! O que tô dizendo que é exatamente o que vocês constaram: o calor e o sol são capazes de proporcionar sorrisos como os que vocês viram outro dia no Angelinho.
Talvez seja por isso que eu continue apreciando muito a posição das pessoas aqui quando um solzinho no início de abril começa a aparecer e os dias com aquele azul anil. Virados em direção do sol, como animais que agradecem a mãe natureza, eles ficam quietos só "bebendo" da energia. Eles fazem isso nos pontos de ônibus, à beira da praia de roupas, numa cadeira na praça. E eu penso que falta mais isso a gente...
Bom, aqui vamos curtindo a neve que não desgrudou do chão desde que cheguei. Os dias estão bonitos. Ainda não são todos de sol não, mas ao menos são azuis. E eu amo azul. Com quem falo estão todos a rezar pelo começo da primavera. A Prima Vera que faz a gente desabrochar de novo para os sorrisos sem conta. E eu também estou nessa espera ansiosa.
(... e se jogando na neve fofa, foto do pai Renato, Malmö, fevereiro de 2010)
...Mudando de pato para girafa: estou devendo várias respostas de comentários. Várias! Recebi comentários e emails lindos de leitores e realmente peço desculpa pela ausência. Estou ausente também do blog de vocês e rapidinho eu explico o motivo... Talvez semana que vem eu consiga. Não tem absolutamente nada a ver com descaso ou com estar "brigada" com alguém (viu Lucinha?), mas tem a ver com o meu tempo... Eu conto logo mais e adianto que não se trata em absoluto de motivos tristes.
Beijolinos para todos vocês!
Comentários
Eu entendi plenamente o que vc quis dizer nas entrelinhas deste post e sei que é por isso que admira tanto este país geladinho.
beijos cariocas
Jà a neve deve continuar, ela fica por aqui por uns 6 meses... mas entao aproveitamos pra esquiar, como ontem.
Rir pra nao chorar, certo? rsrs
Beijos