Pular para o conteúdo principal

"Chuva, chuvisco, chuvarada..."

"Ábúúá!", Ângelo provando minha tese sobre a chuva e os suecos, hoje de manhã, Malmö, outubro de 2008)


Aqui não pára de chover faz muitos dias. Temos uns dois dias de sol no meio de muitos com muita água. Os dias já estão curtinhos e sete e meia da manhã é praticamente noite.

Tenho cantado muito com o Ângelo uma música adorável do "Cocoricó", "Chuva, chuvisco, chuvarada"... A gente tem vontade de ficar comendo bolinho e tudo o mais, como aí no Brasil, mas há uma grande diferença entre o que acabamos por fazer com as crianças aí, num dia assim e o que fazemos aqui. Me lembro que dia de chuva era até bom de desculpa para tentar faltar na escola. Tentar, embora a mãe não deixasse...

Aqui, mesmo com o tempo assim, a molecada quer ficar na rua. E os pais deixam. Nada de dizer: "moleque, sai da chuva!". A criançada se espatifa em folhas molhadas ou pula em poças, rola na lama e na areia molhada. De roupa quente, super capa de chuva e galochas não há nem chuva, nem chuvisco ou chuvarada que faz os escandinavos ficarem em casa durante o dia. Isso porque, diferente da gente aí no Brasil, quando chega essa época não tem como pensar: "Ah, o dia tá ruim, então, quem sabe amanhã esteja melhor e a gente brinque!". Não. A partir de agora os dias ficam mais e mais difíceis. Mais frio, mais escuro, mais vento, mais tudo. Então, como não dá para passar os próximos meses enfiado em casa só comendo, só indo pra rua mesmo e curtindo cada centímetro de tudo que acontece lá fora.



(Ângelo num segundo de descanso no parquinho perto de casa, Malmö, outubro de 2008)


Eu sei que aí o tempo tá uma beleza, com dias quentes e tudo, mas ainda assim vale a pena ter em mente essa canção para os dias de chuva e para cantar com a criançada. Ótimo sábado!



"Chove, mas como chove
Chuva, chuvisco, chuvarada
Por que é que chove tanto assim?

A terra gosta da chuva
E eu gosto da chuva também
Ela lá e eu aqui
Cocoricó
Quiquiriqui

Chove, mas como chove
Chuva, chuvisco, chuvarada
Por que é que chove tanto assim?
Lararáaa

Quando chove
A terra fica molinha
A planta fica verdinha
E eu ali atolado
Com o pé na lama e nariz tapado
Minha vó me chama:
"menino vem cá vem tomar chá
Vem comer bolo de cenoura
Com cobertura de chocolate quente"
Bom muito bom muito mais do que bom
É excelente

Oh que tarde tão bela
Banana quente no forno com açúcar e canela

Chove, chove ,chove deixa chover
Enquanto tiver bolo de cenoura
A gente nem vai perceber

Chove, chove, chove deixa chover
Comendo banana quente
A gente nem vai perceber"

(Hélio Ziskind)

Comentários

Beth/Lilás disse…
Mesmo com chuva um ótimo sábado para vocês e domingo maravilhoso.
beijos cariocas
Q menino mais fofinhoooooo! Lindo mesmo... Parabéns pelo bebê! bjo
Somnia Carvalho disse…
Brigada Lilás! Brigada Desdê!!!

beijocas

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que