Eu simplesmente adorei essa charge da cartunista argentina Maitena. Quem me mandou foi minha amiguíssima Dani, que vive em Baden, e que me também me informou que a charge é parte do livro "Mulheres Alteradas" da mesma autora.
A verdade é que, há alguns dias, vinha pensando em um post a respeito de uma gostosa conversa que tive com Inga lil, a primeira enfermeira que o Ângelo teve aqui e que acabou por se transformar em uma grande amiga. Depois de meses sem nos vermos, ela passou uma tarde toda comigo e com Ângelo pelas ruas de Lund, onde ela agora trabalha.
Enfermeira há uns trinta anos, ela é mãe de três filhos e é separada do marido, de quem agora é muito amiga e com quem ela viveu por quase três décadas junto, incluindo o tempo que viveram nos Estados Unidos. Nesse encontro, a Inga lil, mulher que eu admiro demais, ficou me elogiando. Me disse várias vezes o quanto estava surpresa pelo Ângelo já estar andando, tentando falar algumas palavras, estar tão independente e feliz da vida como estava. E eu, que não sei bem como receber elogios, completei: "é... ahn... sei... obrigada". E, então, ela começou a me falar da diferença que ela sente quando cuida dos filhos, cujas mães são da minha geração, isto é, mães nascidas no início dos anos 70 e que tiveram filhos depois dos trinta.
Segundo ela, minha geração (cunhada por alguns especialistas de "geração x", a geração difícil de entender) parece que complicou um pouco as coisas e trata tudo com uma seriedade e uma preocupação exageradas. Para a Inga lil, as mulheres da geração anterior tinham e criavam seus filhos com uma naturalidade maior. Elas se exigiam menos quanto a serem mães perfeitas e, por isso, acabavam fazendo a coisa ser menos dramática. De acordo com ela, a gente faz as coisas certas, mas fica se questionando sobre a problemática da pimboca da parafuseta, então, acaba por criar problemas que não existem.
Eu acho que generalizações são sempre emburrecedoras, mas eu concordo bastante com essa idéia, sobretudo quando tenho em mente a minha realidade e a das muitas amigas, de mesmo perfil, que tenho tanto aí, quanto aqui.
Ser magra é uma das nossas primeiras preocupações. É bem verdade. Entretanto, ser magra, linda e perfeita como uma modelo é apenas algumas das nossas muitas preocupações e neuras. Não que as outras gerações também não desejem algo parecido, mas a nossa parece acumular uma lista de desejos interminável.
O que vejo é que a geração da minha mãe, por exemplo, mulheres na faixa dos cinquenta, tiveram que lutar contra a idéia de que mulher não podia e não deveria trabalhar fora ou estudar. Elas não podiam sair de casa se não fosse para se casar. E eu cresci pensando a tristeza que foi para minha mãe ter que abdicar de tantos sonhos, simplesmente porque quem mandava na casa era o pai, depois o marido, caindo sobre ela o fardo de cuidar dos filhos e da casa em tempo integral e ser a esposa e "do lar" perfeita.
Também imagino o quanto foi duro para outras mulheres, como a mãe do Renato, por exemplo, tentar ir contra o estereótipo e sofrer crítica em casa e crítica das mulheres do seu próprio tempo. Se elas sofreram por lutar por direitos, eu vejo que sobre minha geração recai um fardo não menos penoso que o delas, embora em sentido quase o contrário.
Crescemos com a idéia que estudar e trabalhar fora é não só bom, quanto necessário. Assim, conciliar um bom estudo e uma carreira promissora com um casamento elogiável e filhos admiráveis passou a ser alguns dos pré-requisitos para as mulheres do meu tempo.
Não basta ser mulher, tem que ter feito faculdade. E se fez, tem que ser das boas. De preferência uma bem difícil de entrar, pra provar que, tal como os homens, você é bem inteligente. Não basta ter feito um bom curso, precisa ter trabalho que mostre o gabarito da moça. E não basta ter um emprego no qual você se sinta bem e exerça o que aprendeu, precisa ter coisas materiais, tipo carro ou apartamento próprio, para provar que realmente é bem sucedida e não faz uma porcaria qualquer.
Mas não basta ter estudo, ocupação e algum dinheiro para se manter independente dos pais ou do companheiro, precisa ser uma mulher admirável. Admirável e de preferência, claro, linda. E não tem linda que, segundo a charge ótima dali de cima, não seja magra. Por isso a gente se enfia em dietas esquisitas, e acha tempo para malhar entre uma tarefa e outra. E também arruma tempo para dar uma passada básica no salão de beleza e manter mãos, pés, cabelo e depilação na mais perfeita ordem, porque não dá para aparecer nos encontros sociais sem estar impecável. E porque a gente precisa ser uma esposa perfeita.
Isso tudo, claro, não é nada se a gente não for o tipo "desencanada" e de bem com a vida. Não pode ficar neurótica com as exigências todas do mundo moderno. Precisa ser muito informada sim! Precisa ter um assunto interessante, quando os amigos ou familiares do marido estão presentes. Isso é elementar, minha cara, mas por favor sem neuras! Então, a gente faz yoga, body balance, capoeira, caminhada, terapia bem cara e meditação. Isso tudo para manter uma postura assim relaxada e fazer o tipo "estou com tudo e não estou prosa", enquanto, na verdade, estamos lutando para sobreviver a todas as exigências.
O que eu acho que acontece com a minha geração, ao contrário do que uma reportagem da Época descreveu sobre a geração precedente, as Millenniais, é que a gente acumula uma lista de obrigatoriedades as quais, na verdade, não são reais. Procuramos ter qualidades que só as mulheres perfeitas têm. E como não existe mulher, nem ser humano perfeito, a gente luta consigo mesma por nada.
Vejo nas minhas amigas todas, como elas sambam bonitinho tentando equilibrar uma vida profissional com um relacionamento estável. Como elas ficam bailando, procurando harmonizar o desejo de continuarem independentes, como antes eram e conquistaram, com o fato de agora serem mães e esposas. Ou como tentam provar que são mulheres excepcionais, embora não tenham se casado ou tido filhos até os trinta e poucos ainda. Sim, porque a gente tem que ter feito essas coisinhas todas aí até os trinta, quando já é época de "ficar pra titia".
A luta atual da maioria das minhas amigas é tentar ser a mãe mais amorosa, cuidadosa, inteligente, dedicada, engraçada e responsável possível. Por essa razão, as mães da "geração x, tal como as que a reportagem da revista chamou de Millenniun, se dividem entre as opiniões dos familiares, do pediatra, das leituras de dezenas de livros e das pesquisas divulgadas na internet para resolverem os problemas dos seus filhos.
E o que sentem é que não basta que sejam mães, elas precisam criar os filhos do futuro. Os filhos que vão recuperar e salvar o planeta do que as gerações anteriores fizeram. Então, a ajuda de psicólogos, terapeutas e pedagogos é de suma importância. Talvez por isso eu e Renato, por exemplo, "sabíamos absolutamente tudo" a respeito de como seria o parto do Ângelo e como deveríamos cuidar dele, antes mesmo de tudo acontecer. Compramos livros, dvds e cd rom. Planejamos bem a gravidez, as mudanças e tudo o que viria depois. Fomos para a sala de parto crentes (poor guys!) de que estávamos a par de tudo o que viria após o choro do bebê. Nós nos exigimos sermos ótimos pais, antes mesmo de o sê-lo.
Eu tenho certeza que a vida e o tempo exige demais para todas as gerações. E seria pobre de minha parte tentar comparar os desafios de um ou outro grupo, inclusive porque eu não consigo entender ou participar corretamente das indagações e desafios que não vivi. Mas eu tenho certeza de que não somos assim tão incompreensíveis, como os especialistas dizem sobre a "geração x". Para mim o que acontece é que essa geração é a geração que pensa demais. E por pensar demais, como disse minha querida amiga sueca, Inga lil, a gente falha mais do que gostaria. A gente falha consigo mesma porque acaba deixando de viver muita coisa em causa de viver perfeitamente tudo. Talvez reconhecer que "o inferno não são os outros" apenas, como afirmou Sartre, mas que o inferno pode ser "eu" seja o melhor caminho para a sonhada "perfeição".
ps: eu não só penso demais, como minha geração, mas falo e escrevo demais também. Sorry pelo post gigante.
Comentários
Sabe que sempre penso nessas questões que você citou?! Sobre exigencias que nos impomos e que acabamos sempre por complicar!
Mas uma coisa q sempre me vem a mente é: será que uma mulher criada com a ideia de q trabalho e independencia são "as melhores coisas do mundo" ousaria romper com este circulo e simplesmente de dedicar às tarefas domésticas, ou seja, virar dona de casa, sem ser altamente discriminada? O que aconteceria com ela?
xero
hehe... eu tava inspirada sim! mas é sempre fácil e rápido quando escrevo posts que são sobre o que penso o tempo todo.
Então, eu espero que minhas amigas e leitoras respondam ao seu interessante comentário... mas tentando dar uma resposta de "ver" os outros: tenho duas amigas que deixaram uma carreira extremamente sólida, na qual ganhavam muuuita grana, viajavam o mundo e tudo o mais para fazer algo totalmente diferente. Uma delas é professora de yoga e montou uma escola... é feliz e bem sucedida, mas não sei quanto Às críticas... Uma outra, deixou tudo e tem cuidado de sua casa e seu bebê, e também está grávida do segundo. O que sei dela é que a pressão é muuuito grande. As críticas? fortíssimas! E com tanta coisa é difícil que ela mesma se sinta realizada nessa escolha...
Tenho outras que conseguiram dizer não à pressão de casamento e filhos e vivem muito bem, obrigado, sozinhas! Elas todas são exemplos! beijao
Adorei este seu post, especialmente porque me identifiquei tanto com ele! Realmente a gente sofre porque pensa demais, porque quer analisar tudo, e porque temos tantos desejos que acabamos nos perdendo entre a fantasia, a realização de um número ínfimo deles e a frustração com os demais.
Mas hoje em dia, com o Théo, acho que me sinto feliz (o que não significa "realizada") se tivermos um bom prato de comida na mesa, o dinheiro do aluguel no fim do mês e aquele sorriso maravilhoso e diário no rosto do meu filho, sinal de que ele está feliz e satisfeito. O resto vem, ou não vem, não importa tanto mais.
Sejamos pois felizes com o que temos ao alcance das mãos! E claro, com os poucos e sinceros amigos brilhantes como você, que dão o toque especial às nossas vidas. Lu
E é verdade que a gente até se cobra bastante, mas hoje em dia a prioridade é que nossas lindas pecinhas estejam bem!
Embora eu ache que a gente continue se exigindo demais quanto a ser mãe perfeita... etc mulher é bicho muuito esquisito!
hehehe!!
linda.. estou indo dia 15 de outubro! e nao esqueci de vc de jeiiito nenhum.. sempre passo aqui... mas então.. espero que possamos nos encontrar ai, vc será a unica brasileira q poderei ver e conversar até agora.. depois te passo um e-mail com mais detalhes! beijos!
Adorei o texto e me encaixo perfeitamente nele! Nossa, fiquei cansada só de ler a lista de "exigências" que se espera da gente. E acho q a cada dia ela aumenta mais...não basta estudar, tem que fazer pós, aprender outros idiomas e por aí vai...
Acho q o único consolo é uma frase q o meu terapeuta (sim, além de tentar ser magra, faço terapia rs...) sempre diz: os trinta de hoje são os vinte de antigamente e assim por diante.
Pensando nisso, sobra um tempinho a mais pra gente tentar ser perfeita!!!!
PS: A CHARGE É MUITO BOA!!!
Bjs,
Tia Dri.
Menina, fiz um testamento sobre este post, mas acho qu não entrou!
E agora tô sem tempo, volto depois.
bjks
legal!!! tamu esperando você por aqui! e se prepara pra fazer compra de inverno, porque o frio já chegou feio por aqui... 12 graus agora!
beijao
Adorei saber essa história de que agora 30 são 20!
assim eu nem me sinto tão mal na fita assim e ainda por cima tenho mais tempo para ser a perfeita que o mundo pede... rs...
Acho que ele tem razão, porque a expectativa de vida aumentou e tudo o mais, então, a gente pode ficar a beira de um ataque de nervos, mas nem tanto! rs...
quero saber o que continha esse testamento!!!!
Primeiro deixa eu dizer que a geração a que vc se referiu sendo da sua mãe, a dos 50 e poucos, é a minha também. Mas esta minha geração não foi a que realmente sofreu o preconceito de trabalhar fora e se expressar como mulher moderna no mundo. Não, pelo contrário. Fomos as que começamos a trabalhar, estudar em universidades e aproveitamos para jogar o soutien fora, levantar a saia a la Mary Quant, ouvir e expressar com gírias e maneirismos tipicos dos anos 60-70 com Beatles, R.Stones e Woodstock. Foi a época do desbunde.
Lutamos e berramos pela liberdade que vocês mulheres desta geração posterior estão usando e muitas vezes abusando. Como vc mesma disse "dramáticas demais e se importando com a rebimpoca da parafuseta".
Então, só quis exclarecer que esta geração de mulheres sofridas e maridos durões foram das minhas mães, ou seja, suas avós.
Admiro muito a mulherada da sua geração. As que pegaram esta liberdade que nós preparamos e deixamos para vocês que vêm fazendo uma participação bonita, empenhando-se no mercado de trabalho e na vida familiar, desdobrando-se em trinta para fazer tudo bacaninha, perfeito ou quase, criando os filhotes com carinho e união do marido, coisa esta que a minha geração ainda sofreu resistência por parte masculina.
Não incluo nesta, aquelas babaquinhas deslumbradex que não tem nada na cabeça e o corpo só serve para malhar em academias, empinar o bumbum, descolorir as madeixas e fazer a odiosa "escova agressiva", parecendo mulheres em série, feitas numa mesma forma. Sem contar a pouca informação de leitura e só sabem falar sobre aquilo que aprenderam em vidas acadêmicas - vejo muita mulher com diploma até de doutoras, mas sem visão holística, porquanto sem conteúdo para levar adiante uma conversa legal.
Meu marido trabalha no centro do Rio e todos os dias vai de catamarã (embarcação ligeira que atravessa a Baía de Guanabara) onde só é frequentado pelo pessoal executivo, haja vista que a passagem é bem mais cara do que as tais Barcas que tambem atravessam esta Baía.
Muito bem, ele, canceriano que é, observador, diz que vê muitas moças jovens, na faixa dos 30 e poucos anos, já de manhã cedo entrando, sentando e puxando logo o celular para dali mesmo começar a administrar o lar. Falam com as empregadas o que tem que fazer com o filho que dorme até mais tarde, para acordá-lo para a escola, dar o lanche, comprar verdura assim e assado para a janta, levar o cachorro para o xixi na rua, etc e tal...
Geralmente estressadas, olhares cansados, mau-humoradas, competindo como homens pelo seu lugar ao sol. E o dia de trabalho para elas é longo, pois no Brasil isto ainda não é respeitado como deveria, sem contar a canseira das conduções prá lá e prá cá.
Nos aeroportos a mesma coisa, stress total.
Veja bem que não estou falando da mulher sem bagagem cultural, não.
Estou falando da mulher esta que vc descreveu da geração X que tenta ser a melhor para competir no mercado de trabalho junto com os homens. Você, Somnia, foi no cérne da questão - busca e cansaço pela perfeição.
Sempre foi uma luta desigual para este nosso sexo, pois extrapola a capacidade física e mental para qualquer pessoa e ainda fica a indefinição se estamos fazendo o melhor para nossa família e para nós mesmas.
Acho que tudo que fazemos, já que é tão pensado, é sempre por amor.
Mas, Geração X, tenham cuidado com esta obsessão pela perfeição, pois só leva ao cansaço e desânimo e corre o risco de ficar com as coisas incompletas.
um super beijo carioca
(espero que tenha me feito entender, pois falei demais também)
Aqui é sábado, 10 graus no termômetro e ainda estamos começando o dia!
Adorei seu comentário, inclusive porque ele complementa umas coisas que eu também pensava, mas que se abordasse naquele post seria coisa demais.
Você tem razão! muitas mulheres, como você, não têm nada do perfil que eu descrevi sobre as mulheres de cinquenta e poucos. Mas como seu comentário é legal demais e eu já queria falar disso, depois de ter falado com uma ex-aluna de vinte e uns ontem, eu vou responder num outro post.
Vou começar a escrever, mas não sei se conseguirei publicar, porque fim de semana é da família e só estou esperando Ângelo levantar da primeira soneca para passearmos.
Um beijo enorme cariocona da gema!!! e otimo sabado proce!
Lendo o que escrevi ontem à noite é que percebi o tanto de erros na gramática e concordância, mas ponho a culpa no adiantado da hora e nos dois copos de cerveja que tomei no jantar ao chegar na minha cidade. Vamos sempre a um restaurante de massas tradicional daqui e enfio o pé na jaca.
Completando, acrescento que há também aquelas dessa geração x que cultivam diplomas de doutorados, MBAs e não conseguem achar um homem para chamar de seu ou formar uma família, aí a coisa fica bem pior, porque tendem a ser pragmáticas e intoleráveis.
Mas isso também aconteceu na minha geração, tenho até uma prima desse jeito, bonita, cinquentona, inteligene e hoje, depois da morte da mãe, só, extremamente só!
Tô louca para ver o novo texto que vc irá desenvover ainda, porque eu não sei se já disse...você é bótima também para escrever!
beijo carioca
Olha, é verdade né... É ruim quando uma pessoa busca e busca algum tipo de satisfação pessoal, mas acaba procurando no lugar errado. Eu também já conheci gente que só queria ser muito amada e amar alguém a fim de cuidar...
Embora eu já tenha dito aqui que tenho muito orgulho de várias amigas que estudaram, trabalham, são independentes e tudo o mais e realmente são felizes. Totalmente realizadas. Eu acho que sou do tipo que seria muito bem feliz e solteirona, ce acredita? eu adoro o silêncio. Adoro me sentir dona de mim mesma e adoro tudo que a vida a só permite, mas eu, como você, encontrei uma tampa muito boa para minha panela e aí eu prefiro mesmo é estar bem acompanhada do que sozinha!
Lilás, valeu pelos comentários, eu escrevi um post gigante toda eufórica, mas ele ficou meio repetitivo e cansativo... se tiver paciência, dá uma olhada e me diz o que acha e se discorda... Adoraria estar numa mesa de um bar delicioso, comendo uns salgadinhos brasileiros e tomando um chop com voce pra gente tagarelar muuuuito!
Eu estou no comeco dos meus 30. Sou casada, tenho orgulho de ser independente de meus pais e marido, e isso e' muito importante pra mim. Ao contrario de muitas, nao quero ter filhos, talvez por nao perder minha liberdade, por ainda ter muitos planos pela frente ou simplesmente por nao ter a minima vontade de ser mae.
Vejo a maioria de minhas amigas tb casadas, mas ja com filhos e mesmo algumas delas trabalhando ao mesmo tempo, e' um tipo de vida que nao quero ter. E tb vejo muitas "avos" como disse, cuidando das criancas enquanto seus pais tem outros compromissos, bem diferente da geracao de nossos proprios pais e avos.
Minha mae fez faculdade de psicologia, mas nunca exerceu a profissao por ter logo engravidado assim que casou e passou a ser so mae... de tres meninas! Maos cheias! E apesar de ter gostado de psicologia, nao pode cursar o que realmente queria (que era odonto), pois seu pai nao a permitiu fazer essa, ja que teria que mudar de estado pra isso. Acho que eu viraria rebelde se fosse comigo!
Entao me lembro dela nos dizendo uma vez (nos tres ja adultas), que ela era realizada como mae, por ter nos tres, mas nao era realizada profissionalmente e ela nunca teve oportunidade de trabalhar fora de casa (e eu aqui nao consigo imaginar minha vida inteira dentro de casa). Foi uma pena, pois talvez ela nunca trabalhando na area que se formou, tinha um talento imenso pra decoracao e arranjos florais.
Meu pai tb fez faculdade e estudou fora do pais, nunca a proibiu de nada, mas com 3 filhas e a familia toda em estados diferentes, fica meio dificil, ne?
Agradeco por ter tido as oportunidades que tive. Sou muito independente e nao ia aguentar ter vivido ou crescido nas geracoes delas (da minha mae e avo'). Tenho problema com pessoas que tentam mandar em mim (se e' que isso acontece) e e' quando eu realmente faco o que quero mesmo.
Otimo posting! bjos
cheguei aqui atravez de um convite da Lilas...
Adorei o post, li tambem todos os comentarios e tenho jah milhoes de coisas pra 'compartilhar', mas jah estah ficando tarde e amanha acordo cedo.
Mas voltarei em breve pra poder participar dessa conversa.
Adorei o post.
Beijinhos, e ateh mais.
Muito cheio de energia seu comentário! obrigada!
Uma coisa que fui pensando enquanto lia você... Somos mesmas tão parecidas né? nossa "geração x"... a gente não consegue se imaginar sem essa vida maluca, corrida, na qual desepempenhamos tantos e tantos papéis. Igualzinho comigo!
Eu me casei aos 31 anos, depois de namorar 6 com meu Renatão. Antes disso a gente não "tinha tempo" para se juntar na mesma casa... cada qual cuidava de sua vida em cidades diferentes. Depois de casados, ficamos 5 anos sem filhos. Demorou para mudarmos de idéia, eu sobretudo. Eu queria porque queria terminar mestado, doutorado, trabalhar na minha área, viajar pelo mundo, tudinho antes de ser mãe... mas não deu. Teve uma hora que a gente começou a querer essa mudança.
E pum! pensei: tem que ser agora ou vou esperar a vida toda.
Mas eu concordo plenamente com você. Filhos? So quando voce deseja muuito. Depois do Ângelo eu e o Renato não conseguimos mais nos imaginar sem essa peça que nos completa. É algo sem volta. O amor faz com que você ache que todo sacrificio valha a pena. Entretanto, eu mentiria se dissesse que é muuito sacrificio mesmo. Você deixa sua antiga vida para ser outra, ao menos por um tempo. Então você faz bem em não se sentir pressionada. Só posso dizer que se um dia tiver tal desejo, não pense muito também, porque o lado de cá é cheio de noites sem sono, cheios de abrir mão de tanta coisa, mas incrivelmente transcedental.
Um grande beijo!!!
Prazerzão!
Valeu pela visita!!!
Manda, manda, manda um comentário! rs...
Tamu aguardando ansiosos!