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Ser por inteiro


("Mulher com duas caras", Marc Chagall)

Há muitos anos, estudando para o vestibular, dei de cara com o curto, mas profundo, poema de Fernando Pessoa.
Li, reli, li de novo. Nunca esqueci.
É conhecido e lindo de se repetir.

Tenho pensado muito nele e estou igualmente apaixonada por esta tela de Chagall.
Talvez porque, mais do que nunca, tenho percebido que para ser inteiro é preciso, mesmo, não excluir nada, embora na vida a gente tenha mania de mostrar apenas a face que todo mundo gosta e aprova.


.....

Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive


Ricardo Reis

......

Comentários

Daniela Valverde disse…
Sômnia, parece que esta poesia está me perseguindo! Há uma semana uma amigo postou uma parte deste texto que me deixou pensativa: "Põe quanto és no mínimo que fazes". Sei que hoje estou devendo muito de mim no trabalho, com os amigos e família...então, estes 10 dias antes de voltar ao batente em 2008 serão usados para me equilibrar e encontrar um foco e poder dar mais de mim!

bjs e continuo adorando seus textos!

Dani
1daystand.blogspot.com
Somnia Carvalho disse…
Bom dia Dani!

Eu também amo este trecho... mas fico pensando quantas vezes consigo colocar tudo o que sou no mínimo que faço...

é tão difícil às vezes, porque normalmente eu quero me colocar em coisas grandiosas... as simples, algumas delas, eu nao percebo de vez em quando...
mas quando eu leio o final "assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive", eu penso que vale muito a pena por tudo de mim, mas também tentar ser inteira.

Tem sido tão bom escrever o blog, porque despedaçando-me tenho me descoberto mais completa, talvez por isso tanto Fernando Pessoa nos post... rs...

Eu também adoro passar pela sua casa!

beijos!

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