("Mulher com duas caras", Marc Chagall)
Há muitos anos, estudando para o vestibular, dei de cara com o curto, mas profundo, poema de Fernando Pessoa.
Li, reli, li de novo. Nunca esqueci.
É conhecido e lindo de se repetir.
Tenho pensado muito nele e estou igualmente apaixonada por esta tela de Chagall.
Talvez porque, mais do que nunca, tenho percebido que para ser inteiro é preciso, mesmo, não excluir nada, embora na vida a gente tenha mania de mostrar apenas a face que todo mundo gosta e aprova.
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Para ser grande, sê inteiro
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis
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Comentários
bjs e continuo adorando seus textos!
Dani
1daystand.blogspot.com
Eu também amo este trecho... mas fico pensando quantas vezes consigo colocar tudo o que sou no mínimo que faço...
é tão difícil às vezes, porque normalmente eu quero me colocar em coisas grandiosas... as simples, algumas delas, eu nao percebo de vez em quando...
mas quando eu leio o final "assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive", eu penso que vale muito a pena por tudo de mim, mas também tentar ser inteira.
Tem sido tão bom escrever o blog, porque despedaçando-me tenho me descoberto mais completa, talvez por isso tanto Fernando Pessoa nos post... rs...
Eu também adoro passar pela sua casa!
beijos!