(Ser e não ser livre, cena do filme "In to the wild", Na natureza selvagem)
Eu tenho mania de "beber" na fonte de diferentes lugares em diferentes situações. Não sou o tipo que consegue ser leitora assídua de nenhum canto, seja por conta do tempo que tento otimizar, seja porque minhas necessidades não são as mesmas todos os dias. Ah! isso nunca são! Talvez de ninguém o seja...
Junto ao belo post uma música inspiradora, tema do filme que com certeza irei logo assistir e cujo título em português é "Na natureza selvagem". Tomei esta canção, a voz de Vedder e a letra para mim como daquelas coisas que a gente ama, aperta a favor do peito e se sente mais cheio de vida.
Dias desses, tentando beber por aí em fontes agradáveis, voltei ao blog do Luis Coutinho, um portuga de quem já tinha falado outra vez aqui... Lá Luis filosofava poeticamente (porque os portugueses não sabem fazer diferente!) sobre o que realmente importa na vida e a contradição em que sempre nos colocamos entre a vida que pede mais e mais para termos coisas em detrimento de exigir que sejamos alguém.
Junto ao belo post uma música inspiradora, tema do filme que com certeza irei logo assistir e cujo título em português é "Na natureza selvagem". Tomei esta canção, a voz de Vedder e a letra para mim como daquelas coisas que a gente ama, aperta a favor do peito e se sente mais cheio de vida.
Coloquei abaixo o vídeo e a letra para que vocês possam se apossar assim como eu...
Sim. É verdade que estou aqui nesta capital maluca e, em tantos aspectos, das mais amedrontadoras capitais do mundo. É fato que estamos indo dia e noite no esforço de reencaixe, de buscar assentar a poeira, de um pouco de mais conforto e coisas que nos permitam sentir um pouco do que sentíamos antes... A dificuldade, entretanto, é saber eleger quais são essas coisas e quais delas realmente precisamos para sorrir e fazer a vida aparecer como filme em câmera lenta.
Carro novo? Casa maior? TV moderna? Sapatos e roupas mais descoladas? Coisas que nos ajudem a sentir menos inquietude? É verdade que elas são parte da vida, mas como até sofridamente meu colega Luis concluiu: nossas coisas só podem ser nossa medida, só podem servir para explicar quem realmente somos se, no mínimo, temos alguém para partilhar tudo isso. E ter esse alguém, e partilhar, creio eu, está acima de todas as coisas, ainda que não tenhamos tantas coisas quanto desejamos.
Saber desejar aquilo que realmente nos importa é quase um desafio de sabedoria.
Da Suécia eu me lembro sempre e todos os dias da liberdade. A liberdade de sair à rua e caminhar sem preocupação. A liberdade de sentir o vento nos cabelos em cima de minha bicicleta. A liberdade de ir de roupão ao supermercado. A liberdade de escolher falar e ficar quieta. A liberdade de ser uma borboleta somniante mesmo quando não não haviam todas as condições para que assim fosse...
Agora só preciso compreender de quais coisas essa borboleta precisa para aprender a voar nesse velho-novo lugar, porque aprender a se refazer é essencial à vida.
...
Ah! me dei conta ontem que curiosamente não mudei meu perfil ainda... continua tudo escrito lá como ainda vivesse na Suécia, mas resolvi me permitir não mudar até que realmente eu me sinta, aqui dentro, que agora pertenço a este outro canto...
("Society", do filme "In to the wild", Eddie Vedder)
Society
"Oh, it's a mystery to me
We have a greed with which we have agreed
And you think you have to want more than you need
Until you have it all you won't be free
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
When you want more than you have
You think you need...
And when you think more than you want
Your thoughts begin to bleed
I think I need to find a bigger place
Because when you have more than you think
You need more space
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...
There's those thinking, more-or-less, less is more
But if less is more, how you keeping score?
Means for every point you make, your level drops
Kinda like you're starting from the top
You can't do that...
Society, you're a crazy breed
Hope you're not lonely without me...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me...
Society, have mercy on me
Hope you're not angry if I disagree...
Society, crazy indeed
Hope you're not lonely without me..."
...
Sociedade
"É um mistério para mim
Nós temos uma ambição que concordamos.
E você pensa que você tem que querer mais do que precisa.
Até você ter tudo, você não estará livre.
Sociedade, sua raça louca.
Espero que não esteja solitária sem mim.
Quando você quer mais do que tem
Você pensa que precisa.
E quando você pensa mais do que você quer
Seus pensamentos começam a sangrar.
Acho que preciso encontrar um lugar maior
Pois quando você tem mais do que imagina,
Você precisa de mais espaço.
Sociedade, sua raça louca.
Espero que não esteja solitária sem mim.
Sociedade, realmente louca
Espero que não esteja solitária sem mim.
Tem aqueles achando, mais ou menos, que menos é mais
Mas se menos é mais, como você mantém um placar?
Quer dizer que pra cada ponto que faz, seu nível cai
É como começar do topo
Você não pode fazer isso.
Sociedade, sua raça louca.
Espero que não esteja solitária sem mim.
Sociedade, realmente louca
Espero que não esteja solitária sem mim.
Sociedade, tenha piedade de mim
Espero que não fique brava se eu discordar
Sociedade, realmente louca
Espero que não esteja solitária sem mim."
Comentários
E a gestação como anda? Já sabe para quando é? E sua adaptação? Saudades de você, mande notícias.
Bom e o meu cantinho, está completando 2 aninhos, sua presença é fundamental nessa festa, conto com você! beijos
Entendo que liberdade é esta a que se refere, esta forma de viver a qual temos que abrir mão quando estamos num lugar tão amedrontador como assim descreveu.
O que mais importa agora, é que tão sabiamente você descobrirá o que te fará voltar a sorrir.
Abraço apertado.
Não conheço SP, acredita? Mas leio e vejo noticiários e parece mesmo amedontrador.
Mas se o que não tem remédio, remediado está...
Sônia Sonmia, espero que o Ângelo e a Marina possam viver nesse país sem violência. Se a gente pensar que é utopia, então não dá pra continuar...
Quanto ao título do seu post, adorei e acho isso mesmo.
Desapego matrial é "o bicho".
Todos devíamos ter boa moradia, boa comida, boas roupas, um dinheirinho para um bom lazer, educação e saúde para todos, de graça.
100 pares de sapatos, 30 camisas brancas (tãããão necessárias!), 20 pretinhos básicos, férias 3 vezes ao ano, iate, ilhas, casa em todos os continentes...aí, que bobagem!
(Tô chata, né??!)
Beijo!
beijo
Identificação total aqui, querida. Tanto que você nem imagina.
Estou acompanhando sua nova fase, torcendo que seja um pouco mais suave, com aprendizado e muitas portas abertas.
Beijo
Rita
Ando lendo muito sobre Minimalismo e vou trazer alguns dos princípios para a minha vida.
Um beijo!
Sim, o filme é lindo, também já o vi e penso em revê-lo com meu filho agora depois do seu post.
Espero que você esteja bem nestes últimos dias que antecedem a chegada da Marina e aproveite mesmo para ver filmes bem bonitos e que lhe tragam paz e esperança.
um beijinho carioca
nao sei mas acho que a vida e mais facil encarar com alguem que seja a sua alma gemea que vai estar ai levantando vc antes de cair e te recomfortando em todas as horas, mesmo na falta de coisas materiais. Tem aqueles que dizem que pobreza á dois nao e tao pobre (ou algo assim...)
como ja disse antes, aqui na suecia vivemos muitas vezes numa jaula de ouro com a falta da essencia da vida, assim como se fossemos so a embalagem. mas essa luta e mais facil quando se encontra "um recheio, um conteudo" significante.
infelizmente isso nao e uma tarefa facil.
"jogue suas maos para o ceu , e agradeca se acaso tiver alguem que vc gostaria que estivesse sempre com vc na rua na chuva na fazenda ou numa casinha de sapê..."
ps. sei que sou boa pra filosofar e nao pra agir...vc sabe do que falo...miss you!!
bjs
/JR
Muié, me conta a verdade... vc já foi ao supermercado de roupão?!?! Morro de vontade de ir de pijamas, mas não criei coragem (ainda)...rs
bjos
Muié, me conta a verdade... vc já foi ao supermercado de roupão?!?! Morro de vontade de ir de pijamas, mas não criei coragem (ainda)...rs
bjos
Primeiramente: Já teve nossa Marina?
Segundamente: Já vistes meu e-mail?
Terceiramente: Tô com saudades!
bjs cariocas
Tô doida pras tuas tranqueiras chegarem, assim meu quadrinho vem junto. hehe
um beijinho carioca
Lindo post sobre o desapego..gostei muito....
Vc deve estar linda no fim da gravides ...td de bom pra vc e mantenha a fé....vai dar tudo certo e vc vai conseguir se adaptar ...
bjs
Pegando no teu texto, torna-se dificil nos dias de hoje valorizar o que realmente importa , o que realmente interessa e o que nos faz feliz. Construimos uma vida assente na materialização dos nossos desejos, na aquisição de um conjunto de coisas e bens que nos escravizam que passam de desejos para pequenos pesadelos que nos dominam em grande parte da nossa vida, passamos a viver para manter o que temos e deixamos de parte as pequenas coisas que nos fazem felizes, coisas como um simples sorriso da pessoa que amamos ou uma gargalhada de um amigo que já não vemos há algum tempo. Somos devorados pelo nosso materialismo e esquecemos o nosso sentimento e essência.
Voltas-te às tuas origens com uma nova vida dentro de ti. Junta o melhor dos dois mundos para que os objectivos e prioridades da tua vida passem por uma felicidade com essência ;)
Tudo de bom para ti e para o teus e que tudo corra bem na tua gravidez.
Um grande abraço e um beijo do outro lado do atlântico.
Luís
eu vi o filme logo depois de escrever o post e como fiquei com a ideia toda para responder os comentarios deste post, juntando o que senti do filme, eu nao respondi nada aqui ainda... isso volta no post, pode crer! a nao ser que eu seja pega de surpresa por uma bolsa estourada, algo assim..