Pular para o conteúdo principal

É preciso sempre renascer para o que importa


(Sandra, Rê, Eu e Lê, numa das poucas fotos que temos todos juntos, janeiro de 2002)

Eu tenho uma irmã, a Sandra, e um irmão, o Alessandro, dois outros amores da minha vida.

Neste Natal será um dos quase únicos da minha que não estarei com eles.
Sentirei falta do almoço e de como a gente sempre começa a se lembrar de como éramos crianças.
De como meu pai era trapalhão, do Agnaldo Timóteo tocando no carro enquanto íamos para a praia...
Do Lê empolgado fazendo caras e bocas e da Sandra perdendo o fôlego de rir.

Sentiremos falta dos abraços apertados na virada da noite, enquanto ceiamos com a família do Rê...

Coisas assim é que eu considero importantes de se ter no Natal.
Gente que a gente ama.
Natal pra mim é sempre uma certeza de que a vida vale esses minutos que passamos com quem nos faz falta.
E é momento de avaliar se aproveitei mesmo a vida do jeito que deveria ser.

Mas, embora eu adore a idéia de estar aí, mesmo tanta distância não impede que eu me sinta totalmente conectada a eles. Assim como me sinto conectada a tantos de vocês.
E aqui com minha pequena e valiosa família, juntamente com a querida Dri, a gente irá celebrar o encontro.

O Lê, inclusive, me mandou um belo texto do Vinícius de Moraes, que eu queria dividir com vocês e com ele quero dizer "obrigada"!

Pela companhia neste ano que passou,
Por me deixarem falar e quererem ouvir,
Por celebrarem comigo as mudanças todas, ocorridas nos últimos meses,
Por me incentivarem a escrever cada dia mais,
Por estarem aí e eu poder desejar Feliz Natal!

E que amor e saúde encha a casa de todos nós!


(Nosso Ângelo de 2007)


Para isso somos feitos
(Vinicius de Moraes)


Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente
.[/size]

Comentários

sylvia disse…
Somnia,
Angelo está lindo de Papai Noel !
Feliz Natal para vocês .
Bjs
Sylvia
Somnia Carvalho disse…
Sylvia!

"We wish a merry christimans... and a happy new year"...

otimo natal para você e sua família!!!
foi um prazer tê-la comigo, mesmo que nesse sítio virtual...
Anônimo disse…
Hej Somnia

"GOD JUL & GOTT NYTT ÅR"

"MERRY CHRISTMAS & HAPPY NEW YEAR"

Kram och puss :) :)

Somnia Carvalho disse…
Felicíssimo Natal para você tmbém Lú!!!

até tentei achar umas canções natalinas suecas para tocarmos aqui, mas o clima tá todo em inglês mesmo!!!

beijosss

Postagens mais visitadas deste blog

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que