Lembra daquele cantor brega que vivia no Silvio Santos? o Márcio Greyck?
Quer dizer, eu acho que ele vivia indo no Silvio Santos... não tenho certeza. Me desculpem, eu tenho mania de inventar memórias... Além de confundir nomes (como fiz no post sobre o Proust em que eu o chamei de Michael e não de Marcel, o que foi bem lembrado pela amiga Janete) eu invento coisa que não aconteceu e acho que me lembro delas.
Claro que isso é coisa de gente maluca, mas como de "médico e louco todo mundo tem um pouco", acho que vocês não vão se importar se eu der algumas destas gafes intelectuais de vez em quando.
Lembrei do famoso cantor ao escrever este post e por isso dei este título que está aí, mas este texto não tem nada a ver com o Márcio Greyk e sim com um filme em que a aparência não conta.
Já há algumas semanas quero falar sobre ele, mas não conseguia e acabei pensando nisso novamente.
A temperatura aqui em Malmö está caindo e o dia se tornando cada vez mais curto e escuro. O clima está mais e mais propício a estar em casa, com um abajur aceso, um café ou um chá na mesa, uma boa música tocando e uma boa conversa. Sem contar que é sempre perfeito para ver um bom filme, puchando a mantinha pra cima das pernas e devorando alguma guloseima.
Vi que em São Paulo hoje faz média de 18 graus, mais quente que aqui que faz 13 agora de manhã. A diferença de temperatura se tornará ainda mais diferente conforme os dias passam e logo o fuso entre Suécia e Brasil deixará de ser cinco, como agora, para ser de três horas.
Então, antes que o verão chame todo mundo pra sair de casa, vai essa dica muito saborosa: Nacho. Sim, mas não a comida, o filme.
Se você, como eu, passou pela prateleira da locadora e viu uma capa estranha com uma super herói gordo e colorido e pensou que este seria com certeza filme daquelas pessoas que riem de piadas sem graças e gostam de qualquer comédia, então cometeu o mesmo engano que eu.
"Nacho Libre" é arte pura. A trilha sonora, encantadora. A fotografia lembra uma pinura naif.
O filme proporciona uma alegria infantil, genuína. Dá a mesma satisfação de tomar esse chá gostoso ou café cheiroso numa tarde fria com um amigo querido e confiável ou de se lembrar de como era bom ver a sessão da tarde com os irmãos ao voltar da escola. "Nacho Libre", pra mim, vale por uma visita a uma sala de museu. É muito bonito de se ver e de sentir.
Não vou comentar a história não, pois, apesar de o desejar, não consigo o tempo necessário. Entretanto, se passarem por alguma prateleira e verem o filme, acreditem em mim, pois a capa estranha pode enganá-lo sobre o belo conteúdo que ali está. Lembre-se do sábio Márcio Greyk: são só "aparências, nada mais".
A beleza, ternura e ingenuidade de "Nacho Libre" e de seus e personagens recupera os sonhos que um dia tivemos, mas que foram podados porque alguém disse que éramos gordinhos demais, magrinhos ou burrinhos demais para tal feito. Entre uma música contagiante e imagens coloridas, "Nacho Libre" fala de amizade, de amor e dedicação e do quanto é preciso abandonarmos os pré-conceitos para vermos o herói que existe dentro de cada um.
(Ouça a música tema do filme - "Religious Man, Mr. Loco", no link do youtube ao lado)
Comentários
Bjs,
Dri.