Pular para o conteúdo principal

Qualquer canto



Sábado à noite aqui em Malmö. Friozinho lá fora (16 graus), quentinho aqui dentro.
Aqui em casa só o trio novamente, os sogros, que tem mais do que boca, já estão em Roma e a vida aqui vai seguindo seu rumo.





Hoje passeamos pela enésima vez em Copenhaguem, capital da Dinamarca, que fica a meia hora daqui de Malmö. Embora a cidade seja linda, charmosa, cheia de gente, foi a primeira vez de todas elas que eu realmente enxerguei a cidade. Antes eu olhava, mas não via.

Andar por Copenhaguem faz a gente sentir-se num filme cabeça ou personagem de um comercial de grife famosa. A cidade é chique, as pessoas são descoladas. Mil cores cobrem os sapatos, os cachecóis e os cabelos. A arquitetura antiga, linda de morrer, se mistura com as lojas novas, com cafés gostosos, com gente do mundo todo transitando. As milhares de bicicletas cruzam as avenidas no meio dos ônibus amarelos e dos carros coloridos. Carrinhos e mais carrinhos de bebês e crianças multi-coloridas enfeitam as ruas.




(As mães dinamarquesas, assim como as suecas, preferem deixar seus bebês do lado de fora dos cafés e restaurantes para que eles tomem ar puro)

Os parques agora estão cobertos por um tapete de grama verde, tão verde que parece pintura. As pessoas se deitam, comem, bebem, namoram e brincam como se estivessem sempre em férias.

Tirando algumas fotos esta tarde pensei que seria bom poder mostrar a cidade aos amigos, à família. Pensei que em um lugar tão lindo a vida realmente pode ser bela. Mas rapidamente me veio à memória uma praça em Campinas que eu gostava muito. Eu a atravessava todas as manhãs para ir dar aula e adorava passar entre os Jequitibás. Sempre passava por lá cantarolando e pensando no meu dia... agradecendo à vida. E então me lembrei que tinha a mesma sensação quando estava na horta de minha mãe. Entre as muitas flores que ela plantava junto às verduras de meu pai, eu me sentia rezando ao ar livre.

Fui percebendo então que o lugar pode dar mais ou menos inspiração, mas ela só acontece quando a alegria brota de dentro. É só um dispor-se a ver de corpo e alma que pode transformar qualquer canto num canto inesquecível.



Comentários

Anônimo disse…
Que passeio delicioso! Dá vontade de conhecer tantos lugares diferentes graças ao seu blog. Com a companhia do Ângelo, então, nem se fala.

Bjs, Tia Dri.
Somnia Carvalho disse…
Tia Dri, cê vai fazer esse e muitos outros com a gente e o Angelito... e percebi que a senhorita tá tentando marcar o nomezinho dele... Ângelo... nunca mais falou Angelinho... tá certo! o menino nem aprendeu o nome e ja tem 3 apelidos que a gente usa o tempo todo! rs... beijos
Anônimo disse…
Ai, ai....esse passeio por Copenhaguem...e a gente viaja sem sair de casa...concordo com a Tia Dri, a companhia é mais que perfeita.
Grande beijo, saudades
Tya Myrna
Anônimo disse…
OI Sônia, querida, como vai?
Só uma perguntinha, as mães entram nos cafés e deixam os filhos sozinhos do lado de fora???? De boa??? Isso é algo inimaginável por aqui...
grande beijo
Cindy

Postagens mais visitadas deste blog

"Em algum lugar sobre o arco íris..."

(I srael Kamakawiwo'ole) Eu e Renato estávamos, há pouco, olhando um programa sueco qualquer que trazia como tema de fundo uma das canções mais lindas que já ouvi até hoje. Tenho-a aqui comigo num cd que minha amiga Janete me deu e que eu sempre páro para ouvir.  Entretanto, só hoje, depois de ouvir pela TV sueca, tive a curiosidade de buscar alguma informação sobre o cantor e a letra completa etc. Para minha surpresa, o dono de uma das vozes mais lindas que tenho entre todos os meus cds, não tinha necessariamente a "cara" que eu imaginava.  Gigante, em muitos sentidos, o havaiano, e não americano como eu pensava, Bradda Israel Kamakawiwo'ole , põe todos os estereótipos por terra. Depois de ler sobre sua história de vida por alguns minutos, ouvindo " Somewhere over the rainbow ", é impossível (para mim foi) não se apaixonar também pela figura de IZ.  A vida tem de muitas coisas e a música é algo magnífico, porque, quando meu encantamento por essa música come...

"Ja, må hon leva!" Sim! Ela pode viver!

(Versão popular do parabéns a você sueco em festinha infantil tipicamente sueca) Molerada! Vocês quase não comentam, mas quando o fazem é para deixar recados chiquérrimos e inteligentes como esses aí do último post! Demais! Adorei as reflexões, saber como cada uma vive diferente suas diferentes fases! Responderei com o devido cuidado mais tarde... Tô podre e preciso ir para a cama porque Marinacota tomou vacina ontem e não dormiu nada a noite. Por ora queria deixar essa canção pela qual sou louca, uma versão do "Vie gratuliere", o parabéns a você sueco. Essa versão é bem mais popular (eu adorava cantá-la em nossas comemorações lá!) e a recebi pelo facebook de minha querida e adorável amiga Jéssica quem vive lá em Malmoeee city, minha antiga morada. Como boa canção popular sueca, esta também tem bebida no meio, porque se tem duas coisas as quais os suecos amam mais que bebida são: 1. fazer versão de música e 2. fazer versão de música colocando uma letra sobre bebida nela. Nest...

Azulejos em carne viva? O que você vê na obra de Adriana Varejão?

( "Azulejaria verde em carne viva" , Adriana Varejão, 2000) Gente querida, Domingão a noite e tô no pique para começar a semana! Meu grande mural preto, pintado na parede do escritório e onde escrevo com giz as tarefas semanais, já está limpinho, com a maior parte "ticada" e apagada. Estou anotando aqui o que preciso e gostaria de fazer até o fim desta semana e, entre elas, está finalizar a nossa apreciação da obra de Adriana Varejão , iniciada há dias atrás. Como podem ver eu não consegui cumprir o prazo que me dei para divulgação do post final, mas abri mão de me culpar e vou aproveitar para pensar mais na obra com vocês. Aproveito para convidar quem mora em São Paulo a visitar a exposição da artista, em cartaz no   MAM , Museu de Arte Moderna, no Parque Ibirapuera, com entrada gratuita e aberta ao público até 16 de dezembro deste ano. ("Parede com incisões a La Fontana", Adriana Varejão, 2011) Para "apimentar" a dis...