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A estreita relação entre autenticidade e felicidade

("Desejando paz", My blooming life)

Eu sei que o título deste post está sugerindo uma receitinha auto-ajuda de bolo para ser feliz.
O curioso é que eu tenho uma preocupaçãozinha frequente em não escrever as coisas que penso de maneira autoajudanesca, e tenho consciência do quanto esta é uma preocupação com o que "vão pensar de mim", mas é bem automático mesmo. Normalmente com estes posts eu nem sempre sou bem sucedida em não parecer assim.

No post anterior fiquei com a impressão de que eu não consegui ser muito clara com minhas intenções.

Eu tentei motivar minhas queridas participantes e meu participante do concurso a não se intimidarem em divulgar seus textos para aqueles que connhecem, mas, ao menos pelo teor das respostas, muito atenciosas de vocês, meu post pareceu ter sido sentido mais como uma cobrança. E não era para ser uma cobrança.

Me perdoem se viajei nesta parte, mas escreverei este pensando minha hipótese como verdadeira.

A idéia, minha gente querida, é - ou era - a seguinte: nós (quando digo nós estou pensando em mim mesma e em quem mais se identificar com isso) passamos a vida entre aquilo que desejamos fazer e aquilo que de fato conseguimos fazer. Muitas das coisas com as quais sonhamos ficam distante de se realizar por N motivos. Uma razão comum disso ocorrer é que nós não somos autênticos com nós mesmos e nossos desejos mais íntimos.

Ontem eu pensava apenas o seguinte: se você escreveu o texto para o concurso e deseja ganhá-lo o que mais fará diferença é o fato de você conseguir ser autêntico com isso. Então se quer ganhar o importante é fazer por onde ser lido e apreciado. Até mesmo votado. Se a participação em si já foi algo bom e pra você está encerrado e ponto final, então ser autêntico seria não pedir votos, não escrever posts só para agradar a Somnia Borboleta. Entende?

Não escrevo isso para tentar ser mandona, para conseguir leitores para o blog ou para sei lá o que mais, escrevo simplesmente para partilhar algo no qual acredito e percebi no concurso anterior.

Este meu concurso de textos é muito gostoso! Eu, de fato, adoro!, mas ele é só um concurso de textos no blog. Apesar disso, seria possível tomar a forma como encaramos este pequeno evento como normalmente encaramos as demais coisas de nossas vidas.

O que eu quis refletir com vocês foi um fato (muito subjetivo e pessoal é bom registrar) que tenho constatado cada vez mais depois das sacadas pós Fórum Landmark: ser feliz não depende de algo futuro, não depende de um evento extremamente significante na vida como ganhar na loteria ou conhecer um grande amor da vida. Claro! coisas assim devem ser fantásticas, mas a verdade é que se não estamos sendo autênticos com nossos sentimentos e desejos mais profundos hoje, ou ainda se não tomamos para nós o jogo que estamos jogando na vida numa coisa bobinha que desejamos, nós não seremos quando esses coisas incríveis nos acontecerem.

Talvez meu "erro" tenha sido imaginar que algum de vocês pudesse estar na mesma situação de outros do concurso anterior e ficar tagarelando coisas que acho certas de vocês pensarem. Isso era meu e tentei jogar para vocês. Ou não?

O fato é que eu queria ressaltar é: se hoje eu me traio dizendo "ah! eu não me importo com isso", quando, no fundo, eu me importo, então é um sinal de que eu farei exatamente o mesmo nas grandes ações de minha vida.

Se mesmo não me importando com algo, não desejando fazer aquele algo eu faço mesmo assim porque quero agradar a alguém, porque quero ser boazinha, bonzinho, legalzinho, lembrado eu também não estou sendo autêntico comigo mesmo. O que numa outra instância significa dizer: eu não estou sendo livre. E sem ser livre eu provavelmente não estarei sendo de fato feliz.

Todas essas viagens maionesísticas minhas também tem a ver com o fato de eu ter preparado aulas sobre Jean-Jacques Rousseau esta semana para meus alunos do terceiro ano. Também com minha mania máquina de ser de tentar "salvar todo mundo" o tempo todo. Mesmo quem não pediu para ser salvo! rs... Vejam como tudo fica emaranhado na nossa cabeça...

Creio que essas eram as idéias centrais que estavam na minha mente ontem quando escrevi o texto a vocês. E mesmo quando escrevo agora eu não estou querendo afirmar que algum de vocês está agindo assim ou assado. No fundo eu não sei como vocês pensam, o que sentem e andam fazendo. Entende?

Tudo tem a ver com a ponta de tristeza que julguei alguns sentirem no concurso passado após as votações e ser culpa de uma falta de autenticidade com aquilo que sentiam. E esse é apenas o meu julgamento. Não é a verdade. E obrigada por terem respondido tão prontamente e me feito entender que projetei sobre vocês minhas preocupações com os participantes anteriores.

Isso tudo é só um modo de eu ver as coisas e o qual decidi partilhar com vocês.

Não se sinta, por favor!, coagido, pressionado, sem liberdade para divulgar - ou não divulgar - sua participação no concurso do seu modo. Sinta-se livre! Feliz! Como já estava sentindo ou como for possível sentir!

Tá vendo que auto-ajuda? rs...

Beijos e ótimo feriado para todos vocês!


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