(Olhando para essa pele, esses olhos, esse sorriso e essa barriga confessem que vocês só reparar é que ela tem nariz de batatinha dela vai!)
Em dezembro de 2010 publiquei um post "Neuras, neuroses, neuróticas" convidando vocês a escreverem sobre as baboseiras ditas pelo mundo, pelas pessoas distantes e as mais próximas, as quais lhes põe uma correntinha fazendo de vocês (e eu também) gato e sapato delas.
Todas aquelas exigências básicas do dia a dia como ser bonita, hetero, competente, bem sucedida profissional e financeiramente, independente emocionalmente, simpática, boazinha, atraente, carinhosa, responsável, tudo isso obviamente combinado com ser magra, são apenas alguns itens da lista incontável de desejos e obrigações impostas a nós todos os dias de nossa curta existência.
Tais qualidades, embora impossíveis de serem todas encontradas ao mesmo tempo numa única pessoa, são vendidas por diversas fontes (incluindo hoje em dia o amante de todos, facebook) como algo facilmente adquirível. Basta que você se mate para entrar naquela faculdade e fazer aquele determinado curso, compre aquela revista especializada, siga aquela dieta infalível, use aquelas roupas que você odiava, mas agora estão na moda. São sim objetivos impostos a nós todas e todos por uma sociedade que preza, para além de qualquer coisa, a ter e o parecer.
Extirpar tais idéias não são nada fácil e mudar de atitude exige mais do que boa vontade. Exige primeiro reconhecer que se está a mercê do outro, mas sobretudo a mercê de si mesmo. "O inferno são os outros", mas é bom lembrar que, na medida em que assumo minha essência como sendo aquela dada pelo outro, posso ser o pior outro conhecido por mim mesmo. Posso usar o chicotinho com mais força do que qualquer um ousaria usar em mim.
Dado o primeiro e grande passo de ver quais são os padrões aos quais me deixo escravizar é preciso começar a pôr em prática um ser diferente. Pode ser drasticamente ou com doses homeopáticas. Não há receita. Não há padrão.
Agora pouco eu folheava um livro de pinturas do Monet com meu pequeno curioso Ângelo e dizia a ele que aquele pintor Claude Monet pintava como queria e gostava de pintar "porque a gente pode sempre pintar e desenhar como quiser, você sabia?". Isso porque ele está aprendendo a desenhar lindamente, extremamente avançado para a idade, mas sempre me diz "não mamãe! o céu tem que ser azul, a grama tem que ser verde!!!", ao que eu tento mostrar que na realidade é sim, mas no desenho e na nossa pintura podemos fazer de muitas maneiras diferentes.
Todos nós sabemos ver que para Monet não havia um caminho único a ser seguido na pintura. Obviamente ele testou muito antes, aprendeu com os outros, mas quis ir além. Havia, para além da pintura reconhecida até aquele momento aquilo que ele entendia como sendo o caminho para sua pintura e só por essa razão obteve grande parte do que todos diziam ser importante ele ter. Sucesso, realização, fama e dinheiro vieram como consequência de um desprendimento e de um arriscar-se.
Seguindo essa linha pedi para escreverem relatos em seus blogs ou enviarem histórias para que eu publicasse aqui e só agora com a "casa" em ordem consigo retomar tais idéias.
O primeiro autêntico e gostoso relato foi enviado por email e é de minha amiga Daníssima, aquela da colcha de retalhos, moradora das Suícas e leitora deste blog. A Dani é a primeira corajosa a dar a cara para bater ou eu deveria dizer o nariz? Lendo seu relato e vendo esta foto que roubei de sua gravidez só dá para ter certeza de quanto o mundo está repleto de "Tós" e de como é preciso uma grande luta para não enlouquecer com eles.
Leiam, se inspirem e mandem vocês também suas histórias. Conte-nos de quais idéias você é ou foi escravo ou publiquem em seus blogs e partilhem o link aqui com a gente.
Aproveitem a leitura e muito obrigada Daníssima!
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De qualquer forma, a minha maior neura é outro ponto.
Quando eu era criança, eu tinha um vizinho chamado Tó, um homem, pai de familia, muito feio e chato! O Tó tinha um nariz enorme e na minha familia, por causa da minha brotubêrancia facial, fiquei conhecida como aquela que tinha "nariz de Tó". Oh, my God, meu nariz era grande é de batatinha. O do meu pai, tambem, é grande e de batatinha, mas o do Tó é maior e mais feio.
Com os anos e a ditadura da magreza, percebi que, quanto mais magra eu fico, mais fino fica o nariz. E que descoberta maravilhosa! Enquanto minhas amigas ficam preocupadas com o tamanho da barriga ou das coxas, meu sinal de alerta é o nariz. Fico observando....
Quando engravidei, ficando linda e redondinha, continuei na observaçao do nariz... e, na semana passada, ao ver umas fotos que fiz, estava la, o narizao do Tó. Uma amiga, muito bem humorada, me sugeriu que, durante a drenagem linfatica, eu pedisse para a massagista drenar um pouco o nariz :-) Imaginem a cena ;-) adorei, foi uma alerta para o apse da neura."
Comentários
R.T
Pensei que fosse uma modelo de revista, que fofa!
Ah, sinceramente, neuras sobre o corpo não tenho não. Pra dizer a verdade eu tive, quando era adolescente e o corpo ficou desconjuntado, os braços compridos e o peito aparecendo demais. Então, vivia de blusa com manga e não gostava de mostrar que usava soutien, tinha maior vergonha.
Era uma bocó mesmo! hehe
bjs cariocas
Eu já tive tantas neuras...hoje melhorei bastante, aprendi a dizer "ah... vai cagar' pra um monte de gente e coisas.
Mas deixa eu falar??? Eu nao sou louca nem única. Também uso meu nariz como base para saber se estou engordando demais, kkkkkkkk. Porque adoro ele fininho e quando engordo, ele fica parecendo uma panela, que eu carinhosamente chamo de nariz de coxinha.
Beijos
Só vim aqui para lhe desejar um lindo e feliz dia das mães junto aos seus familiares. Parabéns, grande mamãe!
beijinhos cariocas