(Ângelo, feliz da vida com o piquenique no parque e a "chuquinha" do Kian, seu amigo de muitos meses atrás)
Eu queria pôr logo as fotos da fantástica Berlim que eu amei tanto. No entanto, a temperatura na gelada Suécia está tooom agradável que a gente não consegue ficar em casa. Pra quê ficar em casa, se o povo todo tá na rua? Como ficar em casa, se o sol e a claridade que não vimos por meses seguidos, agora vai das 5 da manhã até quase dez da noite?
Entonces, apesar de eu já ter metade de dois textos, sobre Berlim, escritos, não consigo terminá-los. Só quero estar "outside"! E desculpa a misturança de língua no meio desse texto, mas é que tenho falado um pouco de tudo aqui. Ontem, quando me apresentaram para uma cozinheira chilena, na escolinha onde o Ângelo vai em agosto, eu não conseguia falar português, nem espanhol, nem nada... fiquei como se fosse muda.
Voltando à temperatura e o porquê da demora dos textos berlinenses.
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Hoje eu senti 30 graus na pele, muito quente mesmo!
Tem piquenique todo dia! O dia todo fora de casa. Aqui, se faz tempo bom, todo mundo se deita nos jardins e gramados e play-ground... E rola biquini no parque e muita alegria!
Contei trinta e tantos carrinhos de bebês só no play-ground do lado de casa...
E não é à toa que eu estou meio tontona com a primavera aqui, porque apesar da gente ter um super calor aí, essa coisa da gente ficar na rua, deitado, com todas as bolsas ali, dinheiro, celular, máquina, bebês etc. Ou poder tirar uma soneca, sem medo e tal, isso... é impossível aí no Brasil. E não porque eu more em São Paulo. É porque a gente já não pode mais fazer isso mesmo.
(A Suécia não é terra de velhos: muitas dezenas de carrinhos de bebês, mães, pais e família toda fazendo piquenique no meio do dia, no meio da semana)
Fora isso, está um tempo ótimo para conhecer o outro lado dos suecos: se no iverno a gente não vê vizinho e poucos topam conversar com você na rua, agora é tudo outro: já conversei com milhares (exagero forçado meu) de pais e mães de bebês. Eles trocaram os casacos pretos por roupas ultra coloridas. Tiraram os gorros que escondiam os cabelos e todo mundo passou no cabelereiro para um corte novo.
Todo mundo sorri e quer bater papo. Muitos suecos conversam durante muito tempo e assumem que agora sentem como se fossem outros. Talvez até eu esteja mais aberta e fiz alguns novos amigos. Eu já tinha alguns bons amigos aqui, como minha amiga Xu-Muié, a Márcia, a Maria... mas, agora, pasmem! Eu tenho amigos suecos!
(Tobias, que tirou sua "licença paternidade" e cuida de Tintomara todos os dias, como eu do Angelinho, coisa muito comum aqui na Suécia)
(Nikol, a alemã com espírito muito brasileiro que conheci aqui num play-ground e de quem logo fiquei amiga. Junto dela, seu lindo Iven)
Não que eu concorde com esse jeito e ache lindo, mas me parece que as pessoas aqui vivem de acordo com o tempo. Talvez seja mesmo algo muito natural. Elas se fecham no inverno e no outono, ficam frias e pensativas. Elas se colorem, se abrem e são calorosas na Primavera e no verão. É claro que essa regra não se aplica a todo mundo. Isso é o que sinto das pessoas nas ruas. Felizmente, há algumas boas exceções.
Hoje, passeando com algumas dessas exceções, um pai sueco, uma mãe sueca e uma alemã, vendo o verde que não existe aí no Brasil, o verde fresco das árvores e gramado, pensei que vou morrer de saudade disso aqui, quando a vida "real" voltar. Uma amiga da faculdade, a Janaína, sempre dizia: "tenho saudade do que ainda não aconteceu". Eu também, mas já tenho saudade disso que tá acontecendo agora.
"Cest la vie!"
(Paulina, mãe do Kian, que conheci no grupo de mães, alguns meses atrás, e que também está de "licença maternidade" da advocacia)
Comentários
Beijos
Xu-Muié (amei meu novo apelido)
e eu fico me perguntando se eles fizessem o contrario: tipo, pôr as tais roupas super mega coloridas no inverno? tentar puxar conversa não apenas nessa época, a vida não seria mais primaveril???
Daí fico pensando a resposta... depois de um ano aqui vejo que o clima pesa sobre as costas e o humor. E eu só to ha um ano aqui e sei que vou voltar ao quentinho e clarinho depois... talvez, quem nasça aqui, aprenda mesmo a viver essa atmosfera dark e super white depois...
tô viajando na maionese sueca, mas quem sabe não é por aí...
Bjs,
Dri
Sonia,
Que Deus continue abençoado a sua família e que você continue sendo essa mãezona!!!
Feliz Dia das Mães
Grattis på Mors dag
Grande beijo
Myrna, Gustavo e Ana
Sou brasileira de Salvador, na Bahia, e estarei estudando em Malmo por 6 meses, ou mais, a partir de janeiro de 2009. Ao buscar informações sobre a temperatura na Suécia, dei de cara com seu Blog, super colorido e alegre. Parabéns! Vou virar freguesa, como dizemos por aqui! Quem sabe nos conheçamos no futuro? Quem sabe... Obrigada, seu blog esclarece muito as coisas para estudantes e aventureiros também! Aura - auragomes@gmail.com
luirod@bol.com.br