Pular para o conteúdo principal

Só poesia


(Picasso, O Sonho)

O Tema de Hoje:

Esses dias, ao clicar um conhecido e apreciado blog de uma brasileira que já viveu aqui na Suécia e agora vive nos Estados Unidos, o Sídrome de Estocolmo, fiquei "cá pensando" (como diz Maria, minha amiga portuguesa daqui) que o meu blog estava por demais sentimental. O "Síndrome" é bastante politizado e crítico. A autora, uma jornalista, discute muitas coisas atuais e importantes sem deixar seu blog ficar chato. Na verdade, tive contato com ele ano passado quando fiquei sabendo que a vinda pra cá tinha dado certo.

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto (como escreviam alguns alunos meus), eu tenho recebido alguns comentários sobre os meus simples-ambiciosos textos que me deixa de olhos marejados às vezes. Nem todo mundo me escreve no blog. Recebo vários emails e muitos comentários também no orkut, skype ou no msn. Por coincidência, recebi uns 6 ou 7 ontem de amigos que eu não vejo há um tempão, como o Guido e a Fabi Ossinha. De amigas super incentivadoras e especiais, como a Pinta, Lujan, Mariana, Stela... sem contar as queridas Tia Dri e a Vavá que estará aqui semana que vem e muitas outras tantas pessoas.

Até minha mãezinha, que nunca tinha sequer tocado num computador até eu vir pra cá, me deixou um recado lindo-maravilhoso quando o Ângelo nasceu. Demodesque eu penso que há espaço para tudo... e eu estaria forçando alguma coisa em mim que não é espontâneo. Embora eu ache que seja preciso viver no mundo, estar ciente dos fatos para ser alguém que faça a diferença (por isso sempre fiquei martelando na cabeça dos meus alunos os fatos mais recentes e tentando achar um jeito deles serem críticos quanto a tudo), eu acho também que é preciso espaço para viajar na maionese. Refletir sobre coisas simples, falar da vida e filosofar sobre o que se tem vontade ao acordar de manhã.

(pausa: Ângelo chora no berço... ok... voltou a dormir)

E eu tava pensando ainda o seguinte: se eu escrevo umas "mal tracejadas linhas" que provocam em vocês estas mensagens que são pura poesia, então meu simples-ambicioso blog tá dando um resultado melhor do que eu podia sequer imaginar, quando o Renato insistiu pra eu começá-lo na penúltima semana de gravidez.


As Poesias:

Vocês podem ver os recados poéticos aos quais me referi nos meus comentários abaixo de cada texto deste blog, como no caso do texto de ontem. São coisas simples e lindas como essas palavras que o Guido me mandou por email:

"... desculpa por só agora estar te escrevendo. Você sabe como eu sou... eu sinto as coisas e simplesmente espero que as pessoas captem meus “eflúvios mentais”. Mas na vida a gente tem mesmo que abrir a boca e dizer, pegar a caneta ou o teclado e escrever, se não as pessoas nunca vão ficar sabendo o quanto a gente as ama, estima, valoriza... Essa é uma lição que eu ainda estou aprendendo (a duras penas)."

Não parece um heterônimo do Fernando Pessoa?

Ou ainda a reflexão cheia de psicologia da amiga Stelita: "Não é verdade que a gente compreende mais os pais quando tem filhos? Filhos demandam mais dos pais do que a gente pensa a princípio, não é mesmo?"

(pausa: Ângelo volta a chorar... hum.. parou de novo)

Então, deixemos a espontaneidade fluir e como adorei a idéia de deixar um vídeo com uma música que me vem à cabeça na hora que tô escrevendo, deixo hoje essa maravilhosa canção dos Madredeus no post abaixo. Este é um grupo português que eu sempre admirei e tive a oportunidade de ver ao vivo no pátio de um shopping center em São José dos Campos, com o Re. De graça e de surpresa... um presente.


(E já que o tema é sonho e poesia, uma foto que adoro... Re e eu sonhando nos jardins da Bélgica, em visita ao amigo Hamilton, em 2006)

Comentários

Anônimo disse…
Penso que você só tem que se orgulhar do seu blog mesmo, ele é uma delícia, de ler, de ver, de ouvir.....
Confesso que venho todos os dias dar uma espiadinha, rsrsrs
Muitos beijinhos
Tya Myrna
Anônimo disse…
O blog ficou ainda mais tocante c/ música....
Saudade das nossas idas ao mexicano e das nossas conversas!!!
Bjs,
Dri.
Anônimo disse…
Poesia combina com ...

ACALANTO

Canta mãe preta, canta
Aquela canção de ninar
Pra que eu possa dormir sem medo
Medo do quê?
Sei lá!

As sombras fazem barulho
O vento desenha fantasmas
A lua arregala o olho
Fica branca, branca - coitada
Branca de tão assustada!

Fica comigo, mãe preta
Recolhe o meu cansaço
Me cobre com seu abraço
Me esquenta com seu olhar

Mãe preta, que é noite alta
Canta manso como o sereno
Desenha flores no ar
Vela o sono com seu silêncio
Me cobre com suas estrelas
Me aquece com seu luar.
Somnia Carvalho disse…
Lindo Stela!
é uma cantiga? que vontade de aprender a música...
Anônimo disse…
Não nasceu como cantiga. É um poema que eu fiz.Que tal vc musicar?
beijos

Postagens mais visitadas deste blog

Azulejos em carne viva? O que você vê na obra de Adriana Varejão?

( "Azulejaria verde em carne viva" , Adriana Varejão, 2000) Gente querida, Domingão a noite e tô no pique para começar a semana! Meu grande mural preto, pintado na parede do escritório e onde escrevo com giz as tarefas semanais, já está limpinho, com a maior parte "ticada" e apagada. Estou anotando aqui o que preciso e gostaria de fazer até o fim desta semana e, entre elas, está finalizar a nossa apreciação da obra de Adriana Varejão , iniciada há dias atrás. Como podem ver eu não consegui cumprir o prazo que me dei para divulgação do post final, mas abri mão de me culpar e vou aproveitar para pensar mais na obra com vocês. Aproveito para convidar quem mora em São Paulo a visitar a exposição da artista, em cartaz no   MAM , Museu de Arte Moderna, no Parque Ibirapuera, com entrada gratuita e aberta ao público até 16 de dezembro deste ano. ("Parede com incisões a La Fontana", Adriana Varejão, 2011) Para "apimentar" a dis...

O que você vê nesta obra? "Língua com padrão suntuoso", de Adriana Varejão

("Língua com padrão suntuoso", Adriana Varejão, óleo sobre tela e alumínio, 200 x 170 x 57cm) Antes de começar este post só quero lhe pedir que não faça as buscas nos links apresentados, sobre a artista e sua obra, antes de concluir esta leitura e observar atentamente a obra. Combinado? ... Consegui, hoje, uma manhã cultural só para mim e fui visitar a 30a. Bienal de Arte de São Paulo , que estará aberta ao público até 09 de dezembro e tem entrada gratuita. Já preparei um post para falar sobre minhas impressões sobre a Bienal que, aos meus olhos, é "Poesia do cotidiano" e o publicarei na próxima semana. De quebra, passei pelo MAM (Museu de Arte Moderna), o qual fica ao lado do prédio da Bienal e da OCA (projetados por Oscar Niemeyer), passeio que apenas pela arquitetura já vale demais a pena - e tive mais uma daquelas experiências dificilmente explicáveis. Há algum tempo eu esperava para ver uma obra de Adriana Varejão ao vivo e nem imaginava que ...

Na Suécia também não tem... bebê com brinco na orelha

("Não tem brincos: é menino ou menina?", criança sueca posa para grife Polarn O. Pyret ) Nove em cada dez vezes que alguém no Brasil tenta ser simpático com uma grávida ou alguém com um bebê de colo a pergunta é sobre o gênero da criança. Menino ou menina? Já repararam? Embora essa pareça ser a única pergunta possível para tanta gente, a verdade é que ela diz muito sobre nosso modo de ser e pensar e a importância que damos ao sexo e a escolha sexual de uma pessoa. Tomemos outra situação: quando alguém olha para um bebê menino nas ruas no Brasil você acredita que haja alguma expectativa quanto a algum sinal, uma marca, deixando claro e evidente se tratar de um menino? E quando encontra uma menina? Bom, fato é que nossa menina Marina agora tem 8 meses e eu simplesmente não tenho condições de contar as dezenas de vezes em que fui parada nas ruas em São Paulo por alguém perguntando se tratar de uma menina ou de um menino.  Até aí nenhum problema! Bebês no começo não ...