(Adoro balões: assim que entramos no centro de Berlim, avistei este lindo balão do jornal "Die Welt")
De Malmö a Berlim: tudo vale a pena...
Nossa viagem de carro, de Malmö até Berlim, durou bem mais que as quase seis horas previstas, porque incluímos várias paradas para brincar, matar a fome ou simplesmente descansar com o Angelito.
Apesar de termos viajado no feriado prolongado do 1o. de maio, nada de trânsito. Nada de horas desperdiçadas em engarrafamento ou dinheiro em pedágio. A viagem por aqui é tão, tão tranqüila que parece cena de um filme do alemão Wim Wenders.
A diferença é que as rodovias e os automóveis são apenas uma das muitas formas de se viajar pela Europa. Alguns tomam o carro como nós ou ônibus. Muitos outros vão de avião, incluindo passagens muito baratas, se compradas com antecedência, enquanto a maioria vai mesmo é de trem. Os confortáveis e rápidos trens que circulam pela Europa toda dão até nó na garganta de raiva de pensar que no Brasil, desistimos do transporte ferroviário, e o deixamos às moscas.
Bom... sem sociologismos, vamos ao turismo!
Berlim: o lugar onde tem-se a impressão de que tudo já aconteceu.
Eu comecei falando da nossa viagem, na semana retrasada, me referindo à minha meio que primeira memória quando penso rapidamente em Berlim. Mas, felizmente, a causalidade não para na musica “Take my breath away” (eu escrevi um outro post para explicar esse fenômeno que me tomou naquele post, e o publicarei ainda estes dias).
Como Berlim foi a primeira cidade alemã que conheci, todas as referências que eu tinha sobre a Alemanha passaram pela minha cabeça. De um lado, deliciosas e profundas memórias como Adorno, o filósofo adoravelmente pessimista que estudei no mestrado e suas milhares de referencias à cultura alemã; ou a filarmônica de Berlim, que frequentemente eu ouvia na Rádio Cultura. De outro, a história do ocidente. As guerras e o terror do nazismo. Hitler. A história do poder da Alemanha e a história da decadência e destruição do país. Tudo isso está, de forma meio condensada, em Berlim.
Isso sem contar a interessante diferença que restou e foi mantido do que antes era a parte oriental da cidade e como foi modernizada e reconstruída a parte ocidental. Toda hora vinha a minha memória cenas do filme "O Pianista", várias delas...
Ficamos hospedados na mesma praça onde se mantém um pedaço do muro que separava a cidade para contar a história. Não gostei da sensação de estar em frente ao muro, não sei bem o porquê. Me dá tristeza... e o aquele pedaço de muro parece apenas desconectado do que foi.
Andando pela cidade é impossível não sentir essa atmosfera de peso. Você sabe que ali aconteceu tanto que a cada esquina há um respiro forte. Entretanto, visitar Berlim, ao contrário do que eu esperava, não dá a impressão de filme do fins dos tempos.
Andando pela cidade é impossível não sentir essa atmosfera de peso. Você sabe que ali aconteceu tanto que a cada esquina há um respiro forte. Entretanto, visitar Berlim, ao contrário do que eu esperava, não dá a impressão de filme do fins dos tempos.
A cidade, toda reconstruída do lado ocidental, moderna, cheia de vida, abriga milhares de turistas, tem avenidas largas, projetadas a partir da sensação de espaço, mas casando com o que restou da cidade antiga. Os antigos monumentos e a história da Alemanha estão todos ali.
(Passeio de carruagem antiga para ver o Palácio da República ao fundo e a enorme Torre de TV, símbolos da cidade, Berlim, maio de 2008)
Talvez eu tenha coisa demais a falar dessa viagem, porque eu simplesmente amei. Foi um passeio maravilhoso. Inesquecível. Profundo. Cheia de Encantamento. Talvez qualquer lugar possa ter isso, sobretudo na Primavera. Mas já combinamos de voltar, porque Berlim é muito, muito grande e tem coisa demais a se ver. Dessa primeira vez, tentamos aproveitar mais a temperatura deliciosa na casa dos 20 graus. Aproveitar a paisagem verde, a beleza do céu azul.
Da próxima quero estar dentro dos grandes museus e, quem sabe, poder ouvir um concerto, quem sabe tanta coisa que uma cidade assim permite a gente ter...
(O que estava em cartaz em Berlim: "La Traviata" , maio de 2008)
Por ora, fico feliz em ter essas primeiras impressões. E espero escrever mais algumas delas aqui e dividí-las com vocês.
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Para não perder de vista um pouco do que conhecemos dessa cidade incrível, curiosa, misteriosa e descolada, coloquei um álbum ao lado do blog para vocês viajarem também.
Só é preciso avisar e admitir que talvez o Sr. Angelim apareça em quase todas as cenas de Berlim, ele e o papis dele, porque eu sou fascinada por coisa bonita.
Comentários
e andarei de trem e escreverei cartas lindas de dentro dos vagões
beijos saudosos