As comemorações da semana ficaram mesmo por conta dos formandos do terceiro ano. Com o fim do segundo grau, os jovens e as jovens suecas fazem festa por uma semana toda, pelo menos.
Eu fiquei lembrando das nossas formaturas do segundo grau, chaatas que só vendo, pelo menos até as que eu ainda frequentava. Provavelmente eles também têm a parte formal, eu imagino, mas a festa é bem diferente do nossa valsinha e do "Coracao de Estudannnnnte".
A mulherada usa vestido de festa, branco. Mais ou menos o que usamos para grandes festas de reveillon aí, mas um pouco mais exagerados. Salto alto, cabelo arrumado, maquiagem, tudo que tem direito pra ficar loira, alta, linda e exageradamente tudo.
Os meninos usam terno escuro, gravata, sapato social. Eles e elas usam um cap (chapéu) de marinheiro. É esquisito. Tem uns que ficam mucho brega, mas devo confessar, é legal. É diferente.
Perguntei sobre o significado da roupa branca, do cap e tudo o mais para minha amiga sueca, Paulina, que é advogada e também celebrou da mesma forma a tradicional formatura do "ginásio". "Para mostrar que agora nao sao mais criancas, mas adultos", disse ela.
Adultos que usam vestidos sensuais, caps de marinheiro, roupa pomposa de quem tem dinheiro ou de quem agora só vai comemorar.
A cidade toda fica em povorosa. Os alunos alugam caminhoes que desfilam com muitos galhos de árvores, música e todos os formandos pululantes em cima. O barulho também é maior por conta dos milhares de assobios e piora um pouco quando um grupo encontra outro no meio da cidade.
Eu ouvi de algumas amigas brasileiras aqui que a festa é boba, sem sentido e muito barulhenta. Cada um pode achar o que quiser da festa, mas sabe o que acho? Que os jovens suecos celebram a formatura do segundo grau de uma forma bem peculiar, e bem mais, mas muito mais, animada e jovial do que a gente faz, por exemplo. Eu até concordo que muita festa sueca é bem sem graca, como por exemplo o Midsummer, que celebra o solstício de verao. Nao que o sentido seja sem graca, mas eles celebram meio que cada qual no seu canto, com seus amigos e familiares. Até é legal, mas de festona mesmo, nao tem nada. E se você nao é convidado para alguma, como a gente no ano passado, por exemplo, entao é um porre.
Para matar minha curiosidade sobre a tal festa de formatura, fiquei com Angelito aqui na frente do grande colégio de St. Pauli, em frente de casa na sexta passada. Na frente do colégio, centenas de pais, parentes e amigos. Todos vestidos para festa, com uma placa enorme trazendo a foto do formando, quando ainda era bem crianca. E esperam. E gritam. E é uma ansiedade como se aguardassem por uma celebridade. Enquanto isso, os filhos crescidos, com decotes e barba, aparecem nas janelas do Colégio, acenam, gritam, mostram bandeiras. Cantam.
Vi no rosto de alguns pais uma emocao incrível. E essa emocao eu lembro de ter visto nos olhos dos nossos pais aí também.
De repente, uma banda aparece. Toca lá qualquer cancao que eu nao conheco, mas todos conhecem bem e a molecada toda sai para encontrar os parentes. Esses mesmos que voltam para casa, enquanto os filhos vao tomar rumo dos caminhoes e carros conversíveis para desfilar pela cidade toda.
Tirei muitas fotos, mas ficaram todas muito ruins.
Alguns exageram e bebem demais. Ou gritam demais. E talvez por isso tem hora que cansa o ouvido. Mas eu, ao menos, nao vi nada que me incomodasse. Nao tem gente se pegando na rua, e tudo é muito seguro.
Eu prefiro essa festa e ver gente feliz da vida, pululante pela cidade, e reconhecer que eles têm lá seus momentos de muita euforia. Os suecos podem ser muito animados, quando querem.
E, é bom dizer, podem ser mais animados do que eu mesma fui na minha formatura de terceiro ano.
ps: semana que vem chega meu micro e espero atualizar fotos, posts etc. Espero também usar acentuacao no texto todo. Por enquanto, só desculpas mesmo.
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