("A árvore da Vida", Gustav Klimt)
Houve um tempo
em que eu acreditava que ficar bem quietinha, ajoelhada de cabeça baixa e rezando me garantiria uma paz aqui e acolá.
Houve um tempo em que eu pensei que se me fizesse missionária, e só em favor dos outros entregasse o meu dia-a-dia, eu seria boa suficiente aqui e também acolá.
Houve um tempo em que a dúvida do Descartes, a Ética do Kant e o Absoluto do Hegel pareciam explicar todas as coisas ao meu redor,
Houve um tempo em que eu pensei que ensinando valores sociais aos meus alunos ou no meu trabalho voluntário, com ex-meninos de rua, eu poderia ajudar a salvar o mundo e a mim mesma...
Houve um tempo em que pensei tantas coisas.
Que foram sendo somadas e substituídas,
Nada delas eu nego,
em todas elas eu ainda me vejo
e em muitas permaneço.
Mas chegou um tempo em que fui percebendo
que ser boa, sentir-se em paz e tranquila eram coisas que deveriam nascer dentro de mim
e não serem buscadas fora.
Chegou o tempo em que perceber o sopro de vida em mim,
em todos aqueles que amo ou naqueles que nunca conhecerei,
e agradecer intensamente por ele, foi me parecendo a resposta mais precisa.
Ao menos a mais precisa até agora,
porque percebi que só isso possibilita o mais
e porque o restante, sem isso,
é nada.
Hoje quero agradecer o fato do Lê, meu querido irmâo, e seu colega, terem se saído sãos e salvos, antes de ontem, de uma batida que deu perda total em sua Ducato.
Hoje quero agradecer o fato de minha amiga Lujan ter sido mulher forte e dado luz ao lindo, saudável e perfeito Théo, lá na terra da rainha Elizabeth. E pela nova família que ela, Ted e Théo agora formam. E por eu poder participar da alegria e de tudo com eles.
E pela esperada Ana, da Myrna e do Gustavo, que está quase quase no saquinho da cegonha...
E por tantas pessoas mais e coisas mais,
Gracias a la Vida!
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